O

surgimento dos aparelhos de ventilação mecânica mudou completamente a sobrevida de pacientes com doenças pulmonares graves que levam a insuficiência respiratória. Mas não são só as patologias pulmonares que podem indicar suporte com o uso de um respirador mecânico. Dentre as mais variadas indicações, pode-se citar:

  • Insuficiência respiratória;
  • Alteração do nível de consciência com falha do controle do centro respiratório;
  • Doenças neuromusculares;
  • Resistência aumentada das vias aéreas ou obstrução grave;
  • Aumento do trabalho respiratório excessivo com risco de fadiga;
  • Necessidade de sedação profunda (como nos procedimentos cirúrgicos).

Leia também: Cardiologia e a Prova de Residência: 13 assuntos para ficar de olho

Primeiros Respiradores Mecânicos

Os primeiros respiradores mecânicos apareceram em 1950, devido à epidemia de poliomielite. Eles eram chamados de “pulmão de aço” e tentavam imitar a fisiologia respiratória criando pressão negativa torácica para facilitar a entrada de ar.

Na década de 60, foi desenvolvido o primeiro ventilador que auxiliava a respiração através de pressão positiva, como ocorre até os dias de hoje. Este respirador, chamado Bird Mark 7, não era eletrônico e precisava somente do fluxo de gases para funcionar. Este respirador ainda pode ser encontrado em alguns pronto atendimentos, sendo uma boa alternativa para situações de falta de energia em que não há um gerador disponível.

A partir de 1980 surgem os aparelhos modernos com microchip, sensores eletrônicos e processadores que evoluíram progressivamente até os modelos utilizados atualmente.

Mecânica Ventilatória Artificial

A mecânica ventilatória artificial possui 4 variáveis: fluxo, pressão, volume e tempo. A relação entre estas variáveis determina a programação para a ventilação mecânica invasiva indicada para cada paciente.

É possível escolher 3 modalidades ventilatórias principais:

  • Ventilação controlada a volume = VCV;
  • Ventilação controlada a pressão = PCV;
  • Ventilação com pressão de suporte = PSV (usada para desmame).

Quando indicada a ventilação artificial invasiva, devemos saber programar os parâmetros básicos, assim como as variações necessárias para cada patologia. Estes parâmetros são:

  • Volume corrente = 6 a 10mL/kg;
  • Frequência respiratória = 12 a 18ipm;
  • Volume/minuto = 7,5L/min;
  • Relação inspiração-expiração (I:E) = 1:2 (tempo inspiratório durante 1/3 do ciclo respiratório);
  • Tempo inspiratório = 1,0 a 1,2 segundos;
  • Fluxo inspiratório = 40 a 60L/min;
  • Pico de pressão inspirada <50cm H2O;
  • Pressão de platô <30cm H2O;
  • Peep >5cm H2O;
  • FiO2 <60% (assim que as condições clínicas permitam);
  • Sensibilidade = -2cm H2O;
  • Se o modo ventilatório for a pressão, pode-se ajustar diretamente; se o modo ventilatório for a volume, o ajuste é indireto por meio do fluxo e volume corrente.

Ventilação Não Invasiva

Algumas patologias pulmonares que também levam a insuficiência respiratória podem ser abordadas por meio de aparelhos que oferecem altos fluxos de O2 e pressão positiva nas vias aéreas. Esta modalidade é chamada de Ventilação Não Invasiva (VNI) e uma das formas mais usadas é o CPAP. Ótimas indicações para o uso da VNI são:

  • DPOC exacerbada;
  • Edema agudo de pulmão;
  • Asma grave.

Contraindicação

Entretanto, deve-se tomar muito cuidado com as contraindicações:

  • Instabilidade hemodinâmica;
  • Rebaixamento do nível de consciência;
  • Pneumotórax;
  • Obstrução fixa das vias aéreas;
  • Trauma de face.

Leia também: Cirurgia cardiovascular: mercado de trabalho e perspectativas

Por Prof. Rafael Munerato - Cardiologista.

Quer receber conteúdos exclusivos sobre Residência Médica? Inscreva-se e boa preparação!

Obrigado! Seu envio já foi recebido no nosso sistema.
Algo deu errado. Revise os campos acima.
Postado em
10/8/18
na categoria
R1

Mais sobre 

R1

ver tudo