Atualizado em 04/01/2023.
Residência Médica em Cardiologia: tudo o que você precisa saber
As doenças cardiovasculares e distúrbios relacionados ao coração e circulação correspondem à principal causa de morte no Brasil. Com o intuito de sinalizar e trazer a importância sobre esse tema, a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) criou o cardiômetro – um indicador do número de mortes por complicações cardiovasculares, que pode ser consultado por ano, mês ou dia. Até o começo de dezembro de 2022, por exemplo, o cardiômetro sinalizou mais de 381.000 mil mortes.
Nesse cenário, é possível perceber o quanto a Cardiologia é uma especialidade primordial dentro da Medicina, ampliando cada vez mais seus ramos de atuação conforme o avanço das pesquisas e da tecnologia. Esse crescimento também pode ser percebido nos programas de Residência Médica, visto que é uma das áreas que teve aumento no número de vagas ao longo dos anos.
Então, se você está pensando em seguir a carreira de cardiologista e ainda tem dúvidas sobre a área, mercado de trabalho, desafios e o que precisa saber para ser um bom profissional, continue a leitura que vamos te contar tudo em detalhes!
Leia também: Qual o melhor momento para fazer Residência Médica?
O que faz um cardiologista?
O cardiologista é o especialista que cuida de distúrbios e doenças que acometem o coração e os grandes vasos. As principais doenças cardíacas no Brasil são:
- Infarto agudo do miocárdio;
- Insuficiência cardíaca;
- Hipertensão arterial;
- Miocardites;
- Doenças valvulares;
- Doença cardíaca coronárias;
- Cardiopatias congênitas;
- Doença cerebrovascular;
- Doença arterial periférica e tantas outras.
Assim, o cardiologista atua de forma ampla, participando da prevenção dos distúrbios cardíacos, da investigação diagnóstica, dos acompanhamentos clínicos, dos procedimentos intervencionistas e da reabilitação dos pacientes.
Consequentemente, esses profissionais precisam ser dinâmicos e estar preparados para acolher o paciente de forma próxima, lidando com casos crônicos a graves e se atualizando constantemente em relação às diretrizes médicas.
Ei, futuro médico! A dor torácica é uma queixa comum no cotidiano dos cardiologistas, mas nem sempre ela está associada a problemas cardíacos. Clique aqui e baixe gratuitamente nosso Mapa Mental com os diagnósticos diferenciais desse tipo de dor.
Como é o perfil dos cardiologistas no Brasil?
Segundo a Demografia Médica no Brasil (DMB, 2020), a Cardiologia está em sétimo lugar no ranking das especialidades médicas com o maior número de especialistas. São mais de 17.800 profissionais, cerca de 4% do total de títulos.
Em relação ao número de residentes que começaram Residência Médica em Cardiologia, entre 2010 a 2019, ele praticamente dobrou ao longo do período. Em 2010, eram 296 residentes; em 2019, foram 615 (DMB, 2020). Esse aumento pode ser justificado pela maior quantidade de vagas oferecidas nos programas de Residência e maior demanda desses profissionais no mercado.
Vamos conferir outros dados interessantes? Seguem abaixo:
- A Cardiologia é uma das especialidades que contém mais homens atuando como profissionais (69,2% homens e 30,8% mulheres);
- Destacam-se como outros títulos adquiridos pelos cardiologistas: Clínica Médica (em especial, por seu um pré-requisito para seguir na carreira), Medicina Intensiva e Anestesiologia – áreas com atuações complementares à especialidade.
- A razão de especialistas por 100 mil habitantes é de 8,47;
- Assim como outras áreas médicas, o maior número de profissionais encontra-se nas regiões Sudeste (53,8%) e Sul do país (17,1%).
Como me torno um especialista?
De acordo com a Comissão Mista de Especialidades (CME), composta pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), Associação Médica Brasileira (AMB) e Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM), podem ser reconhecidos como cardiologistas aqueles que possuem o respectivo Certificado de Residência Médica emitido pelo MEC/CNRM e/ou o Título de Especialista emitido pela AMB/Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC).
Leia também: Por que ter um Título de Especialista em Cardiologia?
A Residência Médica
A Residência Médica em Cardiologia possui acesso indireto, ou seja, necessita de um pré-requisito. Para cursá-la é necessário fazer anteriormente Clínica Médica.
Nesse cenário, a carreira para o médico que pretende seguir na área acaba sendo um pouco longa: são 6 anos de graduação, 2 anos de Residência em Clínica Médica e, depois, mais 2 anos de Residência em Cardiologia (com 60 horas semanais), que também podem ser seguidos por mais um período de subespecialização (como em Cardiologia Pediátrica, Ecocardiografia, Eletrofisiologia Clínica Invasiva, Ergometria e a Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista).
Os 2 anos do residente em Cardiologia consistem em treinamento prático sob supervisão distribuídos em:
- Unidades de internação;
- Unidades ambulatoriais para seguimento longitudinal de pacientes;
- Unidades de atendimento crítico: unidade de emergência e terapia intensiva;
- Métodos diagnósticos e terapêuticos invasivos e não invasivos.
E, também, por programa teórico, que inclui aulas, seminários, reuniões científicas e etc. O objetivo é fazer com que o médico desenvolva espírito crítico, discernimento científico, facilidade de comunicação e aquisição continuada de conhecimento. Além de noções básicas de gestão na área de saúde e sobre os princípios de custo-efetividade e de novas tecnologias em saúde.
A bolsa-auxílio assegurada aos médicos-residentes, em 2022, foi de R$ 4.106,09, no entanto algumas instituições podem complementar o valor oferecido.
Mercado de trabalho
A atuação dos cardiologistas é muito ampla, participando desde o laudo de exames complementares até procedimentos invasivos.
Podem trabalhar em consultórios, em hospitais, no Departamento de Emergência e UTI (cuja carga de plantões pode ser alta), unidades de internação específicas da Cardiologia ou interconsulta em unidades de internação de Clínica Médica, ambulatório, unidade de exames complementares para avaliação de exames (como Holter, MAPA, teste ergométrico, ecocardiograma, cintilografia, tomografia e ressonância), bem como cirurgia cardíaca e avaliação perioperatória.
Em relação à remuneração, um cardiologista ganha em média R$ 6.966,01 no mercado de trabalho brasileiro para uma jornada de trabalho de 22 horas semanais. Essa informação advém de pesquisa realizada pelo site Salario.com.br e de dados oficiais do Novo CAGED, eSocial e Empregador Web. Porém, o teto salarial pode chegar a mais de R$ 15.000,00.
Leia também: Cirurgia cardiovascular: mercado de trabalho e perspectivas
Como me preparar para me tornar um cardiologista?
Para se preparar para as provas de Residência Médica, é fundamental estudar os objetos de aprendizagem de Clínica Médica (existem formatos variados que você pode utilizar, como textos, vídeos e podcasts) e reforçar com a resolução de questões. A prova para Residência em Cardiologia irá testar o conhecimento da Clínica Médica como um todo.
Dê atenção especial aos fatores de risco cardiovasculares e aos conteúdos de Emergência, UTI e Cardiologia. Também são cobrados os capítulos de Pneumologia, Reumatologia, Hematologia e afecções que são muito típicas em nosso país, como a doença de Chagas.
Quer saber todas as dicas de como passar na Residência dos seus sonhos e ser acompanhado por um time especialista em aprovação? Vem pra Medcel!
Clique aqui e teste a plataforma grátis por 7 dias.
Gostou desse post? Siga nossa newsletter para ficar sempre atualizado.
REFERÊNCIAS
Demografia Médica no Brasil, 2020.
Disponível em: https://www.fm.usp.br/fmusp/conteudo/DemografiaMedica2020_9DEZ.pdf
PORTARIA INTERMINISTERIAL Nº 9, DE 13 DE OUTUBRO DE 2021.
Disponível em:
https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-interministerial-n-9-de-13-de-outubro-de-2021-352332739
RESOLUÇÃO CNRM Nº 10, DE 6 DE JULHO DE 2021.
Sociedade Brasileira de Cardiologia.
Disponível em: https://www.portal.cardiol.br/