O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é uma das principais causas de morte no Brasil. E segundo dados da Biblioteca Virtual em Saúde, cerca de 25% das pessoas que já tiveram AVC apresentam incapacidade grave. Tais referências alertam para a necessidade dos médicos conhecerem mais os tipos de AVC e se manter atualizado sobre essa temática.
Tendo isso em vista, vamos abordar os aspectos mais relevantes desse tema na prática clínica. Veja quais são os tipos de Acidente Vascular Cerebral mais comuns e as características de cada um deles. Conheça, também, as suas causas, sintomas e perspectivas de prevenção e tratamento. Aproveite a leitura!
AVC hemorrágico
É o tipo de AVC que mais representa risco de morte. Ele acontece quando há sangramento no cérebro, devido ao rompimento de algum vaso sanguíneo.
Devido ao risco que representa, essa é uma condição grave e que requer atenção médica imediata.
Causas de AVC hemorrágico
Conhecer as causas dessa doença é crucial para todas as especialidades médicas. Confira as mais relevantes:
- hipertensão arterial: pode enfraquecer os vasos sanguíneos e, ao longo do tempo, aumentar o risco de ruptura por hipertensão intracraniana;
- aneurisma cerebral: influencia e aumenta o risco, devido à formação de uma protuberância fraca em uma artéria cerebral;
- malformação arteriovenosa (MAV): caracterizada por condição congênita que causa anormalidades nos vasos sanguíneos cerebrais;
- trauma craniano: lesões na cabeça podem comprometer os vasos sanguíneos.
Sintomas
Saiba como reconhecer os indícios de AVC hemorrágico:
- dor de cabeça súbita e muito intensa;
- dificuldade de comunicação;
- dificuldade de deambulação;
- coordenação motora e espacial comprometidas;
- tontura súbita ou perda de equilíbrio;
- náuseas e vômitos, sem causa aparente;
- fraqueza ou dormência unilateral;
- confusão mental repentina;
- visão turva em um ou ambos os olhos.
Tratamento
Em vista da gravidade desse quadro clínico, o tratamento do AVC hemorrágico exige um ambiente hospitalar. Os principais passos para amenizar os sintomas são:
- controle da pressão arterial: baixar a pressão arterial ajuda a evitar o sangramento;
- cirurgia: pode ser necessária para reparação do aneurisma, remoção do coágulo ou correção da MAV;
- medicamentos: são úteis para reduzir a pressão intracraniana, prevenir convulsões ou amenizar outros sintomas;
- reabilitação: após o tratamento do quadro agudo, a reabilitação é indicada para recuperar funções cognitivas e motoras.
AVC isquêmico
O Acidente Vascular Cerebral isquêmico é popularmente conhecido como derrame cerebral. É o tipo de AVC mais presente na população em todo o globo e suas manifestações são semelhantes àquelas que ocorrem no AVC hemorrágico.
Esse AVC resulta de uma interrupção do fluxo sanguíneo para uma parte do cérebro, mas pode ter relação com a saúde cardiovascular.
O quadro resulta em danos ao tecido cerebral pela redução do aporte de oxigênio e nutrientes, que pode ser causado por diferentes encefalopatias. Outra causa provável é a formação de placas de colesterol nas artérias.
Confira as principais causas mais comuns do AVC isquêmico:
- trombose: quando é causado por um coágulo sanguíneo em uma artéria que fornece suprimento sanguíneo ao cérebro;
- embolia: coágulo que se forma em outra parte do corpo, mas se desloca até o cérebro e obstrui vasos, podendo exigir cirurgia;
- estreitamento das artérias: doenças como aterosclerose podem estreitar as artérias e aumentar o risco de um AVC isquêmico;
- outras condições de saúde: pressão alta, obesidade, diabetes e problemas de coagulação sanguínea estão associadas ao quadro.
Sintomas
Os sintomas de um AVC isquêmico costumam surgir subitamente, sendo que os mais comuns são:
- fraqueza unilateral ou dormência repentina, que inclui face, braço ou perna;
- dificuldade súbita para falar ou compreender a fala;
- confusão mental repentina;
- problemas repentinos de visão;
- tontura súbita, acompanhada ou não de perda de equilíbrio;
- dor de cabeça intensa e súbita, sem causa aparente.
Tratamento
O tratamento mais indicado para minimizar os danos causados por um AVC isquêmico são:
- trombolíticos: dissolvem coágulos sanguíneos e objetivam restaurar o fluxo de nutrientes para o cérebro;
- remoção dos coágulos: podem ser necessários procedimentos cirúrgicos com vistas ao restabelecimento do fluxo sanguíneo.
AVC transitório
Dentre os tipos de AVC, o AVC transitório, também conhecido como Ataque Isquêmico Transitório (AIT), é uma condição comum e que, felizmente, nem sempre deixa sequelas. O quadro está relacionado à diminuição temporária do fluxo sanguíneo para uma parte do cérebro.
Com isso, o paciente apresenta sintomas semelhantes aos de um AVC completo, mas que, geralmente, duram apenas alguns minutos ou podem chegar a algumas horas. Depois, os sintomas desaparecem completamente.
Causas do AVC transitório
São semelhantes àquelas que provocam os outros tipos de AVC, sendo as mais comuns os trombos de aterosclerose, coágulos ou êmbolos.
Sintomas
Os sintomas de um AVC transitório também são semelhantes aos de um AVC completo. A principal diferença é que eles duram brevemente: no máximo, 24 horas.
Tratamento
O tratamento imediato de um AVC transitório é essencial como medida preventiva de um possível AVC completo no futuro. Assim, as medidas mais indicadas são:
- avaliação médica urgente para verificação da gravidade ou não dos sintomas;
- indicação de anticoagulantes, conforme a causa subjacente do AIT;
- intervenção por meio de cateterismo para desobstrução das artérias cerebrais comprometidas;
- orientação para estimular o controle dos principais fatores de risco.
Medidas preventivas contra AVC
Também chamado de Acidente Vascular Encefálico (AVE), essa doença pode, sim, ser prevenida. Os médicos e outros profissionais de saúde devem alertar a população sobre os riscos que o acidente vascular cerebral representa.
Dados de 2022 apontam que, no país, houve 170,5 mil óbitos por problemas cardíacos. O mesmo relatório aponta que, desses, 138,4 mil mortes foram por AVC. Logo, conhecer as alternativas de educação preventiva é essencial para incentivar mudanças no estilo de vida.
Entre as principais práticas que contribuem para evitar todos os tipos de AVC destacam-se:
- realizar atividades físicas regularmente;
- evitar cigarro e outras substâncias nocivas à saúde;
- reduzir o consumo de alimentos gordurosos;
- manter um cronograma de consultas e exames periódicos;
- reduzir o consumo de bebidas alcoólicas;
- investir na qualidade do sono;
- priorizar o gerenciamento do estresse;
- cuidar da saúde mental.
Conhecer os tipos de AVC é essencial na rotina médica!
E para aqueles que pretendem ingressar na Residência Médica é importante compreender como a temática é cobrada provas. Destaque especial aos programas voltados para especialidades que mais atendem este tipo de condição, como Clínica Médica, Cardiologia, Neurologia, e Urgência e Emergência.
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