Será que pouco mais de 5 mil especialistas em uma área é o suficiente para todo o Brasil? A resposta é: claro que não! Esse é o panorama da Gastroenterologia no país segundo o estudo Demografia Médica, de 2023.

Considerando isso, ainda é importante notar que a maior parte desses especialistas se concentra em regiões de alta densidade populacional, como é o caso das regiões sul, sudeste e dos grandes centros brasileiros. Por isso, há uma carência de conhecimento especializado em outros espaços do país.

Gostaria de saber mais detalhes sobre a especialização em Gastroenterologia? Continue a leitura para mais informações!

O que é a Gastroenterologia?

A Gastroenterologia é uma especialidade médica que se concentra nos cuidados com o sistema digestivo ou gastrointestinal. Sendo assim, o foco está em diagnosticar, tratar e prevenir doenças em órgãos como o esôfago, o estômago, os intestinos (delgado e grosso), o fígado, a vesícula biliar e o pâncreas.

O gastroenterologista trata de condições como úlceras, gastrites, hepatites, pancreatites, síndrome do intestino irritável, doenças inflamatórias intestinais (como a doença de Crohn e colite ulcerativa) e cânceres gastrointestinais.

Além disso, esses especialistas realizam procedimentos endoscópicos, como endoscopia digestiva alta e colonoscopia, para diagnosticar e tratar essas condições. No entanto, tudo dependerá de quais caminhos ele escolheu em sua carreira, incluindo cursos e subespecializações.

Como funciona a residência?

A residência em Gastroenterologia é um programa de especialização que oferece treinamento avançado e prático em doenças do sistema digestivo.

Geralmente, a residência tem a duração de dois a três anos e inclui uma combinação de formação teórica, prática clínica e procedimentos endoscópicos.  

No início da residência, há um foco significativo no estudo aprofundado da anatomia e fisiologia do sistema digestivo. Depois, é hora de se voltar para a prática, em aulas, estágios e simulações que vão ajudar muito com a sua formação.

Além disso, algo muito presente na residência é o treinamento em procedimentos endoscópicos. Bons exemplos de exames desse tipo são a endoscopia digestiva alta, a colonoscopia, as biópsias, as polipectomias (remoção de pólipos), entre outros.

Qual é o caminho para se tornar um residente em Gastroenterologia?

Tudo começa com a graduação em Medicina, que dura cerca de seis anos. Durante esse período, os estudantes adquirem conhecimento básico e clínico fundamental.

Em seguida, é necessário concluir uma residência em Clínica Médica, que geralmente dura dois anos. Essa etapa é essencial para adquirir uma base sólida em medicina interna, que é crucial para a prática da Gastroenterologia.

Após a residência em Clínica Médica, é preciso passar na prova de residência específica para Gastroenterologia. Ela também tem duração de cerca de 2 a 3 anos, conforme mencionado anteriormente.

Quais são as subespecializações da Gastroenterologia?

A Gastroenterologia oferece várias subespecializações que permitem ao médico focar em áreas específicas do sistema digestivo. Elas podem ser feitas após a conclusão da residência. Nesse momento, é possível fazê-las por meio de pós-graduações, o que confere mais flexibilidade para o estudante.

Confira algumas das especializações a seguir!

Hepatologia

A primeira opção é a Hepatologia. Essa é a área que foca exclusivamente nas doenças do fígado e em regiões próximas ou anexas, como é o caso da vesícula biliar. Algumas das doenças tratadas por esse especialista são as hepatites virais, a cirrose hepática, o câncer de fígado e as doenças hepáticas autoimunes.

Endoscopia digestiva

Esta subespecialidade envolve a realização de procedimentos endoscópicos diagnósticos e terapêuticos para examinar e tratar doenças do trato gastrointestinal. Exemplos são:

  • endoscopia digestiva alta;
  • colonoscopia;
  • colangiopancreatografia retrógrada endoscópica;
  • ecoendoscopia;
  • polipectomia;
  • dilatação esofágica;
  • remoção de corpos estranhos.

Doenças inflamatórias intestinais

Esse profissional se especializa no manejo de doenças inflamatórias crônicas do intestino, como a doença de Crohn e a colite ulcerativa.

Motilidade gastrointestinal

Esta subespecialidade trata de distúrbios relacionados à motilidade do trato gastrointestinal, que afetam o movimento dos alimentos e líquidos através do sistema digestivo.

Gastroenterologia pediátrica

Cuidado especializado de doenças gastrointestinais em crianças. Algumas das doenças comumente tratadas por esse profissional são:

  • doenças congênitas do trato gastrointestinal;
  • refluxo gastroesofágico;
  • intolerâncias alimentares;
  • doença celíaca;
  • distúrbios de crescimento relacionados a problemas digestivos.

Gastroenterologia oncológica

Por fim, a subespecialização oncológica permite que os especialistas se dediquem aos cuidados das pessoas afetadas por cânceres na região digestiva. Bons exemplos são os tumores de esôfago, estômago, pâncreas, fígado, cólon e reto.

Como é o mercado para essa profissão?

O mercado para a Gastroenterologia é bastante favorável, com uma alta demanda por especialistas devido ao aumento das doenças digestivas. Como mencionado no início de nossa conversa, há poucos profissionais da área espalhados pelo Brasil.

Além disso, o aumento de doenças crônicas como a doença de Crohn, colite ulcerativa, doenças hepáticas e cânceres gastrointestinais contribui para a alta demanda por gastroenterologistas.

Por que fazer uma especialização em Gastroenterologia?

Agora, é hora de falarmos sobre as vantagens de investir nessa carreira. Por que será que ela é vantajosa?

Muitas oportunidades

Gastroenterologistas podem trabalhar em hospitais, clínicas, centros de diagnóstico e consultórios particulares. E claro: são muitas subespecializações para escolher e se aprofundar. Além disso, há oportunidades em pesquisa e ensino.

Inovações

O campo está em constante evolução com novos procedimentos e tecnologias, como técnicas avançadas de endoscopia e terapias biológicas para doenças inflamatórias intestinais. Isso aumenta a necessidade de especialistas bem treinados – como você!

Remuneração

Por fim, você deve estar se perguntando: será que compensa financeiramente? Essa é uma resposta muito pessoal, mas trouxemos um dado. De acordo com levantamentos do portal Salário.com.br, a média de salário para o médico gastroenterologista é de R$ 7.625.

No entanto, há um detalhe: esse valor corresponde à média de 18 horas trabalhadas semanalmente, o que equivale a cerca de 3 horas e meia de trabalho por dia. Ou seja: com plantões e jornadas profissionais completas, o valor recebido todos os meses tende a ser bem maior.

Gostou de conhecer mais sobre a residência em Gastroenterologia? E então? Acha que ela é a certa para você? Esperamos que o conteúdo seja útil e tenha ajudado em sua jornada. E não se esqueça: continuamos por aqui para guiá-lo ao longo de todo o caminho.

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3/10/24
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