Atualizado em 29/09/2022.
Sem dúvidas, a Cirurgia Geral é uma das especialidades mais queridinhas do estudante de Medicina. De acordo com a Demografia Médica no Brasil, realizada em 2020, 8% dos médicos brasileiros são cirurgiões, o que representa 38.583 especialistas da área. Em todas as especialidades cirúrgicas, os homens são maioria, como é o caso da Cirurgia Geral em que 77,9% dos profissionais são homens e 22,1% são mulheres.
Há muitas vantagens nesta área de atuação, como: várias trajetórias de carreira, desenvolvimento regular, respeito e consolidação no mercado. Portanto, se você está com dúvidas se deve ou não seguir este caminho, continue a leitura para decidir.
Mas antes, vamos entender um pouco mais sobre a Cirurgia Geral?
O que é Cirurgia Geral?
Cirurgia Geral é uma especialidade médica que tem por objetivo diagnosticar e tratar doenças por meio de procedimentos cirúrgicos e que engloba as seguintes áreas de atuação: Cirurgia Abdominal, Cirurgia Videolaparoscópica e Cirurgia do Trauma.
Como surgiu a Cirurgia Geral?
Historicamente falando, a cirurgia era praticada desde pré-história com realização de procedimentos cirúrgicos como, por exemplo, trepanação (método usado para curar doenças mentais, dores de cabeça e ataques epiléticos).
Em outubro de 1846, foi realizada a primeira intervenção cirúrgica com anestesia geral no mundo. Naquele dia, no anfiteatro cirúrgico do Massachusetts General Hospital, em Boston, o cirurgião John Collins Warren realizou a extirpação de um tumor no pescoço de um jovem de dezessete anos, chamado Gilbert Abbot.
No Brasil, nos séculos XVI e XVII, os cirurgiões-barbeiros (como eram chamados médicos na época) sem nenhum preparo, iniciavam-se como aprendizes, e após alguma prática eram examinados e recebiam a carta que os habilitava ao exercício da profissão. Eles praticavam tratamento de fraturas e luxações, curavam feridas, faziam sangria, aplicavam ventosas e sanguessugas e extraíam dentes.
E o que faz um Cirurgião Geral?
Um cirurgião geral trata doenças de vários sistemas e órgãos. Ele é um dos profissionais mais importantes de um hospital, por realizar muitas intervenções cirúrgicas de emergência. Muitas vezes chamados de “frios” e “sem coração”, eles têm uma enorme responsabilidade de agir diretamente no fator-problema, fazendo correções, remoções, transplantes, entre outros procedimentos cirúrgicos que salvam a vida do paciente.
Existem dois tipos de cirurgias realizadas por um cirurgião geral: cirurgias com uma abordagem clássica (aberta, com incisão) ou então minimamente invasivas (laparoscopias).
O dia a dia de um cirurgião geral se resume em fazer cirurgias marcadas previamente (se não for plantão de emergência), cirurgia de urgência por complicações, visitas e acompanhamento dos pacientes no pós-operatório, estudo e reciclagem teórico-prático.
Cirurgia Geral: áreas de atuação
Um cirurgião geral pode atuar em:
- Ambulatórios;
- Consultórios;
- Prontos-socorros;
- Plantões de emergência;
- Cirurgia eletivas.
Como é a Residência Médica em Cirurgia Geral?
O programa de Residência Médica em Cirurgia Geral tem duração de 3 anos (acesso direto) e é a terceira especialidade mais requisitada entre os médicos no país. Ela também é pré-requisito para outras subespecialidades, como:
Subespecialidades de Cirurgia Geral
A carga horária do residente de Cirurgia Geral é a mesma utilizada em outros programas de Residência Médica: 60 horas semanais, máximo de 24h de plantões semanais, folga de 6 horas após o plantão, totalizando 2.880 horas anuais. O valor da bolsa-auxílio do residente é de R$ 4.106,09.
As principais instituições com programas de Residência Médica em Cirurgia Geral no Brasil são: USP-SP, IAMSPE, USP-RP, Santa Casa de SP e Unifesp.
Leia mais: Cirurgia Geral: dicas para a sua prova de Residência Médica
O que se aprende na Residência Médica em Cirurgia Geral?
A primeira lição que um residente em Cirurgia Geral deve aprender é: hierarquização e como respeitá-la durante o período de aprendizagem.
Durante os três anos de Residência em Cirurgia Geral, o médico residente é treinado e capacitado a realizar o diagnóstico e tratamento cirúrgico às doenças mais prevalentes na sua área de atuação, analisando as opções não operatórias e desenvolvendo um pensamento crítico-reflexivo em relação à literatura médica, tornando-o progressivamente responsável, independente e apto a executar de forma segura os procedimentos cirúrgicos essenciais a cada ano de treinamento. Além de aplicar o tratamento clínico de afecções cirúrgicas.
A gastroenterologista e professor da Medcel, José Américo, diz que no primeiro ano de residência o R1 aprende sobre clínica cirúrgica, pré e pós-operatório, ambiente cirúrgico, auxilia em grandes cirurgias, aprende a fazer pequenos procedimentos básicos como: hérnia inguinal, hérnia umbilical, cirurgias de varizes e fimoses.
Acesse aqui o documento com as competências aprovadas pela CNRM que devem compor o R1, R2 e R3 em Cirurgia Geral.
Mercado de trabalho para o Cirurgião Geral
De acordo com um levantamento realizado pelo site salário.com.br (portal de pesquisa de cargos e salários do Brasil) um médico cirurgião geral ganha em média R$ 7.612,09, em uma jornada de trabalho de 21 horas semanais.
Para saber mais sobre o futuro da carreira de cirurgião geral leia este artigo no nosso blog: Cirurgião Geral: tudo o que você precisa saber sobre a carreira
Dicas do Cirurgião
Agora não resta mais dúvidas se residência em Cirurgia Geral é para você, certo? Mas se você ainda não está 100% confiante em ingressar nessa especialidade, o professor José Américo separou algumas dicas e afirma que para ser um bom cirurgião é preciso estudar sempre, humildade para aprender com seus erros e saber tomar decisões.
Ele indica para futuros R1 em Cirurgia, a leitura do livro - O Século dos Cirurgiões de Jürgen Thorwald, e o filme O Físico de Philipp Stölzl.
Assista à live completa sobre: Por que e como eu escolhi Cirurgia Geral
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REFERÊNCIAS:
Guia das profissões
Disponível em Cirurgião Geral: Saiba tudo sobre esta profissão aqui! (guiadasprofissoes.info)
Matrizes de Competências Aprovadas pela CNRM
Disponível em http://portal.mec.gov.br/publicacoes-para-professores/30000-uncategorised/71531-matrizes-de-competencias-aprovadas-pela-cnrm
REZENDE, Joffre M. de. À Sombra do Plátano: Crônicas de História de Medicina. São Paulo: Unifesp, 2009.
Disponível em https://books.scielo.org/id/8kf92
Site PEBMED
Disponível em https://pebmed.com.br/cirurgia-geral-resistencia-fisica-controle-emocional-e-seguranca-na-tomada-de-decisao/