Post atualizado em 05/10/2022.
Está em dúvida se deseja se especializar em uma área clínica ou cirúrgica? A Ginecologia e Obstetrícia, por exemplo, te possibilita atuar nesses dois campos.
Essas são duas especialidades distintas adquiridas por meio de um único programa de Residência Médica, de maneira que a formação acadêmica, obrigatoriamente, se dá em ambas as áreas.
Ginecologia significa “a ciência da mulher” e é a especialidade da Medicina dedicada ao estudo do aparelho genital feminino como um todo.
Obstetrícia significa ciência que estuda a reprodução humana, ocupando-se da gestação, do parto e do puerpério, contemplando os seus aspectos fisiológicos e patológicos. O termo “obstetrícia” é derivado do latim “obstare”, que significa “estar ao lado”.
O que um ginecologista trata?
Historicamente, cabe o registro, até as décadas de setenta e oitenta do século passado, os GO’s tinham fortes vínculos com suas pacientes, exerciam as funções de parteiro e tratavam as doenças próprias das mulheres. Praticamente não existiam áreas de atuação específicas e os especialistas se sentiam bem-preparados para atender todas as questões trazidas por suas pacientes.
Um ginecologista tem por função investigar e auxiliar no tratamento das seguintes situações:
- Alterações e desconfortos nas mamas;
- Alterações e desconfortos na região genital;
- Desconforto intenso relacionado ao período pré-menstrual;
- Desconforto na relação sexual;
- Distúrbios da menstruação;
- Dores na região pélvica;
- Feridas na vulva ou no ânus;
- Queda ou ausência de libido;
- Secreção anormal, tanto da mama quando da vagina;
- Sinais da chegada da menopausa;
- Suspeita de contágio por ISTs.
Leia mais: O que faz um ginecologista? Desafios da especialidade
E o que um obstetra faz?
É de responsabilidade do obstetra:
- Orientar a família sobre planejamento familiar;
- Dar assistência à gestante;
- Aconselhamento e realização de pré-natal;
- Acompanhar a saúde do feto;
- Solicitar exames de gestação;
- Diagnosticar doenças durante a gestação;
- Cuidar de complicações na gestação;
- Realizar partos (normal e cesariana, de baixo ou alto risco);
- Dar assistência no pós-parto.
Mas, por que fazer Residência Médica em Ginecologia e Obstetrícia?
A GO é umas das especialidades mais completas da Medicina, pois é possível atuar em diversas áreas de atendimento, como: ambulatorial, hospitalar, clínico, cirúrgico ou de imagem.
A Residência Médica em Ginecologia e Obstetrícia tem duração mínima de 3 anos e é de Acesso Direto. A carga horária é de 60 horas semanais, totalizando 2.880 horas anuais de aulas teóricas e práticas. A bolsa-auxílio do residente, atualmente é de R$ 4.106,09.
Por se tratar de especialidades clínicas e cirúrgicas, a preparação para a prova de Residência em Ginecologia e Obstetrícia demanda conhecimento de anatomia, embriologia, histologia, técnica cirúrgica, endocrinologia, clínica médica, psiquiatria, imagenologia e ética médica.
As principais instituições com programas de Residência Médica em Ginecologia e Obstetrícia no Brasil são: USP-SP, IAMSPE, Unifesp, Hospital Pérola Byington e Hospital Israelita Albert Einstein — HIAE.
Leia também: Dicas de Ginecologia e Obstetrícia para a prova de Residência
O que se aprende na Residência Médica em Ginecologia e Obstetrícia?
Em geral, no primeiro ano da Residência, o médico cuida do pré-parto, acompanhando as parturientes e realizando os partos normais, atende no pronto-socorro e cuida das puérperas internadas na enfermaria da maternidade.
Já no segundo ano da Residência, a responsabilidade aumenta quando começam os estágios nas subespecialidades, como oncologia, reprodução assistida e mastologia.
E no terceiro ano, espera-se que o médico saiba adotar condutas, domine a técnica cirúrgica de procedimentos rotineiros, como cesárea e histerectomias, e que, ao mesmo tempo, esteja preparando-se para uma subespecialização. Após a finalização da Residência Médica em Ginecologia e Obstetrícia, existe uma vasta gama de opções de atuação.
De acordo com a Federação Brasileira de Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), espera-se do residente a aquisição de novas competências de acordo com a sua evolução anual, ficando da seguinte forma:
Acesse aqui a matriz de competências completa.
Quais são as áreas de atuação e o salário de um ginecologista e obstetra?
O especialista em Ginecologia e a Obstetrícia pode atuar em diversos lugares como:
- Consultórios;
- Clínicas particulares;
- Maternidades públicas e privadas;
- Ambulatórios públicos;
- Hospitais;
- Laboratórios.
Segundo o site salário.com.br (portal de pesquisa de cargos e salários do Brasil) um médico Ginecologista e Obstetra ganha em média R$ 6.626,50 em uma jornada de trabalho de 22 horas semanais, levando em consideração os profissionais em regime CLT de todo o Brasil. Mas o teto pode chegar a R$ 14.215,72, dependendo da região do país.
Subespecialidades da Ginecologia e Obstetrícia
Atualmente, as áreas de atuação para obstetras e ginecologistas reconhecidas pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) são:
- Citopatologia;
- Densitometria Óssea;
- Endocrinologia ginecológica;
- Endoscopia ginecológica;
- Mamografia;
- Mastologia;
- Medicina fetal;
- Patologia do trato genital inferior;
- Reprodução humana assistida;
- Sexologia;
- Ultrassonografia em ginecologia e obstetrícia.
Leia também: TEGO: qual a importância do Título de Especialista em Ginecologia e Obstetrícia
Futuro da Ginecologia e Obstetrícia
Segundo o presidente da Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), César Fernandes, a Ginecologia foi eleita pelas mulheres como uma especialidade primária de saúde, ou seja, ao sentir algum incômodo, elas procuram em primeiro lugar um Ginecologista para tratamento ou até mesmo para acompanhamentos, por meio de exames de rotina.
A emancipação da mulher na sociedade aliada a liberdade sexual e poder de escolha de quando vai engravidar, fez com que cada vez mais a atuação do profissional da saúde feminina se torne indispensável.
A Ginecologia e Obstetrícia auxilia e muito no processo de gravidez após os 40 anos, assim como a realização de técnicas de inseminação artificial e recomendação/administração de métodos contraceptivos de longa duração.
Para Fernandes, com a chegada de novas técnicas diagnósticas e terapêuticas, a GO tem evoluído de maneira muito rápida, assim como outras áreas da Medicina, exigindo um aumento na procura de novos profissionais subespecializados nas áreas de atuação materno-fetal, Endocrinologia reprodutiva e infertilidade, Oncologia ginecológica, Medicina pélvica feminina e cirurgia reconstrutiva (Uroginecologia), Cirurgia laparoscópica avançada, Ginecologia pediátrica e do adolescente e a Ginecologia menopáusica e geriátrica, entre outras.
Leia mais: Ginecologista e Obstetra: saiba mais sobre a carreira médica
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REFERÊNCIAS
Os rumos da Ginecologia e Obstetrícia.
Disponível em: https://www.febrasgo.org.br/pt/noticias/item/547-os-rumos-da-ginecologia-e-obstetricia
Matriz de Competências para Programas de Residência Médica em Ginecologia e Obstetrícia no Brasil.
Disponível em: https://www.febrasgo.org.br/pt/matriz-de-competencias