A residência é um momento único na vida dos médicos. E não é para menos, já que esse é um período de muito aprendizado, novas vivências e de muito trabalho duro.
No entanto, a residência médica não é obrigatória para a formação. O que, é claro, não impede que seja notado um crescimento do número de médicos residentes no Brasil nos últimos anos.
Afinal, o que causa esse aumento? Qual é o panorama das residências brasileiras e como isso pode impactar o mercado? Se você está pensando em se tornar um residente, não pode deixar de conferir este conteúdo. Boa leitura!
Afinal, como se dá o crescimento do número de médicos residentes no Brasil?
O Brasil vive um momento singular na formação de seus médicos. Segundo dados recentes, em 2024 tínhamos 47.718 médicos cursando residência médica, representando cerca de 8% do total de profissionais no país.
Esse número cresceu 26% desde 2018, quando havia 37.742 residentes. Especificamente no primeiro ano de residência (R1), o aumento foi de 20%, passando de 16.302 para 19.551 vagas ocupadas.
Ou seja, cada vez mais pessoas estão em busca de um lugar na residência. E, em boa parte, isso se dá graças à importância da diversificação do profissional no mercado de trabalho. Mas, calma, vamos falar disso mais adiante.
Quais são as regiões que mais cresceram em número de residentes?
Você sabia que algumas regiões do Brasil estão se destacando quando o assunto é formação de novos médicos? O Nordeste, por exemplo, deu um salto impressionante nos últimos anos.
Entre 2018 e 2024, as vagas de residência médica (R1) cresceram 33,4% na região. Mas alguns estados foram ainda mais expressivos: Alagoas lidera com um aumento de 70,2%, seguido pela Paraíba (37,4%) e Bahia (36,2%).
Já no Centro-Oeste, o crescimento também foi relevante: 30,9% no mesmo período. E quando olhamos para os estados, dois se destacam: Mato Grosso do Sul, com 37,3% a mais de vagas, e Goiás, que registrou 36% de expansão.
Ou seja, enquanto o Nordeste puxa o crescimento em números absolutos, o Centro-Oeste também avança, mostrando que a interiorização da Medicina está ganhando força no país. Interessante, não?


Quais são as principais causas desse crescimento?
O crescimento no número de médicos em formação tem explicações concretas e tudo começa com uma combinação de políticas públicas, infraestrutura e demanda do mercado.
Continue para saber mais!
Políticas públicas fizeram a diferença
Programas como o Mais Médicos e a Política Nacional de Atenção Especializada em Saúde (PNAES) /
foram essenciais, ao levarem não somente profissionais, mas também oportunidades de formação para regiões que antes tinham pouca oferta.
Além disso, incentivos fiscais para instituições em áreas carentes ajudaram a atrair cursos e residências para lugares que precisavam (e ainda precisam) de mais especialistas.
Infraestrutura em expansão
De 2018 para cá, o número de instituições oferecendo residência médica saltou de 846 para 1.011, um aumento de 20%. Isso só foi possível porque houve investimento em hospitais universitários e na criação de novos campos de prática, permitindo que mais estudantes tivessem acesso a uma formação de qualidade, sem precisar migrar para grandes centros.
O mercado exigiu mudanças
Não dá para ignorar que havia (e ainda há) um déficit histórico de médicos especialistas em regiões menos desenvolvidas. O próprio mercado de trabalho começou a pressionar por profissionais mais qualificados, e as faculdades e hospitais precisaram se adaptar.
Além disso, a população também passou a cobrar um atendimento melhor, o que reforçou a necessidade de investir na formação médica.
Resumindo: foi um movimento que veio de cima (com políticas públicas), de baixo (com demanda da sociedade) e do meio (com abertura de novas vagas e estruturas). E o resultado está aí: mais médicos se especializando onde antes faltavam oportunidades. É a sua chance de brilhar!
Como o aumento do número de residentes é vantajoso?
Todos saem ganhando! Para o sistema de saúde, esse crescimento ajuda a reduzir desigualdades regionais, levando profissionais mais qualificados para lugares que antes dependiam apenas de generalistas ou médicos temporários. Com mais especialistas distribuídos pelo país, a qualidade do atendimento tende a melhorar, e a formação médica deixa de ser concentrada apenas nos grandes centros.
Para os próprios médicos, há mais oportunidades de especialização sem precisar disputar vagas acirradamente em metrópoles. Além disso, regiões que antes eram negligenciadas agora oferecem carreiras promissoras, valorizando quem busca conhecimento aprofundado em sua área.
E quais são os desafios envolvidos nesse processo?
Infelizmente, nem tudo é perfeito. Apesar dos avanços, a distribuição ainda é desigual. Enquanto o Sudeste tem 29,24 residentes para cada 100 mil habitantes, o Norte fica com apenas 9,61 e 62% das vagas continuam concentradas em capitais. Ou seja, o interior e as regiões menos desenvolvidas continuam em desvantagem.
Outro problema é as vagas ociosas: cerca de 20% não são preenchidas, principalmente em áreas periféricas, especialidades menos procuradas (como Medicina de Família) e municípios pequenos. Muitas vezes, os médicos recém-formados ainda preferem tentar vagas concorridas nos grandes centros a se estabelecerem em cidades menores.
E, claro, há a questão da qualidade da formação. Algumas instituições ainda sofrem com falta de preceptores experientes, infraestrutura precária e grades curriculares defasadas. Se não houver um acompanhamento rigoroso, o aumento no número de vagas pode não se traduzir em melhores profissionais no mercado.
Por conta disso, para que a residência médica continue evoluindo e formando profissionais cada vez mais preparados, precisamos pensar em alguns pilares fundamentais. Eles incluem:
- políticas de fixação de especialistas, especialmente em regiões onde há escassez de médicos;
- investimento contínuo em infraestrutura;
- revisão curricular constante, acompanhando as novidades da Medicina;
- incentivos financeiros para regiões carentes.
Dessa forma, a distribuição de profissionais ao longo do território será mais equilibrada. E, com isso, todos saem ganhando!
Como você viu, o crescimento do número de resistentes no Brasil é uma tendência que vem ganhando força. E que bom! Afinal, o número de médicos especializados representa boas oportunidades não só para a profissão, mas também para a população como um todo.
Gostou do conteúdo? Então, não perca as nossas publicações! Assine a nossa newsletter e receba os conteúdos exclusivos da Medcel!