O Exame Nacional de Avaliação da Formação Médica, conhecido como ENAMED, é uma iniciativa do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), com o objetivo de avaliar a qualidade da formação médica no Brasil. Inspirado no modelo de provas como o ENADE (voltado a cursos de ensino superior), o ENAMED representa um marco na regulação da educação médica, unindo avaliação acadêmica e preparação para a residência médica.

O que é o ENAMED?

O ENAMED é um exame padronizado de abrangência nacional, criado para medir o desempenho dos estudantes de medicina no final do curso, ou seja, aqueles que estão no último ano da graduação. Sua finalidade principal é aferir se os futuros médicos estão atingindo as competências e habilidades previstas nas Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de Medicina.

Diferente do ENADE, que até então avaliava os estudantes de medicina de forma mais genérica, o ENAMED traz uma abordagem específica, voltada para os conteúdos médicos essenciais à prática clínica, segurança do paciente, ética profissional e raciocínio clínico.

Por que o ENAMED foi criado?

A criação do ENAMED responde a uma crescente preocupação com a qualidade dos cursos de Medicina no Brasil. Com o aumento expressivo do número de faculdades nos últimos anos — muitas delas sem estrutura adequada ou corpo docente qualificado — cresceu também o questionamento sobre a preparação real dos médicos recém-formados.

Nesse contexto, o ENAMED surge como um instrumento estratégico de avaliação institucional e individual. Ele busca garantir um padrão mínimo de formação, ao mesmo tempo em que fornece subsídios para políticas públicas de regulação e melhoria do ensino superior na área da saúde.

Base legal e regulamentação

O ENAMED passou a ter regulamentação formal por meio da Portaria MEC nº 330, de 23 de abril de 2025, publicada no Diário Oficial da União. Esse documento estabelece oficialmente o exame como instrumento de avaliação da formação médica, além de definir que seus resultados poderão ser utilizados como critério de seleção para programas de residência médica de acesso direto.

Paralelamente, a Portaria MEC nº 329/2025 trata do ENARE (Exame Nacional de Residência), que também foi regulamentado na mesma data. Ambas as portarias fazem parte de um esforço conjunto do MEC para padronizar e qualificar tanto a formação quanto o ingresso na pós-graduação médica no Brasil.

Como será a prova?

A estrutura do ENAMED será composta por questões objetivas e discursivas, com foco na resolução de casos clínicos, interpretação de exames, diagnósticos diferenciais e condutas terapêuticas. A prova será aplicada em um único dia, com tempo estimado de 5 a 6 horas de duração.

As áreas abordadas incluem: Clínica Médica, Cirurgia, Pediatria, Ginecologia e Obstetrícia, Saúde Coletiva e Medicina da Família. Além disso, temas transversais como ética médica, humanização e políticas de saúde pública também estarão presentes.

O conteúdo é baseado na Matriz de Referência elaborada pelo INEP, construída com participação de especialistas e instituições de ensino, visando contemplar as competências mínimas esperadas de um profissional médico ao término da graduação.

Quem deve fazer o ENAMED?

A partir de 2025, a participação no ENAMED será obrigatória para todos os estudantes de Medicina do último ano de curso, tanto em instituições públicas quanto privadas. A não realização do exame impedirá o estudante de colar grau e, consequentemente, de se registrar nos Conselhos Regionais de Medicina (CRMs).

Além disso, existe a proposta de que o desempenho no ENAMED se torne critério de seleção para programas de residência médica no futuro, algo que já é comum em outros países, como os Estados Unidos, com o USMLE.

Impactos e críticas

A obrigatoriedade do ENAMED causou reações diversas entre estudantes, professores e instituições de ensino. De um lado, há quem veja a prova como um avanço importante para a valorização da profissão médica e como uma ferramenta de controle de qualidade. De outro, surgem preocupações com a padronização excessiva da formação médica e o risco de transformar o ensino em uma preparação para provas, em detrimento de uma formação mais humanizada e prática.

Outra questão debatida é a equidade: estudantes de faculdades com menos estrutura podem estar em desvantagem, o que levanta discussões sobre justiça educacional e acesso igualitário à formação médica de qualidade.

O ENAMED representa uma mudança significativa na forma como o Brasil avalia seus futuros médicos. Mais do que uma prova, ele simboliza uma tentativa de garantir que todos os profissionais que chegam ao mercado possuam uma formação sólida e segura para atuar na saúde pública e privada. Embora ainda existam ajustes a serem feitos e críticas a serem consideradas, o ENAMED já se posiciona como um divisor de águas na educação médica brasileira.

Em breve a Afya terá um curso específico de preparação para o ENAMED e todos os seus alunos terão acesso gratuito.

Clique aqui e cadastre-se para realizar o primeiro simulado ENAMED do Brasil.

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