Hey, tudo certo aí?

Você sabe que os temas de Clínica Médica são quase uma faculdade inteira, não é verdade? Mas sempre há aqueles mais prováveis, e hoje eu trouxe um tema de Infectologia que cai muito nas provas: os critérios de Duke para endocardite. Mais importante ainda é que, em 2023, houve atualização desses critérios. Entre as novidades: os critérios maiores aumentaram de dois para três e os menores aumentaram de cinco para sete, além disso, foram acrescentados pontos aos critérios existentes, como a inclusão de novas bactérias típicas e o uso de outros exames de imagem, como a tomografia de coração e o PET scan com fluorodesoxiglicose (FGD) para coração. Bora se atualizar, pois é um prato cheio para as provas!

Endocardite

A Endocardite Infecciosa (EI) é uma infecção bacteriana grave que acomete o endocárdio, não se limitando às valvas cardíacas e podendo afetar exclusivamente cordoalhas ou mesmo a parede interna do coração. Entre os principais sintomas estão: febre, sopro cardíaco, calafrios, sudorese e hemorragia.  

O diagnóstico definitivo de endocardite pode ser feito com biópsia do tecido envolvido, no entanto esse procedimento não é feito de forma rotineira. Como o quadro clínico é muito variável, surgiu a ideia de tentar organizar os sintomas em critérios, com base em premissas básicas da endocardite, presença de germe capaz de se aderir ao endotélio e lesão endotelial.  

Critérios de Duke

Em 1994, surgiram os critérios de Duke, que são uma ferramenta essencial no diagnóstico da endocardite. Eles foram revisados em 2000 e, em 2023, foi publicada uma atualização para aumentar a identificação de casos de endocardite. Também foram modernizados para a situação atual dos pacientes — por exemplo, aumento no número de casos de endocardite em ambiente hospitalar, perfil bacteriano diferente e novas tecnologias.

São divididos em critérios maiores e menores. Falando em critérios maiores, aumentaram de dois para três, já os menores aumentaram de cinco para sete. Além disso, foram acrescentados pontos aos critérios existentes, como a inclusão de novas bactérias típicas e o uso de outros exames de imagem, como a tomografia de coração e o PET scan com FGD para coração.  

Então vamos lá! Como ficou:

Critérios maiores (três):

Microbiológico: hemoculturas positivas para bactérias típicas de endocardite, isoladas em duas ou mais hemoculturas; hemoculturas positivas para germes que raramente causam EI, isolados em três ou mais hemoculturas. PCR para Coxiella burnetii, Bartonella sp. ou Tropheryma whipplei; ou anticorpos/IF para Bartonella (novidades);  

Imagem: evidência de envolvimento endocárdico detectada por exames de imagem cardíaca, como ecocardiograma transtorácico ou transesofágico, tomografia e PET scan com FGD. Inclui nova regurgitação ao ecocardiograma — mudança de sopro pré-existente não é suficiente;

Cirúrgico (novidade): evidência de EI documentada por inspeção direta durante cirurgia cardíaca.  

Critérios menores (sete):

Febre: temperatura corporal acima de 38 °C;

Predisposição: adicionados história prévia de endocardite, dispositivo eletrônico intracardíaco, valva protética e reparo valvar prévio. Já havia: doença congênita prévia, regurgitação ou estenose, cardiomiopatia hipertrófica obstrutiva e uso de drogas injetáveis;

Fenômenos vasculares: êmbolos sépticos, aneurismas micóticos, infartos, hemorragias intracranianas e conjuntivas e lesões de Janeway. Novidade: entraram abscessos esplênico e cerebral;  

Fenômenos imunológicos: nódulos de Osler, manchas de Roth e fator reumatoide. Novidade: foi incluída a glomerulonefrite mediada por imunocomplexos;  

Achados microbiológicos: podem incluir hemoculturas positivas que não atendam aos critérios maiores ou evidência de infecção em exames de sangue ou culturas. A inclusão do PCR exclusivo (sem cultura) de bactéria atípica é contada como critério menor;  

Atividade PET scan com FDG (novidade): alteração de atividade metabólica dentro de três meses do procedimento cardíaco — prótese valvar ou aórtica, dispositivos intracardíacos e outras próteses;

Critério de exame físico (novidade): nova regurgitação valvar na ausculta, quando ecocardiograma não disponível.

Outro ponto atualizado foi a inclusão de novos micro-organismos típicos.  

O diagnóstico de endocardite é classificado em:

  • Definitivo — 100% de chance do diagnóstico;
  • Provável — entre 50 e 80%;
  • Rejeitado — chance de não ser endocardite é de quase 100%.

Resumidamente, para finalizar:

Maiores: microbiológico, de imagem e cirúrgico;

Menores: febre, predisposição, vasculares, imunológicos, microbiológico, PET scan com FDG e nova regurgitação.

Bons estudos!

Leia mais:
Residência Médica na prática: febre reumática
Critérios de Duke: quais as mudanças? - PEBMED

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Referência:

SRIDEESTUDIO. Caucasian man middle age suffering from heart attack at home. [20--?]. 1 fotografia. Shutterstock. Disponível em: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/caucasian-man-middle-age-suffering-heart-2167274111. Acesso em: 6 mar. 2024.

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Postado em
6/3/24
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