Para ingressar em um programa de Residência Médica, é necessário dominar temas como a Esquizofrenia. Saiba o que é mais cobrado e garanta a sua aprovação.
A esquizofrenia e caracteriza por uma perda de contato com a realidade. A psicose afeta predominantemente adolescentes e jovens adultos (até 30 anos), podendo estar associada a muitos transtornos psiquiátricos diferentes.
Nas provas de Residência Médica, o candidato deve saber identificar e diferenciar a esquizofrenia de outras condições, como o transtorno esquizoafetivo, a psicose breve e o transtorno psicótico.
Para auxiliar na sua preparação para os seus exames, preparamos este conteúdo com as principais informações sobre a esquizofrenia. Confira!
O que é a esquizofrenia
A esquizofrenia é caracterizada como um distúrbio mental grave e crônico, que afeta, entre outras funções, a forma como uma pessoa pensa e se comporta. Esse quadro pode levar a uma percepção distorcida da realidade, o que dificulta a distinção entre o que é real e imaginário.
Os sintomas da esquizofrenia variam conforme o tipo do transtorno, que se caracterizam justamente conforme a predominância da categoria sintomática. Em linhas gerais, as manifestações se dividem em três categorias:
- sintomas positivos – cuja predominância caracteriza a esquizofrenia paranoide;
- sintomas negativos – cuja predominância caracteriza a esquizofrenia catatônica;
- sintomas cognitivos – cuja predominância caracteriza a esquizofrenia hebefrênica.
Por fim, a esquizofrenia indiferenciada agrupa características presentes em todos os tipos.
Principais manifestações clínicas
Destacamos as principais características clínicas associadas à esquizofrenia. Observe quais são!
Sintomas positivos
Delírios e alucinações são os principais sintomas da psicose. Delírio, considerado uma alteração do pensamento, pode ser descrito como uma crença falsa, baseada em inferência incorreta da realidade externa e não compartilhada por membros da mesma cultura, que se mantém mesmo com a presença de provas contraditórias objetivas e óbvias.
Já alucinação é uma alteração da sensopercepção. Ou seja, essa manifestação promove mudança na percepção de um dos cinco sentidos, mas de forma irreal. Por isso, as alucinações podem ser definidas como uma falsa percepção sensória de um estímulo. Nos transtornos mentais, as alucinações mais comuns são as auditivas.
Sintomas negativos
Três categorias estão incluídas entre os sintomas negativos: embotamento afetivo, alogia e avolição. Saber diferenciá-los é importante para ter tranquilidade na hora das provas de Residência.
Por definição, o embotamento afetivo consiste na inabilidade de entender e reconhecer emoções expressas por outros. Em tese, é como se o indivíduo não conseguisse expressar sinais de alegria ou de tristeza, mesmo em circunstâncias alegres ou em momentos de tristeza. Logo, as pessoas que apresentam esses sintomas têm, em geral, dificuldade para expressar as próprias emoções.
A alogia está relacionada ao processo de linguagem e de comunicação verbal. Esse conceito está relacionado a uma fala empobrecida, manifestada com respostas breves ou sem sentido. Isso demonstra que o distúrbio causa a diminuição dos pensamentos e pode afetar a compreensão da realidade e o juízo de valor.
Por outro lado, a avolição é uma inabilidade em iniciar e manter uma atividade. Esse termo está relacionada ao diminuição do autocuidado. Na maioria dos pacientes com esquizofrenia, também é perceptível a perda de interesse de trabalho, assim como pelas relações sociais.
Sintomas cognitivos
Na esquizofrenia, esses sinais são prevalentes e causam prejuízos sociais, afetivos, profissionais, acadêmicos e funcionais. Entre os mais observados destacam-se problemas de comunicação e linguagem, redução da memória e a incapacidade para o trabalho.
Transtorno esquizoafetivo
Essa doença resulta de uma combinação de sintomas de esquizofrenia. Os mais comuns são alucinações ou delírios, além de sintomas de transtornos de humor, como depressão ou mania.
Quando comparado aos demais distúrbios mentais, essa condição é de difícil diagnóstico, já que os seus sintomas se sobrepõem aos de outros transtornos mentais. Em termos de sintomatologia, os que apresentam similaridades são a esquizofrenia e os transtornos afetivos, tais como a bipolaridade e o transtorno depressivo maior.
Quanto aos sintomas, eles variam conforme o indivíduo e se manifestam por quadros de psicoses, tais como:
- alucinações auditivas e visuais;
- delírios ou crenças falsas sobre si mesmo ou em relação ao mundo;
- discurso desorganizado, que inclui mudanças drásticas de comportamento.
O paciente também pode apresentar sintomas de humor, que incluem:
- depressão ou tristeza profunda;
- sentimentos de inutilidade ou culpa excessiva;
- perda de interesse em atividades de rotina;
- mudanças significativas no apetite;
- rápidas alterações no peso;
- distúrbio do sono;
- comportamentos imprudentes.
Causas de esquizofrenia
Mesmo sendo um assunto bastante cobrado em provas e concursos médicos, até o momento, as causas da esquizofrenia ainda permanecem inconclusivas. Porém, já existem evidências substanciais de que a doença seja um transtorno com herdabilidade.
Com relação à herança familiar, as hipóteses mais prováveis é que haja uma distribuição condizente com um modelo poligênico de herança. Ou seja, um modelo bastante complexo, que mescla fatores relacionados à genética humana e a diversas questões ambientais. Assim, grande parte dos casos estão associados a fatores ambientais, que desencadeiam os sintomas da doença.
Fatores de risco
Elencamos alguns fatores mais associados ao desenvolvimento da esquizofrenia, que são:
- idade paterna avançada;
- abuso ou negligência durante a infância;
- uso de maconha durante a adolescência;
- mal gerenciamento do estresse;
- falta de vínculos familiares sólidos;
- ausência de redes de apoio na comunidade.
Causas fisiológicas que influenciam a esquizofrenia
Existem múltiplos caminhos patológicos que favorecem a expressão da esquizofrenia. Os mais prevalentes são o desequilíbrio neuroquímico. Isso se explica devido à excessiva produção de dopamina e de hipersensibilidade de receptores dopaminérgicos na região mesolímbica na região frontal do cérebro.
Outro fator relevante são os desequilíbrios serotoninérgicos e glutamatérgicos, que levam ao desarranjo de circuitos tálamo-estriado-frontais. Na doença, esses múltiplos caminhos podem ser produzidos por falhas no neurodesenvolvimento, que geram as manifestações clássicas.
Tratamentos e terapias para a esquizofrenia
O tratamento da esquizofrenia geralmente envolve uma abordagem multidisciplinar, que combina medicamentos, terapias psicossociais e suporte contínuo para ajudar os pacientes a gerenciar os sintomas e melhorar a qualidade de vida. Aqui estão os principais componentes do tratamento:
- Medicamentos antipsicóticos: estes são a base do tratamento e ajudam a controlar sintomas como alucinações, delírios e pensamentos desorganizados. Os antipsicóticos podem ser de primeira geração (típicos) ou de segunda geração (atípicos), e a escolha do medicamento depende dos sintomas específicos e das reações do paciente.
- Terapias psicossociais: além dos medicamentos, as terapias psicossociais são essenciais para ajudar os pacientes a lidar com a doença. Isso pode incluir Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) e treinamento de habilidades sociais.
- Suporte familiar e grupos de apoio: o envolvimento da família é crucial no tratamento da esquizofrenia. Grupos de apoio podem fornecer um espaço seguro para os pacientes e suas famílias compartilharem experiências e receberem suporte emocional.
- Internação hospitalar: em casos graves, onde há risco para o paciente ou para os outros, pode ser necessária a hospitalização para estabilização e tratamento intensivo.
O tratamento da esquizofrenia é geralmente um processo contínuo, e é importante que o paciente mantenha contato regular com profissionais de saúde mental para monitorar o progresso e ajustar o tratamento conforme necessário. A adesão ao tratamento é crucial para a gestão eficaz da esquizofrenia e para a prevenção de recaídas.
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Vale destacar, por fim, que mesmo que a etiologia exata da esquizofrenia ainda seja desconhecida, essa temática é bastante abordada nas provas de Residência Médica. Por isso, aproveite para revisar esse conteúdo, ainda no internato, e garanta a sua aprovação na especialidade médica de seu sonho.
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