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m artigo publicado no Obstetrics & Gynecology em maio de 2022, avaliou se a formulação (mais especificamente o tipo de estrogênio e progestágeno) usada na terapia hormonal (TH) em mulheres climatéricas teve influência sobre o risco de câncer de mama.

Análise recente

A TH é o tratamento mais eficaz para os sintomas vasomotores em mulheres na peri e pós-menopausa. Um grande estudo conhecido como Women’s Health Initiative (WHI), desenvolvido no início dos anos 2000, foi um grande marco para a prescrição da TH. O estudo mostrou outros benefícios, além da melhora dos sintomas vasomotores, mas chamou atenção para o aumento do risco de câncer de mama quando usado o estrogênio (equino conjugado) associado a progesterona. Quando o mesmo estrogênio era usado isoladamente esse aumento não foi visto e nem no uso de estrogênios bioidênticos em estudos posteriores.

O risco de câncer de mama, então, parece estar ligado ao uso das diversas progesteronas. É o que vem sinalizando a literatura.

No mercado encontramos dois grandes tipos de progestágenos para uso em TH: a progesterona micronizada, dita também bioidêntica, e as progestinas ou progesteronas sintéticas. A literatura aponta que essas progestinas como o levonorgestrel, a medroxiprogesterona e a noretisterona parecem aumentar o risco de câncer de mama em suas usuárias, mas a progesterona bioidêntica não.

Esse estudo foi um estudo observacional do tipo caso-controle, desenvolvido com dados britânicos do U.K. Clinical Practice Research Datalink, com registros de 1995 a 2014.

Com mais de 14 milhões de mulheres registradas no banco de dados, foram elegíveis 561.379 mulheres (50 a 75 anos), divididas em dois grupos: câncer de mama (n=43.183) e ausência da doença (n=431.830).

Foram estudados quatro componentes das formulações de TH: estrogênio bioidêntico, estrogênio equino conjugado, progesterona micronizada e progesterona sintética.

Houve um aumento significativo no risco de câncer de mama entre mulheres que relataram ter usado TH em algum momento prévio ao diagnóstico da neoplasia, quando comparadas com mulheres que nunca haviam feito uso de TH (OR 1,12, IC 95% 1,09 – 1,15). Na análise estratificada, embora o tipo de estrogênio parece não estar associado ao aumento no risco, o risco de câncer de mama foi maior entre as mulheres que relataram uso de progestinas, as progesteronas sintéticas (OR 1,28, IC 95% 1,22 – 1,35).

Esses resultados se mantiveram, mesmo quando a análise foi restrita a mulheres de 50 a 60 anos.

Mensagem final

Após o WHI, a prescrição de TH para o tratamento de sintomas vasomotores em mulheres pós-menopausa caiu muito pelo receio de aumento do risco de câncer de mama em usuárias. Entretanto, o uso de TH é o tratamento mais eficaz dessa condição, melhorando qualidade de vida, qualidade do sono e até reduzindo risco de doenças cardiovasculares.

As conclusões dos autores são que o tipo de estrogênio usado na TH parece não influenciar no risco de câncer de mama, mas o tipo de progestágeno sim. E sugerem que essas progesteronas sintéticas, que parecem estar associadas a maior risco de câncer de mama, sejam descontinuadas dessas formulações para esse objetivo.

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Artigo publicado originalmente no Portal PEBMED.

Referências:

Abenhaim HA, Suissa S, Azoulay L, Spence AR, Czuzoj-Shulman N, Tulandi T. Menopausal Hormone Therapy Formulation and Breast Cancer Risk. Obstet Gynecol. 2022 Jun;139(6):1103-1110.

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Postado em
18/7/22
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