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A Gestação Prolongada (GP) tem uma incidência de 4 a 14% das gestações nas diversas populações e é mais frequente em primíparas. A principal causa é erro no cálculo da Idade Gestacional (IG). É bom ficar por dentro da classificação, das complicações maternas e perinatais, do diagnóstico e da conduta obstétrica. Quer arrasar nas provas? É só continuar a leitura! Bora?

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Classificação da gestação por semanas

Eu sei que você já sabe, mas não custa lembrar que, de acordo com as semanas de gravidez, a gestação pode ser classificada como:

  • Termo precoce: 37 semanas a 38 semanas + 6 dias;
  • Termo completo: 39 semanas a 40 semanas + 6 dias;
  • Termo tardio: 41 semanas a 41 semanas + 6 dias;
  • Pós-termo: de 42 semanas em diante.

Segundo a Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia (FIGO) e a Organização Mundial da Saúde (OMS), é considerada gestação prolongada (pós-termo) aquela que dura mais de 42 semanas completas (294 dias) a partir do primeiro dia do último período menstrual. Pelo grande problema para definir exatamente qual é a pós-data, a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) sugere que não se utilize o termo “pós-datismo”.

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Tipos de gestação prolongada

A GP pode ser dividida em três grupos:

Fatores de risco associados à gestação prolongada

Algumas condições maternas e fetais estão associadas a fatores de risco:

  • Baixas condições econômicas;
  • Idade materna avançada;
  • Obesidade materna;
  • Nuliparidade;
  • Etnia caucasiana;
  • Feto masculino;
  • Antecedente de GP — risco de 50% de repetição do evento;
  • Alterações no colo uterino;
  • Malformações fetais;
  • Deficiência de sulfatase placentária.

Complicações maternas e perinatais da gestação prolongada

A evolução da GP é normal em 70 a 80% dos casos. Algumas gestações (10%) evoluem com macrossomia fetal, com risco de distocia de ombro e desproporção cefalopélvica. Outros 10 a 20% dos casos evoluem com insuficiência placentária, levando a oligoidrâmnio, compressão do cordão e eliminação do mecônio.

Complicações maternas incluem:

  • Trabalho de parto prolongado;
  • Parto cesárea;
  • Parto vaginal operatório;
  • Lacerações de trajeto;
  • Hemorragia pós-parto;
  • Endometrite puerperal.

Complicações perinatais incluem:

  • Sofrimento fetal agudo;
  • Acidemia neonatal;
  • Baixo índice de Apgar;
  • Hipoglicemia neonatal;
  • Síndrome da dismaturidade fetal — pode ocorrer em decorrência de má nutrição intrauterina crônica.

Vale a pena lembrar que, a longo prazo, não há evidências de comprometimento do crescimento e do desenvolvimento intelectual dos recém-nascidos. O risco de óbito fetal, apesar de ser evento raro, pode estar presente. A taxa de mortalidade aumenta duas vezes em gestações acima de 42 semanas e seis vezes em gestações acima de 43 semanas.

Diagnóstico da gestação prolongada

O diagnóstico mais fidedigno de GP é feito por ultrassonografia obstétrica no início da gestação, idealmente entre 9 e 12 semanas para avaliação da IG e principalmente em gestantes com dúvida sobre a data da última menstruação. No segundo e no terceiro trimestres, apesar de poder ser utilizada, apresenta menos acurácia para estimar a IG. A data provável do parto deve ser calculada por ultrassonografia — realizada antes de 22 semanas — se a diferença considerando a data da última menstruação for maior que cinco a sete dias. O cálculo da IG deverá ser por Comprimento Cabeça-Nádegas (CCN) até a 14ª semana e por diâmetro biparietal (DBP) entre 15 e 22 semanas.

Conduta obstétrica na gestação prolongada

A indução do parto deve ser realizada após 41 semanas de gestação se houver consentimento da gestante. Caso a paciente se recuse, deve-se avaliar a cardiotocografia (CTG), o Perfil Biofísico Fetal (PBF) e o exame pélvico duas vezes por semana. Quando houver condições de alto risco — como diabetes mellitus, hipertensão arterial sistêmica e pré-eclâmpsia —, a gestação deverá ser interrompida entre 38 e 39 semanas. Na presença de oligoidrâmnio — Índice de Líquido Amniótico (ILA) inferior a 5 cm ou maior bolsão maior que 2 cm —, comprometimento de vitalidade fetal ou presença de mecônio, o parto deverá ser realizado.

Índice de Bishop

A conduta após 41 semanas nos casos em que não se encontram anormalidades é utilizar o índice de Bishop, conforme a Figura a seguir.

Legenda: Volume do Líquido Amniótico (VLA); cardiotocografia (CTG).
Fonte: adaptado de Rezende: Obstetrícia Fundamental, 2017.

Bons estudos!

Fique por dentro:
Manual de gestação de alto risco
Gestação Ectópica
Diabetes gestacional

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Referências:

DR.D. Happy pregnant female visiting her own gynecologist in medical clinic.Doctor examining the baby with stethoscope and ctg graph. Fetal heart monitoring. Cardiotocography. [20--?]. 1 fotografia. Shutterstock. Disponível em: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/happy-pregnant-female-visiting-her-own-2227240919. Acesso em: 4 jun. 2024.

REZENDE FILHO, Jorge. Rezende: Obstetrícia fundamental. 14. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017.

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Postado em
4/6/24
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