Autor: Júlia Gross

Hey tudo bem??

Ano passado foi uma tendência grande cair saúde mental nas provas, principalmente sobre o transtorno depressivo e os antidepressivos. Estes últimos são medicamentos amplamente utilizados para tratar a depressão e outras condições clínicas. Eu trouxe tudo que você precisa saber nas provas sobre classificação, mecanismos de ação, eficácia clínica e efeitos colaterais dessas medicações. Quer brilhar nas provas? É só continuar a leitura.

História dos antidepressivos

O desenvolvimento dos antidepressivos começou na década de 1950 com a descoberta dos primeiros antidepressivos tricíclicos e inibidores da monoamina oxidase. Desde então, novos medicamentos foram desenvolvidos, proporcionando opções de tratamento mais seguras e eficazes. Os ISRS (inibidores seletivos da recaptação de serotonina) em 1980 revolucionaram o tratamento dos transtornos depressivos devido ao seu perfil de segurança relativamente favorável em comparação com os antidepressivos mais antigos.

Classificação de antidepressivos

As principais classes de antidepressivos que você precisa saber porque aparecem nas provas são: inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS), inibidores da recaptação de serotonina e noradrenalina (IRSN), antidepressivos tricíclicos (ATC), inibidores da monoamina oxidase (IMAO) e os atípicos. Esse último pelos efeitos colaterais não é mais tão utilizado, mais difícil de ver nas provas e na prática.

E não cai nas pegadinhas, os antidepressivos não são somente indicados para depressão, mas também para outros transtornos psiquiátricos como: Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG), Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC), Transtorno de Pânico, Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT), Transtorno Disfórico Pré-Menstrual (TDPM), Fobia Social, entre outros.

Inibidores Seletivos da Recaptação de Serotonina (ISRS)

Os ISRS, são frequentemente a primeira escolha para o tratamento da depressão e transtornos de ansiedade. Os ISRS funcionam bloqueando a recaptação de serotonina

(5-HT) nos neurônios. A serotonina é um neurotransmissor crucial na regulação do humor, ansiedade e várias funções fisiológicas. Ao inibir o transportador de serotonina (SERT), os ISRS aumentam a concentração de serotonina na fenda sináptica, permitindo maior ativação dos receptores pós-sinápticos. Isso resulta em uma modulação positiva do humor e uma redução nos sintomas de depressão e ansiedade. Sendo indicados também para o TOC, TAG, TEPT, fobia social, TDPM, principalmente.

Alguns dos ISRS mais comuns incluem: Fluoxetina, Sertralina, Citalopram, Escitalopram, Paroxetina, Fluvoxamina, entre outros. Embora os ISRS sejam geralmente bem tolerados, eles podem causar efeitos colaterais. Os mais comuns incluem: náusea, cefaleia, boca seca, aumento de peso, insônia, disfunção sexual. É importante monitorar os pacientes para efeitos adversos, especialmente no início do tratamento ou ao ajustar a dosagem.

Ao prescrever ISRS (assim como qualquer outro), é crucial considerar o histórico médico do paciente, comorbidades e outros medicamentos em uso para evitar interações adversas.

Sempre começando de forma gradual. A descontinuação dos ISRS deve ser feita da mesma forma para evitar sintomas de abstinência, que podem incluir tontura, irritabilidade, náusea e parestesias.

Inibidores da Recaptação de Serotonina e Noradrenalina (IRSN)

Os IRSN bloqueiam a recaptação de serotonina e noradrenalina (diferente do ISRS), o que pode ser benéfico para pacientes que não respondem adequadamente aos ISRS. Alguns dos IRSN mais comuns incluem: Venlafaxina, Duloxetina, Desvenlafaxina. Algumas dessas medicações também podem ser utilizadas para dor crônica associada a fibromialgia, por exemplo. Um dos efeitos colaterais menos comuns, mas mais graves, podem incluir hipertensão arterial.

Dos exemplos citados a venlafaxina é uma das medicações que com maior risco de descontinuação, sendo necessário desmame.

Antidepressivos Tricíclicos (ATC)

Os ATC, como amitriptilina, nortriptilina e imipramina têm um perfil de efeitos colaterais mais complexo, incluindo risco de cardiotoxicidade. Os antidepressivos tricíclicos (ATC) são uma classe de medicamentos utilizados no tratamento de depressão e outras condições psiquiátricas.

Os ATC atuam bloqueando a recaptação de neurotransmissores, especificamente serotonina (5-HT) e noradrenalina (NA), pelos neurônios pré-sinápticos. Além disso, eles afetam outros sistemas neurotransmissores, incluindo receptores muscarínicos, histaminérgicos e adrenérgicos. Essa ação múltipla contribui para sua eficácia, mas também resulta em uma ampla gama de efeitos colaterais como constipação, sonolência, ganho de peso, retenção urinária, hipotensão ortostática, arritmias cardíacas, entre outros. Eles têm indicação como segunda linha nos transtornos depressivos e de ansiedade. Também é utilizado para dor crônica e enurese noturna (efeito colateral para tratamento).  

Inibidores da Monoamina Oxidase (IMAO)

Os IMAO, como fenelzina e tranilcipromina (único disponível no Brasil), inibem a enzima monoamina oxidase, responsável pela degradação de neurotransmissores como serotonina, noradrenalina e dopamina. Esses medicamentos são prescritos com cautela devido ao risco de interações alimentares e medicamentosas, exigindo que os pacientes sigam uma dieta rigorosa para evitar alimentos ricos em tiramina e sejam monitorados de perto para detectar quaisquer efeitos adversos. Olho na prova que isso pode ser cobrado.

Antidepressivos atípicos

Diferentemente dos antidepressivos tradicionais, como os ISRS e os IRSN os antidepressivos atípicos possuem mecanismos de ação variados que podem oferecer vantagens em termos de eficácia e perfil de efeitos colaterais. Os antidepressivos atípicos atuam através de diferentes mecanismos, o que pode contribuir para sua eficácia em uma ampla gama de sintomas depressivos. Entre os principais mecanismos de ação estão:

  • Inibição da recaptação de norepinefrina e dopamina (ex.: bupropiona)
  • Antagonismo dos receptores alfa-2 adrenérgicos e serotonérgicos (ex.: mirtazapina)
  • Modulação dos receptores serotoninérgicos (ex.: vortioxetina)
  • Agonismo dos receptores de melatonina e antagonismo dos receptores de serotonina (ex.: agomelatina)

Os efeitos colaterais dos antidepressivos atípicos variam dependendo do mecanismo de ação específico de cada medicamento. Alguns dos efeitos colaterais comuns incluem:

  • Bupropiona: insônia, boca seca, cefaleia, risco de convulsões (em doses altas)
  • Mirtazapina: ganho de peso, sedação, boca seca
  • Trazodona: sedação, hipotensão ortostática, priapismo (raro)
  • Vortioxetina: náusea, tontura, constipação
  • Agomelatina: elevação das enzimas hepáticas, cefaleia, sonolência

Por fim, não esquecendo que a terapia combinada, que inclui medicamentos e psicoterapia, tem se mostrado mais eficaz em muitos casos de depressão. Técnicas como a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) devem ser usadas em conjunto com medicamentos para melhorar os resultados terapêuticos.

Bons estudos!

Prepare-se com a Medcel!  

A Medcel tem cursos preparatórios para você sair na frente nos processos seletivos de Residência Médica. Entre no nosso site e teste a plataforma por 7 dias grátis!  

CLIQUE AQUI e comece sua jornada com a gente. 

Gostou do artigo? Compartilhe com amigos, assine nossa newsletter, acompanhe a Medcel nas redes sociais e fique sempre por dentro dos assuntos mais quentes da Medicina.

Quer receber conteúdos exclusivos sobre Residência Médica? Inscreva-se e boa preparação!

Obrigado! Seu envio já foi recebido no nosso sistema.
Algo deu errado. Revise os campos acima.
Postado em
6/8/24
na categoria
Notícias Médicas

Mais sobre 

Notícias Médicas

ver tudo