A Hepatologia é uma subespecialidade que estuda o sistema digestivo, especificamente o fígado, o pâncreas e a vesícula e as vias biliares.

Você sabia que a Hepatologia é uma subespecialidade da Gastroenterologia? Sendo assim, isso significa que a área traz uma abordagem ainda mais específica para os tratamentos de doenças do sistema digestivo.

E um dado importante: há poucos hepatologistas espalhados pelo Brasil. Ao todo, segundo o estudo Demografia Médica (2023), há 5.502 profissionais da área no país. Ou seja: dessa forma, há espaço para novos médicos especializados e muitos pacientes na espera pelo seu atendimento.

Quer saber mais sobre o assunto? Então continue a leitura para tirar as suas dúvidas sobre a Hepatologia e as características dessa especialidade!

O que é a Hepatologia?

A Hepatologia é uma subespecialidade da Gastroenterologia que se concentra no estudo, no diagnóstico e no tratamento das doenças de órgãos como:

  • fígado;
  • vesícula biliar;
  • vias biliares;
  • pâncreas.

Para tal, eles realizam exames clínicos, solicitam e interpretam exames laboratoriais e de imagem. Além disso, podem conduzir procedimentos específicos, como biópsias hepáticas e endoscopias.  

Como é o mercado para essa especialidade?

O mercado para a especialidade de Hepatologia no Brasil é bastante promissor, mas também desafiador devido à distribuição desigual de profissionais.

Atualmente, há pouco mais de 5.000 profissionais especializados em Hepatologia em todo o país. A maioria desses especialistas está concentrada nos grandes centros urbanos, como São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília.

Essa concentração nos principais centros urbanos cria uma carência significativa de hepatologistas em regiões mais afastadas e menos desenvolvidas, onde a demanda por cuidados especializados é igualmente alta. Ou seja: há oportunidades de sobra para você!

Em termos de remuneração, a especialidade oferece uma perspectiva atraente. A média salarial de um gastroenterologista no Brasil é de R$ 7.625,06 por mês para uma carga horária de 18 horas semanais. No caso dos hepatologistas, a remuneração tende a ser ainda maior devido à complexidade e à especificidade do trabalho.

O que faz o médico hepatologista e onde ele pode atuar?

De modo geral, eles realizam exames clínicos, solicitam e interpretam exames laboratoriais e de imagem. Além disso, podem conduzir ou auxiliar em procedimentos específicos, como biópsias hepáticas e endoscopias.  

Mas onde podem fazer isso? Confira algumas possibilidades a seguir.

Hospitais

Nos hospitais, os hepatologistas trabalham em unidades de gastroenterologia, hepatologia e transplante de fígado, prestando cuidados tanto em ambientes de internação quanto ambulatorial.

Clínicas e consultórios

Nesses ambientes, atendem pacientes em consultórios privados, oferecendo consultas regulares e acompanhamento de doenças hepáticas crônicas.

Centros de transplante de fígado

Atuam em equipes multidisciplinares, avaliando candidatos a transplantes, realizando transplantes e gerenciando o pós-operatório.

Pesquisa

Além disso, participam de estudos clínicos e pesquisas sobre novas terapias e intervenções para doenças hepáticas.

Ensino

Por fim, podem ensinar em faculdades de Medicina e programas de residência, contribuindo para a formação de novos médicos.

Quais são as condições tratadas pelo hepatologista?

De acordo com dados do Ministério da Saúde em parceria com outras instituições, as doenças do fígado representam 3% dos óbitos no Brasil. Esse é um número expressivo, considerando que a nossa população é muito grande.

Sendo assim, esses profissionais são indispensáveis para garantir o bem-estar e a saúde da população, ajudando na prevenção e no tratamento precoce de hepatopatias potencialmente fatais. Conheça alguns deles a seguir!

Hepatites virais

As hepatites virais incluem tipos que são causados por vírus diferentes. Elas podem, como outras doenças do órgão, levar à inflamação e a danos às células da região. O tratamento foca na prevenção, no diagnóstico precoce e no manejo com antivirais, especialmente para as hepatites B e C.

Cirrose hepática

A cirrose hepática é uma condição crônica onde o fígado desenvolve cicatrizes permanentes. Ela pode ser causada por álcool, hepatites virais ou doenças metabólicas.

Os hepatologistas gerenciam complicações como ascite (acúmulo de líquido no abdômen), varizes esofágicas (dilatação das veias do esôfago) e encefalopatia hepática (alterações cerebrais devido a toxinas).

Doença hepática gordurosa não alcoólica

Essa hepatopatia ocorre quando há um acúmulo de gordura (esteatose) na região do fígado. No entanto, ela não está associada ao consumo de álcool, mas sim à obesidade, diabetes e síndrome metabólica. Pode evoluir para esteatohepatite não alcoólica, causando inflamação e danos ao fígado. O tratamento envolve mudanças no estilo de vida, como dieta e exercícios.

Câncer de fígado

O câncer de fígado, ou hepatocarcinoma, é um tumor maligno que pode se desenvolver em pessoas com doenças hepáticas crônicas, como cirrose.

O tratamento pode incluir ressecção cirúrgica (remoção do tumor), ablação (destruição do tumor) e quimioembolização (bloqueio do suprimento sanguíneo ao tumor). O diagnóstico precoce é crucial para o sucesso do tratamento.

Doenças hepáticas autoimunes

As doenças hepáticas autoimunes ocorrem quando o sistema imunológico ataca o fígado. Isso inclui a hepatite autoimune (inflamação crônica do fígado), colangite biliar primária (destruição dos ductos biliares) e colangite esclerosante primária (inflamação e cicatrização dos ductos biliares). O tratamento geralmente envolve medicamentos imunossupressores.

Doenças metabólicas

As doenças metabólicas do fígado incluem condições genéticas como hemocromatose (acúmulo excessivo de ferro), doença de Wilson (acúmulo de cobre) e deficiência de alfa-1-antitripsina (proteína que protege os tecidos do corpo).

Essas doenças podem levar a danos hepáticos significativos. O tratamento envolve a gestão dos níveis dessas substâncias e pode incluir transplante hepático em casos avançados.

Como funciona o caminho para se tornar um hepatologista?

Para fechar, é importante que você saiba o caminho para realizar uma especialização em Hepatologia. Vamos lá?

Primeiramente, é necessário concluir a graduação em Medicina, que dura em torno de seis anos, com formação básica e clínica. Em seguida, assim como em outras especialidades, você precisa completar a residência em Clínica Médica, que geralmente dura dois anos.

Após a Clínica Médica, a residência em Gastroenterologia é o próximo passo, com duração de três anos. Aqui, você aprende sobre o trato gastrointestinal como um todo. E, por fim, é hora de buscar uma pós-graduação ou residência em Hepatologia, que pode ter durações variadas de acordo com o programa escolhido.

Gostou de saber mais sobre a residência médica em Hepatologia e de conhecer os detalhes envolvendo essa especialidade? Esperamos que o conteúdo tenha sido útil para a sua escolha sobre o melhor caminho para o seu futuro na Medicina!

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17/9/24
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