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A tecnologia tem trazido avanços para todos os setores, incluindo a saúde. A telemedicina, nesse contexto, ajuda a democratizar o acesso aos atendimentos de qualidade. Saiba mais!

Proporcionar atendimento médico completo a toda população é um dos maiores desafios da Medicina, principalmente fora dos grandes centros urbanos. Nesse contexto, aliada ao uso de outras tecnologias médicas, a telemedicina é capaz de eliminar as barreiras físicas que separam médico e paciente, possibilitando uma verdadeira revolução no atendimento.

Gostaria de saber mais sobre o assunto? Continue a leitura para tirar as suas dúvidas!

O que é Telemedicina?

A telemedicina é mais do que o uso de dispositivo de vídeo para que médicos possam conversar com pacientes e outros médicos. O recurso utiliza tecnologia para criar um ambiente virtual no qual o profissional é capaz de realizar o atendimento mais completo possível, com monitoramento da saúde, troca de informações e análise de exames.

Em constante evolução, a tecnologia tem alterado os procedimentos e aprimorado os equipamentos envolvidos no atendimento médico à distância. Por isso, o recurso ainda está longe de ter seu potencial máximo aproveitado.

Uma forte aliada da prevenção

Parte importante da compreensão de como funciona a telemedicina é falar sobre cuidados preventivos. Nos Estados Unidos, onde o uso da telemedicina já é uma realidade em grande parte do país, os resultados das experiências com a tecnologia têm sido bastante positivos.

Em um dos casos mais interessantes, publicado no New York Times, o Banner Health, um “plano de saúde” no Arizona, conseguiu reduzir em 53% o número de transferências e internações de idosos apenas utilizando a telemedicina.

Para chegar a esses números, o Banner Health analisou todos os pacientes que possuíam patologias crônicas e pertenciam aos 5% que mais geravam custos. Esses indivíduos receberam computadores e equipamentos que permitiam a checagem dos seus sinais vitais e o contato diário com médicos.

Toda a informação era colhida pelo sistema e encaminhada a profissionais responsáveis pela análise dos dados e indicação de intervenções quando necessário.

Telemedicina no Brasil

Agora, é hora de falarmos sobre a realidade da telemedicina no Brasil. No país, a utilização do recurso ainda é bastante restrita, o que se deve principalmente à infraestrutura e à recente alteração na legislação que regula sua utilização.

A revogada Resolução CFM n° 1.643 de 2002 determinava que os recursos tecnológicos de monitoramento, comunicação e envio de dados somente poderiam ser utilizados com finalidade de assistência, educação e pesquisa em saúde, o que limitava bastante sua utilização. Vinte anos depois veio a Resolução CFM n° 2.314/2022, ampliando a aplicação da telemedicina para fins de assistência, educação, pesquisa, prevenção de doenças e lesões, gestão e promoção de saúde.

De acordo com dados do IBGE, apresentados pelo Portal G1, o número de habitantes por médico no Norte é três vezes maior que no Sudeste. Isso demonstra que a tecnologia da telemedicina precisa mesmo ser utilizada mais amplamente em nosso país.

No Amazonas, devido à distância entre as cidades e a difícil acessibilidade aos serviços de saúde de nível terciário, a telemedicina é muito utilizada no interior do estado com o apoio de hospitais da capital, universidades públicas e do Exército Brasileiro.

No Hospital Militar de Área de Manaus (HMAM) foi implantado o Projeto Telemedicina em parceria com a Universidade Federal Fluminense (UFF) e o Hospital Central do Exército (HCE), o que beneficia pacientes oriundos de locais remotos e regiões de fronteira, onde a presença de especialistas é mais difícil.

O projeto possibilita que o médico generalista atue sob supervisão de um especialista, em tempo real e com imagens tridimensionais, possibilitando uma interação total entre o paciente, o médico assistente e o especialista.

Por meio de tecnologias avançadas, utilizam-se imagens holográficas, por intermédio de um Consultório de Saúde Virtual (CSV) situado numa região longínqua, conectado a um Centro de Saúde Holográfico (CSH). A aplicação da holografia possibilita o acompanhamento de pacientes geograficamente distantes, com presteza no atendimento ambulatorial e diminuição dos custos de locomoção.

Diferenças entre o setor público e o privado

No setor público, os serviços de telemedicina muitas vezes dependem do financiamento do governo. Este, por sua vez, pode ser limitado e sujeito a restrições do orçamento. Ou seja: isso pode impactar a disponibilidade dos serviços oferecidos.

Já no setor privado, as iniciativas de telemedicina são impulsionadas por investimentos também privados, o que pode resultar em maior disponibilidade de recursos financeiros e tecnológicos. Por isso, a oferta de especialistas e horários costuma ser maior nesse âmbito.

Futuro da telemedicina

Dentre as tendências do futuro da Medicina, o uso da tecnologia na saúde é promissor. A próxima etapa é a popularização das tecnologias de monitoramento, para que se aproxime cada vez mais do cotidiano das pessoas. Nesse sentido, os wearables e tecnologias portáteis terão um papel fundamental para a evolução da prática médica.

O fortalecimento de canais de comunicação direto entre médico e paciente é outra mudança que deve se fortalecer nos próximos anos.

Impacto da pandemia (COVID-19) no atendimento

A pandemia de COVID-19 teve um impacto significativo no sistema de saúde e no atendimento médico em todo o mundo. Com as restrições de distanciamento social e o medo de exposição ao vírus, houve uma rápida adoção e expansão da telemedicina, demonstrando o seu legado ligado à evolução tecnológica.

Nesse período, muitos consultórios médicos, clínicas e hospitais precisam restringir seus serviços presenciais para lidar com o influxo de pacientes com COVID-19 e para reduzir a propagação do vírus entre pacientes e profissionais de saúde.

Assim, as consultas médicas virtuais tornaram-se a norma em muitos lugares, permitindo que os pacientes recebessem cuidados médicos sem sair de casa. Sendo assim, ela foi essencial para otimizar o atendimento e o acesso das pessoas a cuidados médicos em casos menos graves de COVID e outras enfermidades.

Quais são as categorias da telemedicina?

De modo geral, a telemedicina pode ser dividida em algumas categorias, de acordo com o seu objetivo e funcionamento. Confira a seguir!

Teleconsulta

A teleconsulta, consulta médica realizada remotamente, é o tipo mais comum de telemedicina. Nelas, o paciente e o médico interagem por meio de tecnologias de comunicação, normalmente por meio de videochamadas.

Telemonitoramento

Além das consultas, o monitoramento remoto da saúde do paciente por meio de dispositivos médicos conectados à internet pode ser feito. Isso pode incluir o monitoramento de sinais vitais, como pressão arterial, frequência cardíaca, glicose no sangue, entre outros. Além disso, essa é uma boa alternativa para o acompanhamento de doenças crônicas.

Telediagnóstico

Para diagnóstico, ocorre a interpretação remota de exames médicos, como radiografias, tomografias, exames de sangue, entre outros. Os resultados dos exames são enviados eletronicamente para especialistas que podem fornecer diagnósticos e recomendações de tratamento.

Telemedicina cirúrgica

Essa é uma das formas mais modernas de telemedicina, mas também uma das mais difíceis de serem implementadas. Consiste na realização de procedimentos cirúrgicos com o auxílio de tecnologia de comunicação remota.

Isso pode incluir telecirurgia, onde o cirurgião realiza a operação remotamente com o auxílio de robôs cirúrgicos. No entanto, ainda não é uma realidade disponível a todas as pessoas, nem em todas as regiões.

Telemedicina de emergência

Por fim, há a telemedicina de emergência. Ela consiste na prestação de cuidados como a triagem de pacientes em situações de emergência e fornecimento de orientações para primeiros socorros.

E as vantagens da telemedicina?

Quando se fala em telemedicina, a principal vantagem observada é a facilidade do atendimento. No entanto, pouco se fala como esse tipo de abordagem pode ser transformadora em alguns casos.

Ela permite, por exemplo, que pacientes em áreas remotas ou carentes tenham acesso a serviços médicos de qualidade, sem a necessidade de deslocamento para consultórios ou hospitais.

Isso também é representado pela otimização do acesso a especialistas. Em áreas mais distantes dos grandes centros, por exemplo, a presença de especialistas pode ser reduzida, ainda que o número de médicos especialistas venha crescendo no Brasil. Assim, essa parcela da população pode acessar esse tipo de serviço com segurança e conveniência.

Além disso, pode reduzir os custos associados à assistência em saúde, como consultas médicas, viagens, tempo perdido no trabalho e internações hospitalares, tanto para pacientes quanto para sistemas de saúde.

Por fim, a telemedicina facilita o acompanhamento de pacientes com doenças crônicas ou após a alta hospitalar, garantindo que sigam corretamente os planos de tratamento e minimizando readmissões hospitalares.

Quais profissionais da saúde podem utilizar a telemedicina?

Vários profissionais da saúde podem utilizar a telemedicina para oferecer serviços remotos aos pacientes. Alguns exemplos incluem:

  • médicos de diversas especialidades;
  • enfermeiros;
  • psicólogos e psiquiatras;
  • fisioterapeutas;
  • farmacêuticos;
  • nutricionistas e outros.

Lembrando que cada um deles deve se atentar às peculiaridades de sua atuação como é o caso da telemedicina na Pediatria, que lida com crianças, ou na prescrição de medicamentos, que precisa considerar o contexto do paciente.

Além desses, assistentes sociais podem oferecer suporte emocional, auxílio em questões sociais e encaminhamento para recursos comunitários por meio de consultas virtuais. Assim, a questão da saúde também pode ser otimizada por meio desse tipo de atendimento.

Como tirar maior proveito dessa modalidade?

Os médicos podem tirar maior proveito da telemedicina ao incorporá-la de maneira eficaz em sua prática clínica e aproveitar suas vantagens para melhorar o atendimento aos pacientes. Mas como fazer isso?

A seguir, confira algumas dicas que podem ser úteis para a sua prática!

Se informe sobre o assunto

Os médicos devem buscar se informar sobre as melhores práticas, regulamentações e tecnologias relacionadas à telemedicina. Isso pode incluir participar de cursos, workshops ou conferências sobre o tema, ler artigos científicos e diretrizes de organizações médicas, e acompanhar as atualizações e tendências nessa área em constante evolução.

Invista em personalização no atendimento

A personalização é fundamental na telemedicina para garantir que os pacientes se sintam ouvidos, compreendidos e cuidados. Sendo assim, é preciso dedicar tempo para conhecer seus pacientes, fazer perguntas pertinentes, demonstrar empatia e adaptar o plano de tratamento de acordo com as necessidades individuais de cada paciente, apesar da distância física.

Estabeleça uma agenda viável

É importante que os médicos estabeleçam uma agenda de consultas virtuais que seja realista e sustentável. Isso inclui reservar tempo suficiente para cada consulta, considerar intervalos para descanso e documentação, e evitar sobrecarga de trabalho.

Uma agenda bem planejada contribui para a qualidade do atendimento e a satisfação tanto dos médicos quanto dos pacientes.

Colabore com seus colegas

Além das dicas acima, a colaboração entre médicos e outros profissionais de saúde é essencial para garantir uma abordagem integrada e abrangente no cuidado dos pacientes. Sendo assim, os médicos devem compartilhar informações, trocar conhecimentos e coordenar o cuidado do paciente de forma colaborativa.

Foque sempre na prevenção

A prevenção de doenças é uma parte fundamental da prática médica, e a telemedicina oferece oportunidades únicas para promover hábitos saudáveis, fornecer orientações preventivas e realizar triagem de pacientes em risco.

Dessa forma, as teleconsultas são uma ótima oportunidade para educar os pacientes sobre a importância da prevenção e ajudá-los a adotar comportamentos saudáveis em seu dia a dia.

Capriche no acompanhamento

É importante ressaltar que os cuidados não devem cessar no atendimento inicial. O acompanhamento regular é essencial para garantir a eficácia do tratamento e a recuperação dos pacientes.

Por isso, é importante estabelecer protocolos de acompanhamento personalizados para cada paciente, definindo prazos e métodos de acompanhamento adequados a cada caso. Afinal, as consultas periódicas são importantes mesmo quando feitas remotamente!

Solicite feedbacks

Os médicos devem solicitar feedback dos pacientes sobre sua experiência com a telemedicina e usar essas informações para ajustar e melhorar seus serviços continuamente.

Gostou de saber mais sobre a telemedicina e de entender o funcionamento da Medicina remota de forma mais completa?

Agora, é hora de aplicar as dicas passadas em sua rotina e fazer com que os atendimentos à distância sejam cada vez mais eficientes e satisfatórios para os seus pacientes!

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Postado em
5/7/24
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