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roporcionar atendimento médico completo a toda população é um dos maiores desafios da Medicina, principalmente fora dos grandes centros urbanos. De acordo com dados do IBGE, apresentados pelo Portal G1, o número de habitantes por médico no Norte é três vezes maior que no Sudeste.

Aliada ao uso de outras tecnologias médicas, a Telemedicina é capaz de eliminar as barreiras físicas que separam médico e paciente, possibilitando uma verdadeira revolução no atendimento.

O que é Telemedicina?

A Telemedicina é mais do que o uso de dispositivo de vídeo para que médicos possam conversar com pacientes e outros médicos. O recurso utiliza tecnologia para criar um ambiente virtual no qual o profissional é capaz de realizar o atendimento mais completo possível, com monitoramento da saúde, troca de informações e análise de exames.

Em constante evolução, a tecnologia tem alterado os procedimentos e aprimorado os equipamentos envolvidos no atendimento médico à distância. Por isso, o recurso ainda está longe de ter seu potencial máximo aproveitado.

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Uma forte aliada da prevenção

Nos Estados Unidos, onde o uso da Telemedicina já é uma realidade em grande parte do país, os resultados das experiências com a tecnologia têm sido bastante positivos. Em um dos casos mais interessantes, publicado no New York Times, o Banner Health, um “plano de saúde” no Arizona, conseguiu reduzir em 53% o número de transferências e internações de idosos apenas utilizando a Telemedicina.

Para chegar a esses números, o Banner Health analisou todos os pacientes que possuíam patologias crônicas e pertenciam aos 5% que mais geravam custos. Esses indivíduos receberam computadores e equipamentos que permitiam a checagem dos seus sinais vitais e o contato diário com médicos. Toda a informação era colhida pelo sistema e encaminhada a profissionais responsáveis pela análise dos dados e indicação de intervenções quando necessário.

Telemedicina no Brasil

No país, a utilização do recurso ainda é bastante restrita, o que se deve principalmente a infraestrutura e a legislação atual que regula sua utilização. A Resolução CFM n° 1.643 de 2002 determina que os recursos tecnológicos de monitoramento, comunicação e envio de dados somente podem ser utilizados com finalidade de assistência, educação e pesquisa em saúde, o que limita bastante sua utilização.

No Amazonas, devido à distância entre as cidades e a difícil acessibilidade aos serviços de saúde de nível terciário, a Telemedicina é muito utilizada no interior do estado com o apoio de hospitais da capital, universidades públicas e do Exército Brasileiro.

No Hospital Militar de Área de Manaus (HMAM) foi implantado o Projeto Telemedicina em parceria com a Universidade Federal Fluminense (UFF) e o Hospital Central do Exército (HCE), o que beneficia pacientes oriundos de locais remotos e regiões de fronteira, onde a presença de especialistas é mais difícil. Por meio de tecnologias avançadas, utilizam-se imagens holográficas, por intermédio de um Consultório de Saúde Virtual (CSV) situado numa região longínqua, conectado a um Centro de Saúde Holográfico (CSH).

A aplicação da holografia possibilita o acompanhamento de pacientes geograficamente distantes, com presteza no atendimento ambulatorial e diminuição dos custos de locomoção. O projeto possibilita que o médico generalista atue sob supervisão de um especialista, em tempo real e com imagens tridimensionais, possibilitando uma interação total entre o paciente, o médico assistente e o especialista.

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Futuro da Telemedicina

A próxima etapa é a popularização das tecnologias de monitoramento, para que se aproxime cada vez mais do cotidiano das pessoas. Nesse sentido, os wearebles e tecnologias portáveis terão um papel fundamental para a evolução da prática médica.

O fortalecimento de canais de comunicação direto entre médico e paciente é outra mudança que deve se fortalecer nos próximos anos.

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Postado em
12/1/18
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