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Os transtornos alimentares (TAs) são uma preocupação excessiva em relação à forma e ao peso corporal que leva a pessoa a adotar comportamentos inadequados, dirigidos à perda de peso. Segundo a ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria), mais de 70 milhões de pessoas no mundo possuem algum tipo de distúrbio alimentar. Os principais, segundo o DSM-5 (Manual Diagnóstico dos Transtornos Mentais), são: pica, transtorno de ruminação, transtorno alimentar restritivo/evitativo, anorexia nervosa (AN), bulimia nervosa (BN) e compulsão alimentar. Os três últimos são disparados os que mais aparecem nas provas. Então bora saber sobre esse assunto super atual.

O que são os transtornos alimentares?

Os TAs são condições de saúde mental graves caracterizadas por uma preocupação obsessiva com a alimentação, peso e forma corporal, que levam a comportamentos alimentares prejudiciais. Esses transtornos podem afetar pessoas de todas as idades, gêneros e origens, e frequentemente coexistem com outros problemas de saúde mental, como depressão, ansiedade e abuso de substâncias.

Principais transtornos alimentares

Pica

O transtorno pica é caracterizado por uma ingestão persistente de substâncias não nutritivas, inadequadas para o desenvolvimento infantil e que não fazem parte de uma prática aceita culturalmente. Algumas complicações clínicas podem ocorrer, principalmente relacionadas ao sistema digestório e possíveis intoxicações.

Transtorno de ruminação

O transtorno de ruminação é definido como a repetida regurgitação de alimentos. Esse alimento pode ser remastigado de novo, deglutido ou cuspido. Vale a pena lembrar que é diferente de um refluxo gastroesofágico ou vômito. A regurgitação nesse transtorno experimenta algo prazeroso.

Transtorno alimentar restritivo/evitativo

O TA restritivo/evitativo é um conceito mais recente do DSM-5. Ele é definido como uma alteração persistente na alimentação que pode resultar em desnutrição grave, perda significativa de peso ou uma falha no ganho de peso, comprometimento do crescimento e/ou uma interferência impactante no funcionamento psicossocial. Um ponto importante é que aqui não há preocupação com a imagem corporal, e sim evitar alimentos devido às suas propriedades sensoriais, apetite diminuído ou falta de interesse por alimentos, ou medo de consequências negativas temidas com a alimentação.

Anorexia nervosa (AN)

A anorexia nervosa é um dos transtornos mentais com maior taxa de mortalidade, caracterizada pela restrição extrema da ingestão calórica, medo intenso de ganhar peso ou de engordar (mesmo estando significativamente baixo) e uma imagem corporal distorcida. Pode haver ausência de crítica da gravidade do baixo peso corporal atual. A AN está muito relacionada com outros transtornos mentais como transtornos de ansiedade e depressão.

Existem dois subtipos de AN:

  1. Tipo restritivo: a perda de peso é atingida por meio de dieta, jejum e/ou exercícios físicos excessivos.
  1. Tipo compulsão alimentar/purgação: além de restringirem a alimentação, ainda ocorrem episódios de compulsão alimentar seguidos de métodos compensatórios para controle de peso (vômitos auto induzidos, laxantes, diuréticos).

A AN possui uma classificação de gravidade baseada no índice de massa corpórea (IMC) atual (ou percentil do IMC em crianças e adolescentes). Alguns pacientes graves podem apresentar até amenorreia. O tratamento é multidisciplinar, envolvendo uma abordagem nutricional e psicoterápica. Não há evidência para medicações, exceto se há comorbidades. Em casos graves, pode haver a necessidade de internação hospitalar.

Bulimia nervosa (BN)

A bulimia nervosa envolve episódios recorrentes de compulsão alimentar seguidos de comportamentos compensatórios inadequados, a fim de evitar o ganho de peso, como vômito autoinduzido, uso excessivo de laxantes ou exercício físico extremo. Embora indivíduos com bulimia possam manter um peso corporal normal, os comportamentos purgativos podem causar desequilíbrios eletrolíticos, problemas gastrointestinais e danos aos dentes. É necessário que esse comportamento tenha uma frequência mínima de uma vez por semana durante três meses, em média.

O DSM-5 classifica a gravidade da BN baseando-se na frequência média semanal dos comportamentos compensatórios inapropriados: leve (1 a 3), moderada (4 a 7), grave (8 a 13) ou extrema (14 ou mais). Na BN, não há distorção corporal como na AN e geralmente os pacientes têm peso adequado ou sobrepeso.

Em pacientes graves, pode haver o Sinal de Russel, que são ulcerações no dorso da mão pelo uso dela para a indução do vômito. Os pacientes podem apresentar distúrbios hidreletrolíticos, como a hipocalemia. Os vômitos podem provocar uma alcalose metabólica por perda de ácidos, e uma das suas consequências é a hipocloremia. Outros distúrbios encontrados são hiponatremia, hipomagnesemia, hipofosfatemia e acidose metabólica (uso de laxativos). O tratamento inclui farmacoterapia, com antidepressivos sendo indicados.

Transtorno de compulsão alimentar

Este transtorno é caracterizado por episódios de ingestão de grandes quantidades de alimentos em um curto espaço de tempo, acompanhados de uma sensação de perda de controle. Ao contrário da bulimia, pessoas com este transtorno não praticam comportamentos compensatórios regularmente. O tratamento é multidisciplinar, e o único fármaco aprovado é a lisdexanfetamina.

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Postado em
22/7/24
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