aleitamento materno traz muitos benefícios para o bebê e também para a própria mãe. O leite materno é rico em uma série de nutrientes que servem como defesa para o organismo do lactente.
Por que, então, é um processo nem sempre colocado em prática com sucesso? Quais são as barreiras enfrentadas no estabelecimento da amamentação?
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Obstáculos
Em geral, notamos mais obstáculos quando a mãe tem o seu primeiro filho, o que revela uma dificuldade natural de adaptação quanto à própria técnica e também à autoconfiança materna sobre o aleitamento.
Uma das perguntas que pode assombrar as mamães é: Será que o meu leite é fraco? Cabe ao pediatra reforçar que o suposto leite fraco não existe. É interessante que sejam usados dados objetivos, como, por exemplo, a observação sobre o peso da criança, semanalmente, mostra o ganho efetivo conseguido com a amamentação exclusiva.
Ganho de peso
Em média, o ganho de peso diário gira em torno de 25 a 30 g. Não devemos nos esquecer de que, nos primeiros dias de vida, há uma perda diária de peso do RN (cerca de 2% ao dia, podendo chegar a 10% em 5 dias), porém, ao final da primeira semana, constatamos o início de franca recuperação. Ao final do primeiro mês de vida, há um acréscimo, em média, de aproximadamente, 700 g em relação ao peso de nascimento.
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Problemas
Alguns problemas que, de fato, podem aparecer são: fissura dos mamilos, ingurgitamento da mama e, ocasionalmente, mastite, ou mesmo abscesso mamário. Nenhum destes deve levar à suspensão da amamentação.
Boa pega
O grande segredo para a resolução desses problemas é a orientação quanto à boa pega no ato da amamentação. O Ministério da Saúde, na sua publicação intitulada Saúde da criança: nutrição infantil (BRASIL, 2009), traz uma ótima descrição de pega correta:
“Quando o bebê pega a mama adequadamente, o que requer uma abertura ampla da boca, abocanhando não apenas o mamilo, mas também parte da aréola, forma-se um lacre perfeito entre a boca e a mama, garantindo a formação do vácuo, indispensável para que o mamilo e a aréola se mantenham dentro da boca do bebê. A língua eleva suas bordas laterais e a ponta, formando uma concha (canolamento) que leva o leite até a faringe posterior e esôfago, ativando o reflexo de deglutição. A retirada do leite (ordenha) é feita pela língua, graças a um movimento peristáltico rítmico da ponta da língua para trás, que comprime suavemente o mamilo. Enquanto mama no peito, o bebê respira pelo nariz, estabelecendo o padrão normal de respiração nasal.”
Corrigindo o procedimento da pega, estaremos a um passo para vencer os obstáculos à amamentação. Quanto ao ingurgitamento da mama, a ordenha manual para retirar o excesso de leite é indicada, enquanto, nos casos de mastite, o uso de antibióticos se faz necessário.
Apoio dos familiares
As mamães, com o apoio de seus familiares e as orientações do pediatra, poderão, na maior parte das vezes, amamentar seus bebês, proporcionando-lhes grande presente.
Nos casos em que, por alguma razão, não for possível a amamentação, os lactentes deverão receber fórmulas lácteas próprias, que também serão úteis para o crescimento e o desenvolvimento adequados.
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