Estou com dor de cabeça, doutor!
Hey, tudo bem?
Cefaleia é um dos assuntos da Neurologia que mais caem nas provas. É um sintoma caracterizado por sensação dolorosa na cabeça com diversas etiologias, sendo que o foco das bancas são as cefaleias primárias. Dentre elas, você deve ficar atento nas seguintes: enxaqueca/migrânea, cefaleia tensional e trigeminoautonômicas (em salvas ou cluster). Você deve saber diferenciar as primárias das secundárias. Então, pra não “te dar dor de cabeça”, aqui vai um resumo para você brilhar e acertar as questões das provas!
O que é cefaleia?
Cefaleia é um sintoma muito prevalente na prática médica, a famosa queixa de “dor de cabeça”. E a primeira pergunta que você deve fazer é: se a cefaleia é primária ou secundária. Cefaleias primárias são as que não possuem uma etiologia que se encontra pelos exames clínicos ou complementares, a dor é sintoma obrigatório, ela é a doença. Dentre elas: enxaqueca ou migrânea, tensional, em salvas e trigeminoautonômicas. E é aqui o foco. Já as secundárias possuem uma etiologia identificável e a dor é um sintoma opcional. Há muitas etiologias, dentre elas: trauma, infecção, acidente vascular encefálico, neoplasias, substâncias, transtorno psiquiátrico, entre outras.
E, aqui, temos os famosos red flags ou sinais de alerta de que essa cefaleia deve ser investigada. E, para lembrar, temos um mnemônico para ajudar a lembrar, o “SNNOPP”:
Enxaqueca ou migrânea
Tem maior incidência no sexo feminino. Na maioria dos casos, é uma cefaleia unilateral, pulsátil, que aparece antes dos 20 anos, com crises de 4 a 72 horas, intensidade moderada a intensa com fotofobia e fonofobia e/ou náuseas e vômitos. Piora com manobras que aumentam o fluxo sanguíneo cerebral (o esforço físico, por exemplo). Ela pode ser classificada em sem ou com aura. Se considera com aura sintomas visuais (luzes, pontos luminosos, os "escotomas"), disfasia e pontadas que siga por mais de 60 minutos.
O diagnóstico é clínico e o paciente deve ter tido, no mínimo, 5 episódios. O tratamento é dividido em agudo e profilático. Claro que, aqui, entram as medidas gerais evitando os fatores desencadeantes e técnicas não farmacológicas. No tratamento agudo (menos de 72 horas): analgésicos simples (dipirona via oral ou endovenosa, paracetamol ou ibuprofeno), triptanos e ou antieméticos.
Se maior de 72 horas, deve adicionar dexametasona. E, atenção, não usar opioides. O tratamento profilático é indicado em pacientes com mais de duas crises por mês, por mais de três meses ou se uma crise por mês grave, e aqui é variado. Podem ser utilizados betabloqueadores, antidepressivos tricíclicos, antagonistas de canal de cálcio e antagonistas dos receptores de serotonina por, no mínimo, 6 meses.
Cefaleia tensional
É a mais frequente em adultos. Diferente da migrânea, se caracteriza por episódios de cefaleia com duração de 30 minutos a sete dias, em aperto, bilateral, não pulsátil, intensidade fraca a moderada, sem aura, não é agravada por esforço físico, náusea/vômitos e/ou com fotofobia ou fonofobia (nunca as duas ao mesmo tempo). O tratamento é semelhante à migrânea. O mais importante é diferenciar na migrânea.
Cefaleias trigeminoautonômicas
Destas, você deve saber da cefaleia em salvas ou cluster, que tem maior incidência no sexo masculino. As crises duram de 15 a 180 minutos, podendo ser até oito ao dia. Dor unilateral, fronto-orbitária e/ou para hemiface do mesmo lado/ipsolateral, sensação de facada, é intensa, podendo haver lacrimejamento, congestão nasal, rinorreia, sudorese na face, miose e edema palpebral, todos do mesmo lado álgico. Interessante que tem predomínio a noite, fazendo com que o paciente acorde. Tem característica de facie leonina e pele “em casca de laranja”.
Aqui também tem um mnemônico para lembrar: “CLUSTERSALVA”:
O tratamento na crise é terapia com oxigênio a 100%, 12 L/min e sumatriptana 6 mg SC. O tratamento profilático pode ser feito com lítio, verapamil, prednisona ou ácido valproico.
Bons estudos!
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REFERÊNCIAS
Shutterstock - Roman Samborskyi. Disponível em https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/overworked-businesswoman-suffering-headache-thinking-how-609134846. Acesso em 16 mai. 2023.