Tem se elevado o número de gestantes com diagnóstico de diabetes. Considerando a prevalência da associação de diabetes mellitus e gestação em torno de 18% na dependência do critério diagnóstico utilizado, e o número total de partos no Brasil de aproximadamente 3 milhões por ano, conclui-se que aproximadamente 400 mil gestantes têm algum tipo de hiperglicemia na gestação.  

É o problema metabólico mais comum durante a gestação e tem prevalência em 3 a 25% das gestações, dependendo do grupo étnico, da população e do critério diagnóstico utilizado.  

A incidência de Diabetes Mellitus Gestacional tem aumentado em paralelo com o aumento do DM2 (diabetes mellitus tipo 2), sedentarismo, obesidade e aumento da idade materna, o que tem contribuído como causa de resistência à insulina, sendo que a maior prevalência de mulheres grávidas hiperglicêmicas encontram-se na faixa de 45 a 49 anos de idade.  

Atualmente, estima-se que uma em cada seis gestações apresente algum grau de hiperglicemia ao longo de sua evolução. Assim, percebe-se que Diabetes Mellitus Gestacional é um grave problema de saúde pública, dada sua grande prevalência e, claro, seus desfechos perinatais negativos.  

Para saber mais sobre o cenário atual da diabetes no mundo, acesse: IDF Diabetes Atlas

O que é diabetes gestacional?

O Diabetes Mellitus Gestacional (DMG) ou mais comumente conhecido como diabetes gestacional, é a presença de hiperglicemia detectada pela primeira vez durante a gravidez, porém com níveis de glicemia que não alcançam os critérios para o diagnóstico de diabetes mellitus (DM). Ou seja, não entram os casos de DM presentes antes da gestação (DM tipo 1, DM tipo 2 e outros tipos de diabetes) ou diagnosticados na gravidez. Então, para não cair em pegadinhas:

Leia também: Diabetes gestacional: fatores de risco e tratamentos

Causas da Diabetes Mellitus Gestacional

A gestação por si só já caracteriza um estado de resistência à insulina. Essa condição, aliada à intensa mudança nos mecanismos de controle da glicemia, em função do consumo de glicose pelo embrião e feto, pode contribuir para ocorrência de alterações glicêmicas.  

Alguns hormônios produzidos pela placenta e outros aumentados pela gestação (lactogênio placentário, cortisol e prolactina) podem promover redução da atuação da insulina em seus receptores e, consequentemente, um aumento da produção de insulina nas gestantes saudáveis.  

Esse mecanismo, entretanto, pode não ser observado em gestantes que já estejam com sua capacidade de produção de insulina no limite. Essas mulheres têm insuficiente aumento de produção de insulina e, assim, podem desenvolver diabetes durante a gestação. E essa hiperglicemia durante a gestação aumenta o risco de piores desfechos perinatais e desenvolvimento de doenças futuras.  

Sintomas da Diabetes Mellitus Gestacional

A Diabetes Mellitus Gestacional não apresenta sintomas evidentes, apenas alguns sinais que podem ser confundidos facilmente com a gravidez, como cansaço, ganho de peso excessivo da gestante ou do bebê, apetite acima do normal, vontade mais frequente de urinar. Por isso, é muito importante o acompanhamento pré-natal e a realização de exames.  

Exames

Em caso que o diagnóstico da Diabetes Mellitus Gestacional seja confirmado, a gravidez já é considerada de alto risco e é necessário o acompanhamento dessa gestante com os seguintes exames:  

  • Glicemia e hemoglobina glicada a cada trimestre
  • Função renal — ureia, creatinina, clearance de creatinina, proteinúria de 24 horas ou relação proteína/creatinina urinárias (spot urinário) a cada trimestre
  • EAS e urocultura mensais (todas as gestantes com diabetes)  
  • Fundoscopia a cada trimestre
  • ECG e avaliação cardiológica no primeiro trimestre  
  • TSH, T4 livre e anti-TPO
  • Ecocardiografia fetal: entre 24 a 28 semanas em diabéticas prévias
  • Dopplerfluxometria a partir de 32 semanas
  • Ultrassonografia (USG) obstétrica a partir de 28 a 30 semanas para avaliação de líquido e peso fetal
  • Cardiotocografia: semanal a partir de 32 semanas para pacientes em uso de insulinoterapia e para DMG em uso de dieta

Dia Mundial do Diabetes

E, para reforçar a conscientização a respeito da doença (de todos os tipos de diabetes mellitus) e evidenciar a importância da prevenção, foi criado pela Federação Internacional de Diabetes (IDF) e pela Organização Mundial de Saúde (OMS) o Dia Mundial do Diabetes, celebrado em 14 de novembro, mais conhecido como “Novembro Diabetes Azul”. O tema adotado para as campanhas dos anos de 2021 a 2023 é “Acesso aos Cuidados da Diabetes”.  

Leia mais em: Novembro Azul Diabetes

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Bons estudos!

Por Julia da Silveira Gross

Graduada em Medicina pela Universidad del Norte (2021), revalidado pela Universidade Federal Fluminense, possui mestrado em Ciências do Movimento Humano pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2014), especialização em Fisiologia do Exercício (2013) e graduação em Educação Física pela UFRGS (2011).

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Postado em
16/2/23
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