Hey, tudo bem?

Super tema para as provas e baita assunto de Gastroenterologia, que despenca nas provas. O Esôgafo de Barret (EB) é uma metaplasia intestinal e está intimamente ligado à DRGE (Doença do Refluxo Gastroesofágico), já que esta última faz com que o pH ácido no refluxo gastroesofágico crônico inflame a mucosa do esôfago, ocorrendo uma adaptação e substituição o epitélio.

Esôfago de Barret

O esôfago de Barrett é uma metaplasia, nas quais as células do revestimento do esôfago são substituídas por células que se assemelham às encontradas no intestino. Ou seja, há substituição do epitélio estratificado escamoso da porção distal do esôfago por epitélio do tipo colunar metaplásico (parecido com intestino) em resposta ao dano crônico. Isso acaba aumentando a predisposição ao desenvolvimento de adenocarcinoma de esôfago distal (cuidado aqui). Como eu disse anteriormente, o esôfago de Barrett está frequentemente associado ao refluxo gastroesofágico crônico, já que ácido do estômago flui para o esôfago de forma persistente.

Leia mais: Doença do Refluxo Gastroesofágico: do diagnóstico ao tratamento

Geralmente, as questões trazem homem, meia-idade, fumante, obeso, com pirose e regurgitação de longa data. Além disso, os pacientes apresentam sinais e sintomas de DRGE, como pirose, regurgitação, dor retroesternal, tosse seca, odinofagia, pigarro.

Na presença de esofagite grau C ou D de Los Angeles, recomenda-se repetir a endoscopia após 8-12 semanas de IBP para excluir a presença de Barret subjacente. A biópsia está indicada para

confirmar o diagnóstico. Em termos mais específicos, o esôfago de Barret é diagnosticado quando a mucosa esofágica normal é substituída por epitélio metaplásico colunar, contendo células caliciforme.

Vale lembrar que no Grau C da DRGE são detectadas várias feridas que se unem umas às outras. No entanto, elas atingem menos do que 75% da circunferência do esôfago. Já no grau D, que é o último nível de classificação de Los Angeles, são identificadas várias erosões que se unem e afetam no mínimo 75% das paredes do esôfago.

O EB é classificado pela sua extensão:

  • curto: extensão menor que 3 cm (3 a 5% dos pacientes com DRGE);
  • longo: maior de 3cm (3 a 5% dos pacientes com DRGE).

O monitoramento regular do esôfago de Barret é essencial devido ao risco aumentado de desenvolvimento de adenocarcinoma. Até o momento EB não apresenta tratamento eficaz. O tratamento pode envolver a gestão do refluxo gastroesofágico através de modificações no estilo de vida, medicamentos antiácidos ou, em casos mais graves, procedimentos cirúrgicos. É fundamental que os pacientes com esôfago de Barret se submetam a exames de acompanhamento periódicos para detectar precocemente quaisquer sinais de progressão para câncer e permitir a intervenção adequada. O objetivo aqui é diminuir a progressão da doença.

Esse tratamento clínico envolve IBP (inibidores de bomba de prótons) regular, se for os de primeira geração (omeprazol e pantoprazol) usar dose dobrada divida em duas tomadas diárias. Já os de segunda geração (esomeprazol, rabeprazol) pode ser usado 1 dose pela manhã.

Quanto ao seguimento endoscópico, deve ser realizada EDA com biópsia nos quatro quadrantes a cada 2 cm se não houver irregularidade da mucosa, ou a cada 1 cm se houver (ressecando as irregularidades):

  • sem displasia: cada 3 a 5 anos (risco de câncer é baixo);
  • displasia de baixo grau: a cada 6 meses; ou erradicação endoscópica com radiofrequência;
  • displasia de alto grau ou carcinoma intramucoso: erradicação ou esofagectomia.

Em alguns casos, pode haver displasia indeterminada. Nesses, deve-se realizar tratamento clínico por 8 semanas, seguido por novas biópsias. Caso se repita como indeterminada, é considerado displasia de baixo grau.

Bons estudos!!!!

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Referências:


Shutterstock. Orawan Pattarawimonchai: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/gastroesophageal-reflux-disease-gerd-acid-symptoms-1994470688  

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Postado em
10/1/24
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