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Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz) divulgou recentemente que a médica infectologista e chefe do laboratório de Pesquisa Clínica em DST e HIV do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/FioCruz), Beatriz Grinstejn, coordenará, aqui no Brasil, um estudo pioneiro no mundo de implementação da Profilaxia Pré-Exposição Injetável, a PrEP injetável, fazendo uso de cabotegravir de ação prolongada. 

A fase do estudo se inicia após o cabotervir ter obtido registro da Food and Drug Administration (FDA) aos resultados do ensaio clínico HPTN 083, coordenado, em nível global, também por Grinstejn em parceria com Raphael Landovitz, pesquisador e professor da Universidade da California em Los Angeles (UCLA). Classificado como ensaio clínico de nível 3, a pesquisa recebeu investimento do National Institute of Allergy and Infectious Diseases/National Institutes of Health (NIAID/NIH).

Em entrevista à página da FioCruz, Grinstejn explica que a PrEP injetável a partir do cabotegravir de ação prolongada (CAB LA) demonstrou eficácia na proteção contra o HIV nas populações nas quais foi testada. A aplicação ocorre em fases: o indivíduo exposto a risco frequente recebe uma primeira injeção; a segunda, quatro semanas depois; a partir daí, o indivíduo deverá retornar ao serviço de saúde para receber novas doses a cada oito semanas.

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Entenda como será o novo estudo com PrEP injetável no Brasil

Na nova fase, o CAB LA passará a ser testado em uma fase de implementação que deverá durar cerca de dois anos. Isso significa que a PrEP injetável será utilizada na prática e, para isso, contará com a coordenação do INI/Fiocruz de seis centros de pesquisas que integram a rede de oferta de PrEP via Sistema Único de Saúde (SUS). Para que chegue até a população, nessa fase inicial, o cabotegravir utilizado será doado. 

A expectativa da coordenadora do estudo é de a luta contra a epidemia de HIV/Aids seja levada a um novo nível a partir do uso da PrEP injetável, uma vez que muitas pessoas vulneráveis acabam ficando expostas ao desenvolvimento de HIV/Aids por dificuldades de aderir à PrEP Oral.

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Como funciona a Profilaxia de Pré-Exposição até então?

Indivíduos que tenham risco substancial de contrair HIV/Aids têm a opção de aderir à prevenção adicional contra o vírus por meio do uso de PrEP Oral, fornecida pelo SUS.

Entre os medicamentos antirretrovirais oferecidos estão o Tenofovir (TDF) e a Emtricitabina (FTC), que devem ser de uso diário para que forneçam o grau de proteção desejado.

A ação do medicamento combinado pode variar de pessoa para pessoa. No entanto, recomenda-se que o indivíduo aguarde o período de sete dias de uso contínuo da medicação para que se exponha a relações anais sem proteção, e de cerca de 20 dias para que tenha relações vaginais sem adoção de método de barreira.

De acordo com a Unaids, a PrEP oral à base de TDF tem boa eficácia na proteção contra o vírus, independentemente do gênero do indivíduo exposto. Além disso, os riscos colaterais associados ao uso do antirretroviral têm sido muito baixos.

Conheça 6 iniciativas que devem fazer parte do conjunto de ações preventivas contra a infecção por HIV, além da adoção de PrE

  1. Testagem para HIV – cujo objetivo é excluir a contaminação por HIV;
  2. PrEP – visa reduzir o risco de infecção por HIV;
  3. Uso de preservativos de forma regular – com objetivo de prevenir HIV e outras ISTs;
  4. Diagnóstico precoce e tratamento de ISTs – com foco principal em sífilis e clamídia;
  5. Testagem de hepatites virais – caso o paciente seja portador de HBV, deverá receber monitoramento também das funções hepáticas ao adotar uso de PrEP;
  6. Imunizações – recomendadas tanto para a proteção de HBV quanto HAV, em casos de testagem negativas para as infecções.

Segundo o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para PrEP de Risco à Infecção pelo HIV, elaborado pelo Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis, do HIV/Aids e das Hepatites Virais, do Ministério da Saúde, se enquadram entre as populações que cumprem os critérios para o recebimento de PrEP.

  • Gays e homens que fazem sexo com outros homens, pessoas trans e profissionais do sexo – desde que pratiquem relação anal ou vaginal sem uso de preservativo por tempo superior a seis meses e/ou tenha episódios repetidos de ISTs e/ou faça uso repetido de Profilaxia Pós-exposição (PEP)
  • Parceiros sorodiscordantes para o HIV – que tenham relação sexual anal ou vaginal com pessoa infectada pelo HIV sem uso de preservativo. 

O início da profilaxia, no entanto, deverá ocorrer mediante testagem negativa para HIV.

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Postado em
11/4/22
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