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á falamos aqui algumas vezes sobre a densidade e a quantidade dos conteúdos estudados ao longo da graduação em Medicina, e dos posteriores cursos de especialização.

O fato é que, a ciência está em frequente evolução e a velocidade em que surgem as atualizações na área médica, tornam quase impossível que o médico ou estudante em formação consiga absorver todas as mudanças que são publicadas diariamente.

Além disso, a formação médica, por mais completa que seja, não consegue abranger todas as nuances que possam aparecer ao longo da prática, bem como não preparam de forma completa o médico para analisar e ter domínio de toda a evidência em sua prática clínica.

É nesse contexto que aparecem os guidelines.

Desenvolvidos para auxiliar tanto nos estudos, quanto na prática médica, esses recursos se tornaram fundamentais no processo de tomada de decisões clínicas, bem como na parte da organização estrutural dos atendimentos.

Leia também: O que é suporte à decisão clínica?

O que são os guidelines?

O conceito de guideline foi apresentado pela primeira vez em 1990, por Field e Lohr, e a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) adaptou o conceito para facilitar a sua compreensão em nosso país:

Guidelines são recomendações desenvolvidas de forma sistemática, com o objetivo de auxiliar profissionais e pacientes na tomada de decisão em relação à alternativa mais adequada para o cuidado de sua saúde em circunstâncias clínicas específicas.”

Em tradução ainda mais simples, as “clinical guidelines” são as nossas diretrizes clínicas. Mas atenção! É importante não confundir diretrizes com protocolos clínicos.

Diretrizes clínicas x Protocolos clínicos

É muito comum confundir os guidelines ou diretrizes, com os protocolos clínicos, mas há uma diferença substancial entre eles.

As diretrizes trazem todas as evidências científicas existentes sobre um determinado tema, de uma forma mais completa e detalhada. Elas abordam as nuances para o tratamento efetivo do paciente, sistematizando todo o conhecimento científico existente sobre determinada doença e detalhando os processos de prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação.

os protocolos, derivam das diretrizes. Eles funcionam como uma adaptação das recomendações apresentadas pelas diretrizes, são os fluxos de atendimento criados a partir do que os guidelines apresentaram.

Os protocolos são a garantia de que as recomendações sejam realmente aplicadas na prática médica, são a viabilização de se aplicar no dia a dia o que consta na literatura científica.

E para quem, de fato, servem os guidelines?

Aqui, podemos falar sobre duas aplicabilidades importantes.

Quando falamos sobre a formação médica, e sobre a dificuldade do processo formativo conseguir abarcar todos os conteúdos aos quais os médicos deveriam ser apresentados, as diretrizes vêm para suprir essa questão.

Por se tratar de um compilado completo e detalhado de toda a literatura existente baseada em evidências científicas, os guidelines se tornam uma ferramenta de grande valor para que esses estudantes consigam conhecer de forma mais aprofundada diversas temáticas.

Já no ambiente da prática médica, as diretrizes executam o importante papel de unir toda a literatura existente sobre determinada temática, todas as atualizações e as principais recomendações, garantindo que seja possível realizar práticas mais modernas e completas no atendimento aos pacientes.

É importante destacar que, seria humanamente impossível, diante de toda a evolução diária existente na área médica, que sem o auxílio desses suportes, os médicos e estudantes, buscassem as atualizações por si só.

Inclusive, é neste momento que entram os aplicativos de suporte às decisões clínicas, facilitando ainda mais o acesso dos profissionais da saúde, por meio da tecnologia, a estas informações.

A sua aplicação tem um caráter educacional!

Talvez essa seja uma das melhores definições sobre como aplicar as diretrizes, afinal, elas têm por objetivo o compartilhamento e facilidade de acesso às pesquisas já realizadas, a um conhecimento atualizado, permitindo que seja realizado o controle da qualidade dos atendimentos e procedimentos.

Ou seja, ela permite que o profissional tenha contato direto com a informação mais atualizada sobre determinado tema.

Mas não fica somente nisso.

A aplicação das guidelines contribuem também diretamente para a melhoria da prática clínica e para a redução dos custos com a saúde. Por meio delas, o profissional tem acesso à diversidade de condutas e tratamentos apoiados pela comunidade científica, e pode aplicar de acordo com a sua experiência em seu local de atuação, considerando os recursos disponíveis no local, bem como a condição social do paciente.

Mas os guidelines são realmente confiáveis?

Claro que é importante verificar todo documento ou material que nos são disponibilizados, para atestar a sua veracidade. Porém, quando falamos das guidelines elas são totalmente seguras.

As diretrizes são, inclusive, utilizadas como regulamentação de conduta médica em alguns locais, sendo a referência para investigações médicas, e também de custos operacionais.

O documento é elaborado por meio de um consenso de um grupo de especialistas, e possui um formato estruturado e rígido. Além disso, todas as orientações constantes na diretriz precisam ser fundamentadas com a bibliografia que resultou naquele entendimento, o que o torna um documento extremamente completo.

Além disso, as diretrizes estão em constante atualização à medida que os estudos de determinada temática avançam, o que as tornam referência.

A comunidade médica internacional reforça a confiabilidade dos guidelines.

Inclusive, existem orientações importantes da comunidade internacional para a criação dos guidelines.

Por exemplo, os centros de medicina baseada em evidências do National Health Service, e do Ministério da Saúde de Portugal, recomendam que seja apresentada a literatura científica associada a uma classificação ligada à força de evidência científica do trabalho.

Neste contexto, as informações são distribuídas em quatro grupos, o que facilita a compreensão do grau de complexidade do documento.

  1. Estudos experimentais e observacionais de melhor consistência;
  2. Estudos experimentais e observacionais de menor consistência;
  3. Relatos ou séries de casos;
  4. Publicações baseadas em consensos ou opiniões de especialistas.

A importância do suporte à tomada de decisões clínicas

Viu como os guidelines, ou diretrizes, além de fundamentais são grandes facilitadores do dia a dia médico?

Dentro dessa esfera, de forma cada vez mais tecnológica, podemos incluir os aplicativos de suporte de tomada de decisões clínicas.

Um grande exemplo é o Whitebook Clinical Decision, que é considerado o aplicativo número 1 do Brasil de suporte à tomada de decisões.

Ele entra como uma grande referência de pesquisa para os profissionais de saúde, funcionando como uma biblioteca médica, disponibilizando diversas bibliografias, protocolos, fluxogramas, dentre outros documentos de referência, para tornar ainda mais ágil e completo o seu atendimento.

O Whitebook Clinical Decision é um produto PEBMED, uma empresa do Grupo Afya, assim como a Medcel.

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Postado em
20/1/22
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