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ual, então, a estratégia prática para abordar com segurança vítimas de trauma abdominal?  

Atuando há muito tempo na prática cirúrgica, no programa ATLS® e na docência, do meu ponto de vista, o ponto chave é usar os conceitos básicos e dividir o trauma em penetrante ou contuso e as vítimas em estáveis ou instáveis hemodinamicamente.  

Pode reparar, se você estiver frente a um paciente ou frente a uma questão de prova, esse conceito vai te livrar de muitas armadilhas. Essa divisão didática é o começo do caminho para responder a grande pergunta em relação a essas vítimas: precisa ou não operar?  

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Ferimento por arma de fogo

Uma subdivisão acontece em relação ao trauma penetrante, é dividido em ferimento por arma de fogo e ferimento por arma branca.

Guarde bem esse conceito: vítima de ferimento abdominal por arma de fogo, independente se estável ou instável hemodinamicamente, geralmente tem a laparotomia indicada.  

A exceção descrita é em vítimas estáveis hemodinamicamente, com ferimentos tangenciais, onde o orifício de entrada se encontre no máximo há 10 cm do orifício de saída, que serão passíveis de observação e acompanhamento sem a cirurgia ser automaticamente indicada.

Ferimento por arma branca

Em relação a ferimentos de arma branca, o conceito de diferenciar entre vítimas estáveis e instáveis começa a ganhar importância: instáveis hemodinamicamente, com ferimento penetrante por arma branca no abdome, não há dúvidas, é igual a laparotomia.

Mas, se levou a “facada” e está estável hemodinamicamente? Aí tem umas dicas importantes:

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Trauma Contuso e indicação de laparotomia

Agora, a “pedra no sapato” é o trauma contuso. Se a vítima, instável hemodinamicamente, tiver apenas trauma abdominal e existir a certeza de que não há outras possíveis fontes de sangramento, está automaticamente indicada a laparotomia.  

Caso exista dúvidas sobre as fontes de sangramento, ou existir outras lesões que possam levar a choque hipovolêmico, como trauma pélvico ou fratura de ossos longos, o ideal é confirmar o hemoperitônio mediante um lavado peritoneal diagnóstico ou ultrassom fast que, se forem positivos, demandam intervenção cirúrgica.

E se a vítima de trauma abdominal estiver estável?  

Obviamente, se tiver sinais claros de irritação peritoneal, deve ser operado. Porém, se não tiver, mesmo que tenha dor, a “regra é clara”: está indicada a tomografia computadorizada de abdome total com contraste venoso, que tem a capacidade de verificar líquido na cavidade, pneumoperitônio e principalmente diagnosticar ou graduar lesões de vísceras parenquimatosas.  

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Conduta em vítimas de trauma abdominal

Sobre a conduta, caso tenha pneumoperitônio, que é indicativo de lesão de víscera oca, ou caso tenha líquido na cavidade sem lesão parenquimatosa, que é indicativo de sangramento do mesentério ou lesão de víscera oca com extravasamento de suco entérico, merecem laparotomia.

Caso a tomografia acuse apenas lesões de vísceras parenquimatosas as vítimas são passíveis de tratamento não operatório, mas lembre-se bem: o que baliza o tratamento não operatório, é a manutenção da estabilidade hemodinâmica.

Esse foi um resumo do “mapa da mina” em relação ao trauma abdominal, cujo conteúdo mais completo você pode encontrar no nosso material exclusivo para alunos Medcel. E, não se iluda, siga esse roteiro que é sucesso garantido.

Bons estudos!

Por João Ricardo F. Tognini

Cirurgião geral. Mestre e Doutor em Técnicas operatórias e cirugia experimental pela UNIFESP – SP. Professor titular da faculdade de medicina da UFMS. Diretor e State Faculty – Núcleo ATLS – American College of Surgeons. Membro titular do Colégio Brasileiro de Cirurgiões

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REFERÊNCIAS

Shutterstock — Peter Porrini. Disponível em: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/abdomen-prepare-abdominal-surgery-sterile-drape-2281614161. Acesso em: 09 mai. 2023.  

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Postado em
9/5/23
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