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O que é fibromialgia?  

A fibromialgia é uma síndrome crônica caracterizada por dor musculoesquelética generalizada, fadiga, distúrbios do sono e uma variedade de sintomas somáticos e psicológicos, sem causa orgânica identificável. Este ano, está sendo bastante comentada porque há projetos de lei defendendo que os portadores de fibromialgia tenham os mesmos direitos que pessoas com deficiência, entre outros direitos. Então esse assunto é prato cheio para as provas, você não vai querer ficar fora dessa, né? Então bora lá saber mais para brilhar nas provas!

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Segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), a fibromialgia afeta aproximadamente 2,5% da população mundial, sendo mais comum em mulheres, especialmente na faixa etária entre 30 e 50 anos. Ela pode ocorrer em todas as raças e etnias, e a prevalência tende a aumentar com a idade.

A fisiopatologia da fibromialgia é multifatorial — fatores genéticos, epigenéticos e ambientais — e não completamente elucidada, mas envolve alterações no processamento da dor central, sensibilização periférica e disfunção do sistema nervoso autônomo.

Sensibilização central e neurotransmissores

A sensibilização central é um fenômeno no qual o Sistema Nervoso Central (SNC) se torna hiper-responsivo a estímulos dolorosos e não dolorosos. Pacientes com fibromialgia apresentam amplificação da dor, conhecida como alodinia — dor resultante de estímulos normalmente não dolorosos — e hiperalgesia — aumento da sensibilidade a estímulos dolorosos.

São observadas alterações nos níveis de neurotransmissores, como aumento de substância P, glutamato e fator de crescimento do nervo e diminuição de serotonina, norepinefrina, dopamina e ácido gamaminobutírico (GABA). A diminuição da atividade de neurotransmissores inibitórios e o aumento da atividade de neurotransmissores excitatórios contribuem para a sensibilização central e a percepção aumentada da dor.

Disfunção do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal

A disfunção do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal, que regula a resposta ao estresse, também é comum em pacientes com fibromialgia. A resposta inadequada ao estresse pode exacerbar os sintomas e contribuir para a cronificação da dor.

Sintomas da fibromialgia

A fibromialgia é uma síndrome multifacetada com ampla gama de sintomas. O quadro clínico é composto de:

  • Dor musculoesquelética difusa: presente em ambos os lados do corpo, acima e abaixo da cintura, e em pelo menos 11 dos 18 pontos sensíveis;
  • Fadiga: frequente e debilitante, não aliviada pelo repouso;
  • Distúrbios do sono: sono não restaurador, insônia e síndrome das pernas inquietas;
  • Distúrbios cognitivos: dificuldade de concentração, memória prejudicada e "nevoeiro cerebral";
  • Sintomas somáticos: cefaleias, distúrbios gastrintestinais — síndrome do intestino irritável —, disfunção temporomandibular e dismenorreia.

No exame físico, ocorre dor à palpação de múltiplos grupos musculares e articulações, sem sinais de sinovite.

Diagnóstico da fibromialgia

O diagnóstico é clínico, e cuidado: o diagnóstico da fibromialgia não é de exclusão e pode coexistir com outras doenças.

Os critérios diagnósticos atuais, estabelecidos pelo American College of Rheumatology (ACR) em 2010 e atualizados em 2016, incluem, resumidamente:

  • Dor generalizada: dor em pelo menos quatro das cinco regiões do corpo;
  • Índice de dor generalizada (WPI): pontuação baseada no número de áreas dolorosas;
  • Escala de gravidade de sintomas (SSS): avaliação da gravidade dos sintomas, incluindo fadiga, sono não restaurador e sintomas cognitivos;
  • Duração dos sintomas: presença de sintomas por pelo menos três meses.

Exames de rotina devem ser pedidos, como hemograma, VHS, PCR, creatinina, eletrólitos, TGO, TGP e TSH.

Os principais diagnósticos diferenciais são: polimialgia reumática, hipotireoidismo, artropatias inflamatórias e depressão, entre outros.

Tratamento da fibromialgia

O tratamento da fibromialgia é multidisciplinar, incluindo orientação sobre a doença, higiene do sono, atividade física, terapia cognitivo-comportamental para alívio dos sintomas e melhora da qualidade de vida. As abordagens terapêuticas incluem:

  • Analgésicos: como adjuvantes no tratamento, mas têm pouca evidência no controle da dor;
  • Anti-Inflamatórios Não Esteroides (AINEs) e corticoides: devem ser evitados;
  • Relaxantes musculares: ciclobenzaprina 5 a 30 mg/d;
  • Antidepressivos: Inibidores da Recaptação de Serotonina e Norepinefrina (IRSNs), como duloxetina, venlafaxina e desvenlafaxina, e antidepressivos tricíclicos, como amitriptilina;
  • Anticonvulsivantes: pregabalina e gabapentina são eficazes no alívio da dor neuropática associada à fibromialgia.

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Referência:

PERFECT WAVE. Pinched nerves, tensed sore muscles, fibromyalgia ache due sedentary lifestyle and incorrect posture concept. Caucasian ethnicity frowning woman sitting at desk in front of laptop, touch neck feels. [20--?]. 1 fotografia. Shutterstock. Disponível em: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/pinched-nerves-tensed-sore-muscles-fibromyalgia-1950635638. Acesso em: 23 jul. 2024.

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Postado em
25/7/24
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