eja qual for a especialidade, o trabalho do médico está centrado, essencialmente, no contato com o paciente. E isso ocorre porque qualquer consulta exige que etapas determinantes sejam seguidas, entre elas: a anamnese, o exame físico, e a orientação do paciente para realização de exames ou tratamento, de acordo com a hipótese diagnóstica ou diagnóstico. Sendo assim, a comunicação entre médico e paciente é um ponto fundamental do cuidado com a saúde.
Além disso, a boa comunicação é especialmente importante porque a qualidade da interação entre o médico e o paciente é a variável de maior peso no processo de atenção médica. E isso ocorre porque, ao se comunicar positivamente, o médico consegue envolver mais o paciente na própria consulta, tornando-o um agente mais ativo com o próprio cuidado e dando vida ao que a medicina vem chamando de Atenção Médica Centrada no Paciente.
Compreendendo o contexto de comunicação entre médico e paciente
Em sua publicação “A Comunicação Médico Paciente”, o médico, professor titular da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP) e presidente do Instituto Butantan Dimas Tadeu Covas lista a habilidade de comunicar o conteúdo da consulta como a mais importante entre as necessárias para um médico. E, segundo Covas, para isso, caberá ao profissional também entender com clareza quais as dificuldades do paciente de compreender o que está sendo dito e trabalhar essas questões a fim de evitar que o indivíduo saia do consultório com dúvidas.
O autor afirma ainda que é importante que o médico esteja aberto a compreender ideias, preocupações, expectativas e aspectos socioemocionais relativos ao paciente, pois só assim a comunicação poderá ser melhorada e a consulta mais assertiva, com o desenvolvimento de uma boa relação entre médico e paciente.
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Como melhorar a comunicação entre médico e paciente em 6 passos?
- Seja cordial e respeitoso – Cumprimentar o paciente de maneira adequada, recebendo-o, olhando para ele e perguntando o nome; deixar o paciente confortável e à vontade para começar a falar e questionar o motivo que o levou até àquela consulta são bons passos iniciais a serem seguidos.
- Mantenha uma comunicação clara e direta – Pesquisadoras da Universidade Estadual do Ceará (UECE) avaliaram como se dá a relação médico-paciente na atenção primária. Para isso, concentraram seu estudo em informações de duas unidades de Saúde da Família de Fortaleza, no Ceará. Do ponto de vista do paciente, foi evidenciada a satisfação quando, na opinião dele, o médico “só anota a receita depois que você entendeu tudo o que ele explicou”. Já da perspectiva dos profissionais, “você tem que olhar para o paciente, para ele sentir que está sendo importante para você”.
- Coloque-se no lugar do paciente – A sensibilidade e empatia foram outros pontos destacados por pacientes desse mesmo estudo feito por pesquisadoras da UECE. Abrir espaço para a escuta de eventuais angústias e informações que podem parecer irrelevantes para o fechamento do quadro mas, por outro lado, contribuem para o estabelecimento de uma relação de confiança entre médico e paciente.
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- Confirme os problemas relatados pelo paciente – Essa técnica de repetição do que foi dito de forma clara e resumida contribui para que o paciente note que está sendo ouvido com atenção e ainda favorece o complemento de alguma informação que pode ter ficado de fora da apresentação da queixa inicial do paciente.
- Durante o exame físico, explique o processo e peça permissão – Esclarecer o que está sendo feito pode ajudar a evitar silêncios constrangedores, além da falta de confiança do paciente no que o médico está fazendo, principalmente em situações em que o exame parece não estar relacionado à queixa principal.
- Antes de finalizar a consulta, envolva o paciente nos próximos passos – Comunicar o que é esperado do paciente, e se certificar de que ele compreendeu o que precisa ser feito, favorece a assertividade da comunicação e ainda contribui para engajar o paciente no tratamento.
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