Atualizado em 08/03/2024
O estudo Demografia Médica no Brasil 2023, publicado por meio de um acordo de cooperação técnica entre a Universidade de São Paulo (USP) e o Associação Médica Brasileira (AMB), indica que nos últimos 10 anos, de 2012 a 2022, houve um aumento de 84% no registro de médicos especialistas. De acordo com a pesquisa, o Brasil tem 495.716 mil médicos com título de especialista em alguma área médica.
Apesar do alto percentual de profissionais especialistas, saber qual área seguir costuma ser a dúvida de todo estudante de Medicina ou mesmo dos médicos recém-formados. Para escolher a especialidade médica, é preciso considerar o processo para formação, bem como as suas expectativas para atuação no futuro, além de vários outros pontos importantes.
Com tantas opções, não é fácil escolher o melhor para você, mas existem alguns fatores que podem ajudar nesse momento. Se você está em dúvida sobre qual especialidade médica seguir, continue a leitura desse post e confira algumas dicas que podem servir como direcionamento para a sua decisão. Saiba mais a seguir.
Confira na íntegra: Cresce o número de médicos especialistas no Brasil
O que levar em consideração na hora da decisão?
Escolher a especialidade médica é uma decisão pessoal e você é a única pessoa que saberá qual delas combina mais com a sua realidade e os seus desejos enquanto médico.
É válido ressaltar que um bom exercício para descobrir a especialidade que combina mais com você é primeiro imaginar a realidade de trabalho que você gostaria de ter. Sendo assim, pergunte a si mesmo:
- Em que local prefere atuar?
- Está apto a uma rotina corrida ou prefere mais tranquilidade?
- Tem preferência por algum público específico?
- Considerar tratar pacientes com doenças incuráveis é plausível para você?
- Sente-se mais confortável em lidar com promoção da saúde?
- Sente-se mais atraído pela ideia de uma agenda com horário marcado para pacientes ou por situações de imprevisibilidade?
Responder essas perguntas pode te ajudar a eliminar opções e ir filtrando as especialidades médicas que são mais a sua cara. Depois disso, é hora de colocar os prós e contras de cada um lado a lado e definir quais as suas prioridades.
Sabemos que existem médicos que desde o início da graduação sabem exatamente em qual área desejam atuar, outros mudam de ideia ao longo do caminho enquanto muitos não sabem o que escolher.
O processo de decisão no vestibular pode ter sido muito similar e é normal que haja dúvidas, por isso, ter conhecimento sobre as especialidades médicas, entender sobre os diferentes processos de formação, além de avaliar os fatores abaixo é essencial para que você escolha bem.
Leia também: Residência médica: quais são as especialidades mais procuradas?
9 fatores a serem considerados ao escolher a especialidade médica
A escolha da especialidade médica é a determinação do seu futuro na carreira de Medicina, por isso, é preciso pensar com cuidado e entender os pormenores da decisão. Listamos alguns fatores que podem impactar a sua decisão e cabe a você refletir sobre eles de acordo com a sua realidade. Confira:
1. Momento pessoal x visão de carreira
Embora pouco se fale sobre isso, dedicar-se a uma carreira não precisa – e nem deve – ser sinônimo de abrir mão de ter vida pessoal, construir relacionamentos positivos e até mesmo uma família. No entanto, é preciso compreender que algumas escolhas para a carreira podem não ser condizentes com o momento pessoal que se está vivendo e vice-versa. Por isso, vale observar bem esses fatores no momento da escolha da especialidade médica para que seja possível conciliar as situações sem frustrações.
2. Interesses durante a graduação
Durante o internato existe a oportunidade de vivenciar a experiência de atuar com médico. Ao colocar em prática os aprendizados fica mais fácil identificar aquilo que se gosta mais ou mesmo aquilo que não te agrada tanto, considerando as múltiplas áreas da medicina.
Tente lembrar quais os momentos em que você mais se sentiu realizado ao longo do internato, revisite as disciplinas da graduação e relembre o que sempre cativou sua atenção. É válido ressaltar que os estudos não se encerram, portanto, é preciso escolher uma especialidade em que você realmente queira se aprofundar.
3. Vagas disponíveis e processos seletivos
Se você gosta de saber quais as áreas que são mais procuradas para especialização, a pesquisa Demografia Médica no Brasil também traz esses dados. A pesquisa mostra as especialidades mais e menos procuradas. Confira a seguir a listagem completa:
- Clínica Médica: 14,2%
- Pediatria: 10,9%
- Ginecologista e Obstetrícia: 9,2%
- Anestesiologia: 7,1%
- Medicina de Família e Comunidade: 5,5%
- Ortopedia e Traumatologia: 5,5%
- Cirurgia Geral: 3,8%
- Psiquiatria: 3,8%
- Radiologia e Diagnóstico por Imagem: 3,4%
- Oftalmologia: 3%
- Cardiologia 2,8%
- Neurologia: 2%
- Dermatologia: 1,7%
- Urologia 1,5%
- Neurocirurgia: 1,4%
- Infectologia: 1,2%
- Medicina Intensiva: 1%
Também é válido considerar onde você fará a sua Residência Médica e como funciona o processo seletivo para entrar. Escolher as instituições mais renomadas pode ser um caminho. Ademais, é certo que você precisará fazer uma prova, por isso, é importante já se preparar para os estudos.
4. Salário desejado
“Qual especialidade médica ganha mais?”. Você provavelmente já fez essa busca no Google, não é mesmo? De fato, o salário precisa ser colocado na balança para que esteja de acordo com as suas expectativas, mas é válido lembrar que é apenas um dos aspectos a considerar.
Não adianta escolher a especialidade mais bem paga, se a rotina que este profissional tem não se adequa ao que você deseja. Por isso, tenha em mente que, embora o salário seja um aspecto importante, não pode ser o único definidor. Caso tenha curiosidade, confira a média salarial de cada especialidade em sites de vagas como Catho.
Leia mais: Conheça as top 10 especialidades médicas com melhores salários
5. Local de atuação
O médico pode atuar em diferentes localidades como hospitais, clínicas, postos de saúde, consultórios ou mesmo em empresas que contratem médicos para atendimento interno dos funcionários. Você conhece todas as suas opções? O ideal é entender como funciona o trabalho em cada um desses lugares para escolher o que combina mais com você.
6. Região na qual deseja morar
Este é outro fator importante, pois deve-se considerar que algumas regiões do país podem não ter grandes centros médicos ou investimentos suficientes para o desenvolvimento de uma carreira em determinadas especialidades, a exemplo de cidades no interior. Em capitais, por outro lado, essas oportunidades costumam ser realidade, apesar da concorrência de mercado.
7. Possibilidade de networking
Construir uma carreira sólida e com boa reputação entre os pares depende tanto de preparo individual quanto de bons relacionamentos. Portanto, ao eleger a especialidade é importante considerar aspectos como a possibilidade de contato com outros profissionais, bem como participações em eventos da área, tais como seminários, congressos etc. Estabelecer um bom relacionamento com professores e colegas também é um bom caminho para estabelecer futuras parcerias e tornar-se referência na sua área de atuação.
Leia também: Como fazer estágio extracurricular em Medicina?
8. Rotina da especialidade
Ao pensar no local de atuação também é importante conhecer a rotina da especialidade médica escolhida. Um Ginecologista que atende em uma clínica privada terá uma realidade completamente diferente de um Neurocirurgião que atua em hospital. Perceba que tanto a especialidade escolhida como o local de atuação podem modificar a rotina.
Esses são alguns dos fatores, mas lembre-se que todos eles devem ser avaliados em conjunto, não separadamente. Afinal, se você for escolher baseado apenas no salário, por exemplo, pode acabar se frustrando com uma especialidade médica que não gosta tanto.
Como escolher a especialidade médica para o R1 que mais combina com você? (youtube.com)
9. Considere o peso da instituição na qual cursará sua especialidade
Tão importante quanto contar com boa infraestrutura para os estudos da especialidade escolhida é, em alguns casos, ter a certeza de que a instituição é reconhecida e muito bem-conceituada na área da sua escolha, a exemplo do que ocorre com programas de cirurgia cardíaca.
Leia mais: Residência Médica: como escolher a melhor instituição?
Preparação para a prova de Residência Médica
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Leia também: Qual a especialidade mais citada em provas de R1?
Referência:
SCHEFFER, Mário (coord.). Demografia Médica no Brasil 2023. São Paulo: FMUSP, AMB, 2023. 344 p. Disponível em: https://amb.org.br/wp-content/uploads/2023/02/DemografiaMedica2023_8fev-1.pdf. Acesso em: 8 mar. 2024.