Hey! Tudo bem?

Embora o Brasil tenha apresentado redução nos índices de mortalidade infantil, os números são ainda elevados no cenário mundial, e, não houve mudança apreciável do componente neonatal, sendo o componente neonatal precoce (quando o óbito ocorre antes dos sete dias completos de vida) responsável ainda por aproximadamente 52% dos óbitos no primeiro ano. Bastante, né? Então, pensando nas provas de Residência Médica deste ano, é bom você ficar ligado nas atualizações de Pediatria que tivemos na Neonatologia com relação a esses componentes neonatais: o teste do coraçãozinho, reanimação neonatal e clampeamento do cordão umbilical. Se vai fazer prova de Residência Médica esse ano, esse texto é pra você!

Então, para te ajudar, vamos ao primeiro assunto.

TESTE DO CORAÇÃOZINHO: como é para o Ministério da Saúde e como ficou para a Sociedade Brasileira de Pediatria?

A Oximetria de Pulso ou mais conhecido popularmente como “teste do coraçãozinho” existe no SUS desde 2014 e tem como objetivo a identificação e diagnóstico presuntivo para cardiopatias congênitas críticas.  

Para o Ministério da Saúde, na sua última cartilha de novembro de 2021, o “teste do coraçãozinho” deve ser submetido em todo recém-nascido aparentemente saudável com idade gestacional acima de 34 semanas, antes da alta na maternidade, entre 24 e 48 horas de vida (isso porque, no primeiro dia de vida, algumas alterações no organismo do recém-nascido podem atrapalhar o resultado) e deve ser com sensor adequado para uso no recém-nascido.  

O teste é realizado no membro superior direito e em um dos membros inferiores, é necessário que o recém-nascido esteja com as extremidades aquecidas e que o monitor evidencie uma onda de traçado homogêneo. Quanto a interpretação dos resultados:

E, você, deve estar se perguntando: onde está a atualização?! Bom, é que a mudança foi para a Sociedade Brasileira de Pediatria na sua cartilha publicada deste ano. Se liga só como ficou:  

Realizar o teste em todos recém-nascidos de 35 semanas ou mais, assintomáticos:

E você deve ficar esperto, vale alertar que o Ministério da Saúde não modificou sua conduta e lançou a padronização em novembro de 2021. As provas de Residência Médica geralmente usam o Ministério da Saúde como referência, caso contrário terão que especificar. Então fica de olho.

REANIMAÇÃO NEONATAL: o que mudou?

Houve uma atualização em maio deste ano nas Diretrizes da Reanimação Neonatal, voltadas à assistência ao recém-nascido com 34 semanas ou mais e para os prematuros (gestação menor que 34 semanas). Sempre as três perguntas que não mudaram: RN tem mais que 34 semanas? RN respira ou chora? RN tem tônus? Aqui, continua igual. Temos mudanças nos passos iniciais, na VPP (ventilação com pressão positiva, IOT (intubação orotraqueal) e administração de drogas.  

Nos passos iniciais, mudança na temperatura da sala 23 a 25C° com relação ao uso de máscara laríngea se RN com 34 semanas ou mais e com peso estimado maior igual 2.000 g, a máscara laríngea pode ser considerada como interface para VPP (antes da intubação traqueal, a depender da disponibilidade do material e da capacitação do profissional). Outra mudança é no RN que não está com boa vitalidade, ao invés de clampear o cordão e ir direto para mesa de reanimação, sugere-se fazer um estímulo tátil no dorso, delicadamente e no máximo duas vezes, a fim de ajudar a iniciar a respiração antes do clampeamento imediato. Sobre as doses de adrenalina, mudou a dose, traqueal 0,1 mg/kg e endovenosa 0,02 mg/kg. No mais, foram mudanças muito pequenas, então fique atento a essas maiores.

Saiba mais: Quais os temas que mais caem na prova de Neonatologia?

CLAMPEAMENTO DO CORDÃO UMBILICAL em relação às gestantes vivendo com HIV: atualização da SBP!

O que continua igual: recém-nascidos com boa vitalidade, o clampeamento tardio (1 a 3 minutos) para os maiores de 34 semanas e de 30 a 60s nos menores de 34 semanas. Circulação placentária comprometida ou recém-nascido com ritmo respiratório irregular, apneia ou hipotônico: clampeamento imediato. A mudança vem da cartilha da Sociedade Brasileira de Pediatria em relação às gestantes vivendo com HIV, recomenda clampeamento tardio para todas as mulheres, incluindo as gestantes vivendo com HIV ou que o status sorológico é desconhecido, não havendo aumento no risco de positividade para o recém-nascido. O que anteriormente não era recomendado. Mas, você, preste atenção no enunciado, pois o Ministério da Saúde mantém o clampeamento tardio nestes casos.

Bons estudos!

Por Julia da Silveira Gross

Graduada em Medicina pela Universidad del Norte (2021), revalidado pela Universidade Federal Fluminense, possui mestrado em Ciências do Movimento Humano pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2014), especialização em Fisiologia do Exercício (2013) e graduação em Educação Física pela UFRGS (2011).

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REFERÊNCIAS

Reanimação do recém-nascido ≥ 34 semanas em sala de parto

Disponível em: https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/sbp/2022/maio/20/DiretrizesSBP-Reanimacao-RNigualMaior34semanas-MAIO2022.pdf

Reanimação do recém-nascido < 34 semanas em sala de parto

Disponível em: https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/sbp/2022/junho/06/DiretrizesSBP-Reanimacao-RNmenor34semanas-MAIO2022a.pdf

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25/10/22
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