Hey!
Tivemos uma atualização quente no manejo dos graus de desidratação da diarreia em crianças, você sabia? Assunto que é um prato cheio para as provas. E, nada mais justo você ficar por dentro dessas novidades.
Antes, havia uma divergência do Ministério da Saúde (MS) e Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e, agora, as novas condutas unificam o manejo, junto da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).
As principais atualizações são sobre a avaliação do estado geral do paciente, incluindo o critério de perda de peso. No tratamento, temos a limitação da idade para administração de zinco, inclusão do antiemético ondansetrona, mudança na hidratação do plano C e inclusão de azitromicina ou ceftriaxona para faixa etária específica.
Então, se você quer ficar por dentro e arrasar nas questões, continue a leitura!
Vamos lá?
Principais mudanças em diarreias
- Na avaliação do estado de hidratação do plano C, foram adicionados “letárgico ou inconsciente”;
- Na avaliação dos olhos, antes eram “muito fundos e secos”, agora, “secos” (igual ao plano B);
- Agora, foram adicionados na avaliação de boca/língua;
- no plano A, “úmida”;
- no plano B, “seca ou levemente seca”;
- no plano C, “muito seca”.
- Também foi alterado o pulso:
- no plano B, “cheio”;
- no plano C, “fraco ou ausente”.
- E, também, foi incluído critério de perda de peso na tabela da Avaliação do Estado de Hidratação do paciente:
- sem sinais de desidratação (plano A), não tem perda de peso;
- com sinais de desidratação (plano B), tem perda de até 10% do peso;
- acima disso, é desidratação grave (plano C).
Após a avaliação, podemos partir para as mudanças na fase de tratamento.
Tratamentos de diarreias
Com relação aos tratamentos de diarreias em crianças, as principais alterações foram:
- No plano A: o paciente deve tomar líquidos caseiros (água, chá, suco, água de coco, sopas) ou solução de sais de reidratação oral (SRO) após cada evacuação diarreica e adicionado a cada episódio de vômito, em pequenas quantidades e maior frequência. A indicação de zinco fica limitada para pacientes de 6 meses a 5 anos, com dose de 20 mg/dia (antes era a partir de 5 anos). Criança em aleitamento materno exclusivo — o único líquido que deve ser oferecido, além do leite materno, é a solução de SRO.
- No plano B, há indicação de ondansetrona em pacientes com vômitos persistentes (não utilizar em gestantes). Dose: 0,2 a 0,4 mg/kg (6 meses a 2 anos), 4 mg (2 a 10 anos até 30 kg) e 8 mg (maiores de 10 anos ou mais de 30 kg). Fique de olho porque, aqui, entra outra novidade: se, após 6 horas de tratamento, não houver melhora, encaminhar ao hospital de referência para internação.
- No plano C: fase de expansão, manutenção/reposição. Para menores de 1 ano, soro fisiológico 0,9% ou ringer lactato 30 mL/kg em 1 hora + 70 mL/kg em 5 horas. Para os maiores de 1 ano, soro fisiológico 0,9% ou ringer lactato 30 mL/kg em 30 minutos + 70 mL/kg em 2 horas e 30 minutos.
- No plano D: antibioticoterapia, que consiste na retirada de ciprofloxacino para crianças de até 30 kg e 10 anos. Daí, entra na indicação, nessa faixa indicativa, azitromicina ou ceftriaxona.
Em crianças de até 30 kg ou 10 anos, as doses de azitromicina são 10 mg/kg/dia, via oral, no 1° dia, e 5 mg/kg/dia por mais 4 dias. Como alternativa, usar ceftriaxona, 50 mg/kg intramuscular uma vez ao dia, por 3 a 5 dias.
Crianças com mais de 30 kg ou 10 anos, adolescentes e adultos: ciprofloxacino, um comprimido de 500 mg de 12/12h, via oral, por 3 dias, ou ceftriaxona, 50 a 100 mg/kg intramuscular, uma vez ao dia, por 3 a 5 dias, como alternativa.
O pediatra e professor da Medcel, Vinícius Moreira, fez um resumo, em vídeo, dessas alterações. Assista a seguir:
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Por Julia da Silveira Gross
Graduada em Medicina pela Universidad del Norte (2021), revalidado pela Universidade Federal Fluminense, possui mestrado em Ciências do Movimento Humano pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2014), especialização em Fisiologia do Exercício (2013) e graduação em Educação Física pela UFRGS (2011).
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