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uem vai fazer prova já sabe que, dentro da Pediatria, o tema imunização é um dos que mais despenca nas questões e você deve ficar ligado em alguns conceitos como tipos de imunizações, imunização de rebanho, tipos de vacinas e contra-indicações. Além disso, o calendário do Programa Nacional de Imunização (PNI) deve estar na ponta da língua. Mas, a gente sabe que esse assunto é muito grande , por isso eu preparei para você superdicas do que mais pode ser cobrado sobre esse assunto para você arrebentar nas provas. Vem comigo    então!

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Imunização ativa e passiva

A imunização é a aquisição de proteção imunológica contra uma doença, geralmente infecciosa. Há 2 tipos de imunizações: ativa e passiva. Essa última pode ser obtida a partir da passagem de anticorpos maternos por via transplacentária, por intermédio da amamentação pelo colostro e pelo leite materno (imunidade passiva natural) e também via administração parenteral de soro heterólogo/homólogo, ou de imunoglobulina de origem humana (imunidade passiva artificial), ou de anticorpos monoclonais. Então, os anticorpos administrados estão prontos.

A imunização ativa é aquela obtida pela estimulação da resposta imunológica com a produção de anticorpos específicos. A infecção natural (com ou sem sintomas) confere imunidade ativa e, como o nome mesmo já diz, de forma natural. E aqui está o pulo do gato: a imunidade ativa, adquirida de modo artificial, é obtida pela administração das nossas queridas vacinas, que estimulam a resposta imunológica, para que esta produza anticorpos específicos.

Para você não confundir:

Imunidade passiva – Natural (transplacentária)

Artificial (soros heterólogos e homólogos)

Imunidade ativa – Natural (doença)

Artificial (vacinas)

Tipos de imunizações

As vacinas são preparações contendo microrganismos atenuados, inativados     ou suas frações, possuidoras de propriedades antigênicas. Induzem o sistema imunológico a produzir anticorpos.

As vacinas vivas atenuadas contêm o patógeno, porém está de forma atenuada. De modo geral, geralmente, necessitam apenas de uma dose para uma adequada proteção. A repetição das doses visa cobrir falhas da vacinação anterior; a imunidade, uma vez induzida, é de longa duração. Só que aqui é bom lembrar que no geral, elas não devem ser administradas a usuários com imunodeficiência congênita ou adquirida, portadores de neoplasia maligna, em tratamento com corticosteroides em dose imunossupressora, em outras terapêuticas imunodepressoras (quimioterapia, radioterapia etc) e em gestantes, exceto em situações de alto risco de exposição a algumas doenças virais preveníveis por vacinas, como, por exemplo, a febre amarela. A maioria delas a via de administração é subcutânea. A maioria é viral.

Nas vacinas não vivas/inativadas, os patógenos são inativadas por tratamento químico, físico ou manipulação genética, ou utilizam componentes imunogênicos extraídos deles (uma fração, por exemplo). Não tem como produzir doença. Segura para gestantes e imunodeprimidos. De modo geral, as vacinas inativadas necessitam de mais de uma dose para uma adequada proteção (os reforços). A maioria vai de administração intramuscular e bacterianas, exceto BCG.

E, se liga para não cair em pegadinhas! As vacinas vivas e inativadas podem ser administradas todas no mesmo dia ou em qualquer intervalo de tempo, exceto  as vacinas vivas que, se não foram administradas no mesmo dia, deverão ter 4 semanas de intervalo entre elas. Exceto: febre amarela e sarampo.

A seguir, outro Quadro para você arrasar nos estudos sobre classificação das vacinas, segundo o tipo de antígenos:

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Outro assunto queridinho das bancas são as contra-indicações das vacinas. E, olha só, a única contra-indicação absoluta é a ocorrência de hipersensibilidade (reação anafilática) confirmada após o recebimento de dose anterior; e história de hipersensibilidade a qualquer componente dos imunobiológicos.  

A ocorrência de febre acima de 38,5 °C, após a administração de uma vacina, não constitui contraindicação. Considerando-se essa situação, recomenda-se a sua utilização apenas para as crianças com história pessoal e familiar de convulsão e para aquelas que tenham apresentado febre maior do que 39,5 °C ou choro incontrolável após dose anterior de vacina tríplice bacteriana (penta ou DTP ou DTPa). Nessas situações, indica-se antitérmico/analgésico no momento da vacinação e com intervalos regulares nas 24 horas até as 48 horas subsequentes.  

E, cuidado com os termos, pois o adiamento de vacinação é diferente de contra-indicação.

Imunização de Rebanho

Outro conceito que tem se falado bastante com COVID-19 e você já deve ter visto é a“ imunização de rebanho”. Podemos dizer que é uma imunidade coletiva, obtida quando a maior proporção de indivíduos em uma comunidade está protegida, seja porque teve a doença ou porque foi vacinada. Com poucas pessoas vulneráveis, a circulação do agente que causa a doença cai, protegendo de modo indireto aqueles que não estão imunizados. A vacinação da BCG e da poliomielite são exemplos.

A dica final: separe cada vacina e faça um esquema com sua composição, esquema vacinal, indicações, contraindicações específicas e efeitos adversos.Também vale a pena dar uma olhada em vacinação de adultos e as mudanças nos calendários de vacinação.

Bora estudar!

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Por Julia da Silveira Gross

Graduada em Medicina pela Universidad del Norte (2021), revalidado pela Universidade Federal Fluminense, possui mestrado em Ciências do Movimento Humano pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2014), especialização em Fisiologia do Exercício (2013) e graduação em Educação Física pela UFRGS (2011).

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Postado em
23/2/23
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