tamponamento cardíaco é uma emergência médica. Ocorre quando o volume de líquido presente no espaço pericárdico restringe o enchimento das câmaras cardíacas, resultando na queda do enchimento diastólico e do débito cardíaco.
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Ocorrência
A ocorrência do tamponamento depende da quantidade e da velocidade de acúmulo de líquido no espaço pericárdico. Com relação às causas, podem ser citadas como as mais frequentes: complicações relacionadas ao uso de medicamentos, como anticoagulantes e fibrinolíticos; pós-operatório recente de cirurgia cardíaca; trauma torácico; neoplasias; uremia e doenças autoimunes.
Manifestações Clínicas
Como manifestações clínicas, o tamponamento cardíaco pode levar à hipotensão arterial, abafamento das bulhas cardíacas e estase jugular (tríade de Beck), além de pulso paradoxal (queda de ≥10mmHg da PAS durante a inspiração) e sinal de Kussmaul (distinção venosa jugular também durante a inspiração).
Nos raios X de tórax, pode ser evidenciado o aumento da área cardíaca com campos pulmonares limpos (sem congestão). O ecocardiograma é um exame complementar que pode ser feito na Emergência diretamente no leito. Os achados que reforçam o diagnóstico de tamponamento são efeitos sistêmicos nas câmaras cardíacas direitas: colapso do átrio direito e colapso diastólico do ventrículo direito. Além disso, a variação respiratória dos fluxos transvalvares mitral (>25%), aórtico e tricúspide (>40%) também é um critério diagnóstico.
Sua formação pode ser rápida, ocorrendo nos casos relacionados à hemorragia (como o trauma torácico, dissecção de aorta e rotura miocárdica) ou insidiosa (como nos processos inflamatórios em que o enchimento pode levar de dias a semanas).
Alguns casos de tamponamento cardíaco agudo podem ocorrer com pacientes que procuram o pronto-socorro com dor torácica e serem decorrentes de rotura miocárdica, secundária a infarto agudo do miocárdio transmural. Não raro, esses pacientes chegam em parada cardiorrespiratória (PCR) e, nestes casos, a pericardiocentese fará parte das condutas que tentarão salvar a vida do paciente.
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Por Professor Rafael Munerato - Cardiologista.
