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Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou no final de maio de 2018 que irá incluir a Síndrome de Burnout na CID-11 (Classificação Internacional de Doenças), que entrará em vigor em 1º de janeiro de 2022.

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Síndrome de Burnout

A síndrome de burnout estará classificada como um fenômeno ocupacional, não como uma condição de saúde, aparecendo no capítulo "Fatores que influenciam o estado de saúde ou o contato com os serviços de saúde", que inclui razões pelas quais as pessoas entram em contato com serviços de saúde, mas que não são classificadas como doenças ou condições de saúde.

A definição de burnout na CID-11 é:

Burnout é uma síndrome conceituada como resultante do estresse crônico no local de trabalho que não foi gerenciado com sucesso. É caracterizada por três dimensões:

  • sentimentos de exaustão ou esgotamento de energia;
  • aumento do distanciamento mental do próprio trabalho, ou sentimentos de negativismo ou cinismo relacionados ao próprio trabalho; e
  • redução da eficácia profissional.

É importante salientar que a síndrome de burnout se refere especificamente a fenômenos no contexto ocupacional e não deve ser aplicada para descrever experiências em outras áreas da vida. A síndrome é muito comum em médicos e estudantes de medicina.

Burnout Rises Above 50% in Some Specialties, New Survey Shows

De acordo com a pesquisa “Burnout Rises Above 50% in Some Specialties, New Survey Shows” (Medscape, 17 jan. 2019), 44% dos médicos entrevistados reportaram sofrer de burnout, 11% se definiram como “deprimidos” e 4% receberam o diagnóstico de depressão. No total, 15 mil médicos foram entrevistados; entre eles, 62% eram do sexo masculino, e as idades variaram entre 28 e 70 anos. As taxas de burnout foram maiores entre profissionais do sexo feminino.

Principais motivos

Os participantes da pesquisa citaram os principais motivos que os levaram a se estressar e se desmotivar no trabalho. Entre eles, estão o excesso de burocracia, passar muitas horas no trabalho e o aumento da “computadorização” da prática (ex: uso de prontuário eletrônico).

Suicídio

A pesquisa mostrou também que o número de médicos que têm pensamentos suicidas aumentou no último ano. No total, 14% reconheceram pensar em suicídio, mas apenas 1% alegou ter tentado se suicidar.

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Tratamento

Quando questionados sobre buscar ajuda para tratar o esgotamento profissional, apenas 13% dos entrevistados revelaram estar em tratamento. Mais da metade dos médicos (64%) nunca procurou ajuda profissional. Entre os motivos para isso, estão “não achar que os sintomas são graves o suficiente” e “achar que pode resolver sozinho o problema”.

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18/7/19
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