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O tratamento do diabetes mellitus — principalmente o tipo 2, que é de 90 a 95% dos casos — está sempre presente nas questões de provas. É um assunto muito importante, queridinho das bancas e que você deve estar por dentro. Aqui serão dadas algumas dicas quentes para você estudar sobre o tratamento do diabetes mellitus: é bom você saber sobre os diferentes tipos de antidiabéticos orais, contraindicações, insulinas disponíveis e suas indicações. Esquemas de insulinoterapia vão ficar para um próximo post, neste, vamos focar nos antidiabéticos orais, ou seja, no diabetes mellitus não insulino-dependente. Sempre levando em conta o que é preconizado pelo Ministério da Saúde. Vem comigo para arrasar nesse assunto!

Diabetes Mellitus: conheça as diferentes classificações‍

Saber classificar a doença é essencial para que o paciente receba tratamento adequado. As diretrizes para classificação do diabetes da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) preconizam que, na maioria das vezes, as características clínicas são suficientes para identificar os diferentes tipos de diabetes.  

Tratamento do diabetes mellitus

O tratamento do diabetes mellitus se dá com o uso de uma variedade de terapias farmacológicas e não farmacológicas. O objetivo principal do tratamento é alcançar e manter um controle adequado da glicemia para prevenir complicações a longo prazo associadas à doença. Mudanças no estilo de vida são um componente essencial do tratamento do diabetes, especialmente no caso DM2. Essas mudanças incluem a boa e velha boa alimentação, atividade física regular e manutenção de um peso saudável.  

A terapia farmacológica é utilizada em conjunto com a terapia não farmacológica e pode incluir antidiabéticos orais e/ou insulina, dependendo do tipo e gravidade do diabetes. O uso de antidiabéticos orais pode ser uma opção inicial para o diabetes tipo 2, enquanto a insulinoterapia é necessária para o DM1 e, em alguns casos, para o DM2.

Para saber mais sobre o cenário atual da diabetes no mundo, acesse: IDF Diabetes Atlas

Antidiabéticos orais

Existem vários tipos de antidiabéticos orais disponíveis, cada um com um mecanismo de ação diferente. Alguns dos tipos mais comuns incluem:

Fique de olho nas contraindicações: gravidez; insuficiência renal com TFG abaixo de 30 mL/min/1,73 m2, hepática descompensada, cardíaca ou pulmonar, e acidose grave; pré e pós-operatório e em pacientes submetidos a exame de imagem com contraste.

Aqui uma dica de ouro: pacientes em uso de metformina apresentam risco aumentado para deficiência de Vitamina B12, devendo suas dosagens serem avaliadas periodicamente, e tratadas se necessário.

Começar com 500 mg ou 850 mg, em dose única, durante ou após as refeições (café da manhã e/ou jantar), para prevenir sintomas gastrointestinais. Após 5 a 7 dias, caso não surjam efeitos adversos, a dose poderá ser aumentada para 500 mg ou 850 mg, duas a três vezes ao dia.

Outras medicações não cobradas tanto em provas:  

  • Inibidores da DPP-4: ajudam a aumentar a quantidade de insulina liberada pelo pâncreas após uma refeição e reduzem a quantidade de glicose produzida pelo fígado. Eles incluem medicamentos como a sitagliptina, saxagliptina e linagliptina;
  • Inibidores do SGLT-2: reduzem a quantidade de glicose que é reabsorvida pelos rins e ajudam a eliminá-la pela urina. Eles incluem medicamentos como a dapagliflozina, empagliflozina e canagliflozina;
  • Glitazonas: aumentam a sensibilidade à insulina, ajudando a melhorar a utilização de glicose pelos músculos. Eles incluem medicamentos como a pioglitazona e rosiglitazona;
  • Inibidores da alfaglicosidase: ajudam a reduzir a quantidade de glicose que é absorvida pelos intestinos. Eles incluem medicamentos como a acarbose e miglitol.

Atente-se para fatores que impactam na escolha do tratamento: efeitos adversos, contraindicações, função renal, impacto no peso corporal, custo, complexidade do regime terapêutico, expectativa de vida, preferências e experiências passadas do paciente.  

O objetivo é alcançar os valores hemoglobina glicada abaixo de 7% e glicemia jejum menor que 130 mg/dL.  

Leia também: Antidiabéticos orais: o que cai na prova da Residência Médica?

Segundo os protocolos do Ministério da Saúde, iniciar com metformina se o paciente não alcançar o alvo terapêutico, adicionar uma sulfonilureia, se não alcançar adicionar insulina. Mas, cuidado, pois em pacientes acima de 65 anos ou com doença cardiovascular, antes de iniciar a insulina, é necessário adicionar o SGLT2.  

Insulinoterapia

A insulinoterapia é um dos principais pilares do tratamento do DM1 e, em alguns casos, do DM2. Existem diferentes tipos de insulina disponíveis, com diferentes tempos de ação e perfis farmacocinéticos. A escolha da insulina deve ser baseada nas necessidades individuais do paciente, como a duração e a intensidade da ação requerida, bem como na frequência das injeções. Outra dica de ouro: no paciente DM2 deve-se iniciar insulina se: hemoglobina glicada acima de 9%; glicose em jejum maior que 250 mg/dL; glicose aleatória consistentemente maior que 300 mg/dL.

O tratamento com insulina pode ser dividido em duas categorias: insulina de ação basal e insulina de ação prandial. A insulina de ação basal é utilizada para manter os níveis de glicose em jejum dentro da faixa alvo durante as 24 horas do dia. Já a insulina de ação prandial é utilizada para cobrir as refeições e prevenir a hiperglicemia pós-prandial. Esse assunto será tema de um próximo post.

Dia Mundial do Diabetes

E, para reforçar a conscientização a respeito da doença (de todos os tipos de diabetes mellitus) e evidenciar a importância da prevenção, foi criado pela Federação Internacional de Diabetes (IDF) e pela Organização Mundial de Saúde (OMS) o Dia Mundial do Diabetes, celebrado em 14 de novembro, mais conhecido como “Novembro Diabetes Azul”. O tema adotado para as campanhas dos anos de 2021 a 2023 é o “Acesso aos Cuidados da Diabetes”.  

Quer aprender mais sobre o assunto? Participe da live sobre Diabetes Mellitus: Como não errar na prova de residência médica com os endocrinologistas Luiz Henrique Portari e Ícaro Sampaio Inácio da @endocrinopapers_oficial e tire todas as suas dúvidas!

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Por Julia da Silveira Gross

Graduada em Medicina pela Universidad del Norte (2021), revalidado pela Universidade Federal Fluminense, possui mestrado em Ciências do Movimento Humano pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2014), especialização em Fisiologia do Exercício (2013) e graduação em Educação Física pela UFRGS (2011).

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Postado em
5/4/23
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