“Meu filho está com um ‘chiado de gato’, doutor!”

Hey! Tudo bem?

Quem está na prática médica pode já ter ouvido essa expressão e quem está craque para as provas sabe que asma é um assunto que brilha os olhos das bancas. Esse é um tema que pode cair tanto em Clínica Médica, quanto em Pediatria, sendo esta o foco do post e, por isso, vou resumir os principais tópicos que você deve saber. Dados do Ministério da Saúde e da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) estimam que, no país, existem aproximadamente 20 milhões de asmáticos — é muita gente!  

O GINA (Global Initiative for Asthma) é a “bíblia” do assunto e publica, todos os anos, atualizações e recomendações sobre o manejo da doença. Nos pacientes pediátricos (até 11 anos de idade) o que as provas gostam de cobrar é tratamento de manutenção e das crises (essa última a principal procura por atendimento nas emergências), diagnóstico, classificação do controle e da exacerbação. Quer brilhar nas provas? É só continuar a leitura!

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ASMA

A asma é uma doença inflamatória crônica, em que ocorre uma hiper-responsividade brônquica, edema, produção de muco e espessamento da parede, causando uma limitação variável de fluxo aéreo. No geral, o quadro se estabelece a partir dos 2 anos de idade. A predisposição genética e os fatores ambientais podem facilitar o desencadeamento das crises, agravando o quadro. Dentre os fatores ambientais, temos: alérgenos, irritantes, fumo, agentes infecciosos, doença do refluxo gastroesofágico, exercício físico, clima e baixa aderência ao tratamento. A etiologia ainda é desconhecida.

Quadro Clínico

O quadro clínico é caracterizado por sibilos (o “chiado do gato”), dispneia, tosse seca, cansaço e/ou aperto no peito. Esses sintomas podem piorar à noite.  

Diagnóstico em menores de 6 anos é caracterizado por vários episódios de sibilos e avaliar a possibilidade de asma. Dentre eles: sintomas por mais de 10 dias associados a infecção de via aérea superior, mais 3 episódios graves no ano, sintomático ao esforço, com piora à noite e sintomático entre os episódios.

E, fique de olho: em crianças de 6 a 11, avaliar o quadro clínico e realizar a espirometria (limitação reversível ao fluxo expiratório). Nos menores, esse teste não é válido já que é difícil da criança entender a prova de função pulmonar. Há também outro método parecido com a espirometria que é o pico de fluxo expiratório (PFE ou peak flow) — é mais prático, mas não deve ser utilizado isolado.

Tratamento

O tratamento de manutenção vai depender da idade e da etapa dos quadros anteriores que o paciente se encontra. Não esquecer das medidas ambientais. Com relação às medicações de controle são utilizados os corticosteroides inalatórios (CI), pois diminuem o remodelamento brônquico, exceto na Etapa 1 dos menores de 6 anos. Já as medicações de resgate o beta agonista inalatório de longa duração (SABA) ou terapia MART, que consiste em utilizar a medicação de controle nas crises —utilizar o CI em baixa dose (budesonida + formoterol) —, lembrando que não pode ser utilizado em menores de 6 anos. Temos o beta agonista inalatório de longa duração (LABA), sempre associado ao CI e outros não utilizados como primeira linha (antileucotrieno, tiotrópio, etc.)

Nos menores de 6 anos:

De 6 a 11 anos de idade:

O objetivo do tratamento é o controle e se classifica a asma em: controlada, parcialmente controlada e não controlada, ao avaliar o último mês de sintomas.

Pode-se usar o mnemônico:

Aatividade física/diária (limitação);

Bbroncodilatador de resgate;

C — acorda à noite;

Ddesperta à noite.

1 ou 2 sim: asma parcialmente controlada

3 ou + sim: asma não controlada.

Ação a partir do controle:

Tratamento da exarcebação (GINA)

Menores de 6 anos

  • Leve a moderada: SABA de 20 em 20 minutos por 1 hora (2 puffs com espaçador) + considerar ipratrópio 1 a 2 puffs + oxigênio para manter saturação 94 a 98%;
  • Grave: SABA de 20 em 20 minutos por 1 hora (6 puffs com espaçador) + prednisolona + nebulização ipratrópio 1 a 2 doses + oxigênio. Transferência para UTI.

De 6 a 11 anos

  • Leve a moderada: SABA de 20 em 20 minutos por 1 hora (4 a 10 puffs com espaçador) + prednisona (1 a 2mg/kg) + considerar BI + oxigênio para manter saturação 94 a 98%;
  • Grave: SABA de 20 em 20 minutos por 1 hora (4 a 10 puffs com espaçador) + prednisona (1-2mg/kg) + ipratrópio + oxigênio para manter saturação 94 a 98%. Igual a leve-moderada, adicionar o ipratrópio e UTI.

Parâmetros para grave (GINA)

Menores de 6 anos

  • Incapaz de falar/beber;
  • Cianose central;
  • Confusão/sonolência;
  • FR acima de 40/min;
  • Saturação abaixo de 92%;
  • “Pulmão silencioso” na ausculta;
  • FC acima de 180bpm (0 a 3 anos) ou acima de 150 (4 a 5 anos).

De 6 a 11 anos

  • Falar em palavras, curvado, agitado;
  • Uso de musculatura acessória;
  • FR acima de 30/min;
  • Saturação abaixo de 90%;
  • FC acima de 120bpm;
  • PFE menor ou igual a 50% do previsto.

Bons estudos!

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Postado em
22/5/23
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