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As hepatopatias, como o próprio nome já diz, são diversas doenças ou condições que afetam o fígado, podendo ser uma alteração na sua funcionalidade ou anatomia. As hepatopatias podem ter várias origens e causas, incluindo infecções virais, consumo excessivo de álcool, distúrbios genéticos, condições autoimunes, distúrbios metabólicos e exposição a toxinas, entre outros. São patologias que podem cair em qualquer uma das grandes áreas da Medicina, por isso é bom você ficar ligado. Bora saber um pouco mais sobre elas?

Você já sabe, mas não custa lembrar, que o fígado exerce diversas funções complexas no corpo humano, como as funções de: metabolismo, processamento e armazenamento de nutrientes; excreção de substâncias tóxicas; produção de bile, armazenamento e liberação de vitaminas e minerais; filtração do sangue; e regulação da coagulação. Dá pra ver que é um órgão central para o equilíbrio metabólico e a homeostase do corpo, desempenhando papel crucial na manutenção da saúde e no funcionamento adequado de diversos sistemas. É importante que você saiba sobre as patologias que afetam o fígado.

As hepatopatias podem ter várias origens e causas, incluindo infecções virais (mais comum), cirrose, distúrbios genéticos, condições autoimunes, distúrbios metabólicos e exposição a toxinas, entre outras. Então vou dar uma pincelada e focar nas principais.

Hepatites

As hepatites virais são tema da Infectologia e a causa mais comum de hepatopatia. São provocadas por vírus que possui tropismo no fígado: A, B, C, D e E. Elas apresentam características epidemiológicas, clínicas e laboratoriais semelhantes, porém com algumas particularidades específicas de cada uma. São mais comuns a B e a C.  

O vírus da hepatite B (HBV) é adquirido por via parenteral, contato com sangue e outros fluidos infectados, de maneira horizontal ou vertical. Aqui, é bom você dar uma revisada nos marcadores sorológicos (aguda, crônica, curada, portador inativo e vacinação), pois são muito cobrados em provas.  

O vírus da hepatite C (HCV) é adquirido por via parenteral e hematogênica, sendo a principal causa de cirrose entre as virais. A maioria das infecções agudas é assintomática, e acima de 70% evolui para cronicidade (permanência do vírus por pelo menos seis meses). Também tem manifestações extra-hepáticas: crioglobulinemia, sistema neurológico motor, porfiria cutânea, líquen plano, poliarterite nodosa, insuficiência renal crônica e púrpura trombocitopênica idiopática. Importante observar que a sorologia identifica apenas os anticorpos totais contra vírus, e não distingue IgM e IgG, então não permite discernir entre aguda e crônica. Esses pacientes devem ser submetidos a pesquisa de RNA viral em sangue periférico por PCR. Outro exame a ser solicitado é a genotipagem.

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Cirrose

A cirrose hepática é um tema que entra em Gastroenterologia, outra causa bem comum de hepatopatias e considerada o estágio terminal de todas elas. Ocorre morte celular e deposição de tecido fibroso no parênquima hepático. Geralmente, há diminuição do tamanho e aumento da consistência do fígado, além de suas bordas ficarem rombas e irregulares. A principal causa nos Estados Unidos é hepatite C, mas também há causas metabólicas, virais, alcoólicas, autoimunes, biliares e por obstrução.

Nas metabólicas, vale citar a esteato-hepatite não alcoólica (NASH), que é a principal causa de hepatopatia crônica no mundo e muito presente na prática clínica. Ela se inicia com a presença de esteatose, progredindo para esteato-hepatite que pode levar à formação de fibrose e cirrose. Isso acontece por uma inflamação decorrente do estresse oxidativo consequente ao acúmulo de gordura nos hepatócitos e está totalmente ligado a síndrome metabólica, obesidade e resistência insulínica, sendo, assim, causa comum de hepatopatias em obesos.

Leia mais: O que você precisa saber sobre cirrose hepática para a prova de residência?

A esteatose alcoólica é outra causa importante de cirrose hepática e transplante de fígado no Brasil. Após 10 anos de consumo de álcool, no geral, pode levar à essa condição. Tem como características: necrose hepatocitária, inflamação neutrofílica, distribuição periventricular (central) do infiltrado e presença de corpúsculos de Mallory (guarde essa característica).

Esses corpúsculos são, classicamente, uma lesão induzida por álcool, mas também podem aparecer na NASH, na cirrose biliar e após uso de medicações. Abre o olho para a dica: tanto na NASH quanto na alcoólica, o comprometimento predominante da fibrose é centrolobular (periventricular), enquanto nas virais ele é periportal. Outra lesão importante para você guardar é a contratura palmar de Dupuytren, que é altamente sugestiva de etiologia alcoólica para cirrose.

A hepatite autoimune (HAI) é típica de mulheres jovens, acompanhada de hipergamaglobulinemia e FAN, anti-LKM e anti-SLA positivos.

São várias as maneiras pelas quais a cirrose hepática pode se manifestar, os sintomas podem ser de inespecíficos até quadros emergenciais. Vai depender muito da etiologia. Entre as doenças mais cobradas nas provas estão as hepatites (B e C), a esteatose não alcoólica e as alterações causadas pelo consumo exagerado de álcool.

Bons estudos e conte conosco para a sua aprovação!

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Referência

MMD CREATIVE. Woman hands touching on liver pain organ, asian female with hepatitis vaccination, liver cancer treatment. Healthy feminine concept. [20--?]. 1 fotografia. Shutterstock. Disponível em: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/woman-hands-touching-on-liver-pain-2221184811. Acesso em: 18 jan. 2024.

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Postado em
19/1/24
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