Hey, tudo certo?

A Infecção do Trato Urinário (ITU) é um assunto recorrente nas provas e abrange diversas patologias. Ela é uma resposta inflamatória de qualquer parte do trato urinário devido, principalmente, a infecções bacterianas. As mais comuns, a depender da localização, são a cistite, a pielonefrite e a bacteriúria assintomática. Essas são as que costumam cair nas provas. E, fique de olho, esse tema pode cair nas áreas de Clínica Médica, Cirurgia Geral, Preventiva, Ginecologia/Obstetrícia e Pediatria.  

As infecções nas gestantes e crianças vou deixar para outro post, ok? Dá pra ver que este é um tema bastante abrangente, que pega diversas áreas, e nada mais justo do que você ficar por dentro.  

Então, bora continuar essa leitura para você brilhar nas provas!

Infecções do Trato Urinário mais comuns

As ITUs mais comuns são bacteriúria assintomática, cistite, uretrite e a pielonefrite. A bacteriúria assintomática é caracterizada por contagens significativas de bactérias na urina — duas uroculturas positivas com mais de 100 UFC/mL, no entanto, sem sintomas locais/sistêmicos. Cistite aguda são os microrganismos que ascendem da uretra para a bexiga. A maior incidência é a Escherichia coli, e raramente, Proteus mirabilis e Klebsiella sp. A pielonefrite é caracterizada quando essa inflamação invade o parênquima e pelve renal com a mesma etiologia da cistite.  

Pra organizar seu estudo, as ITUs podem ser classificadas de diferentes maneiras, o que vai diferenciar o tratamento proposto para cada uma delas:

Fatores de Risco  

Algumas populações são mais suscetíveis às ITUs, são elas: gestantes, crianças, idosos, paciente com sonda vesical e lesões medulares, diabéticos e claro, imunossuprimidos. Os fatores de risco que você deve lembrar são: uso de antibiótico recente, múltiplos parceiros, história de ITU recorrente, fatores anatômicos (distância entre o ânus e uretra pequena), incontinência urinária, entre outros.  

Bacteriúria assintomática

É caracterizada por contagens significativas de bactérias na urina — duas uroculturas positivas com mais de 100.000 UFC/mL, no entanto sem sintomas locais/sistêmicos. E, se liga, pois somente devem ser tratados: diabéticos, gestantes, idosos com disfunções neurogênicas, uso de cateter vesical, transplantados e antes de cirurgia ortopédica. Do contrário, não se trata.

Cistite Aguda

É caracterizada quando os microrganismos ascendem da uretra para a bexiga, no geral bactérias e em menor número de casos, viral. Na cistite aguda: disúria, polaciúria, hematúria, dor suprapúbica, noctúria e urgência miccional. Mais comum em mulheres; em homens se deve investigar melhor. Nos laboratórios, o hemograma é normal ou com discreta leucocitose. E, atenção: em mulheres não é necessário realizar exames, o diagnóstico é clínico.

Primeira linha de tratamento:

  • Fosfomicina, 3g, dose única;
  • Nitrofurantoína, 100 mg a cada 6 horas, por cinco dias.

Segunda linha de tratamento:

  • Cefuroxima, 250 mg a cada 12 horas, por sete dias;
  • Amoxicilina-clavulanato, 500/125mg a cada 8 horas, ou 875/125mg a cada 12 horas, por sete dias.

No homem, a cistite se associa a hiperplasia prostática, e aí sim devem ser realizados exame de urina com urocultura e exame clínico da próstata. O tratamento aqui deve ser com fosfomicina dose única ou nitrofurantoína por sete dias. O quadro não tratado pode evoluir para pielonefrite.

Pielonefrite aguda

Você deve pensar em pielonefrite quando aparecer febre, calafrios, dor lombar uni/bilateral abrupta, somados aos sintomas da cistite aguda. A manobra de Giordano é geralmente positiva (dor a punho percussão no dorso do paciente a nível dos flancos). Nos achados laboratoriais: hemograma com leucocitose e desvio à esquerda, com aumento de VHS e/ou PCR. No exame de urina: turva, com piúria, podendo ter hematúria, cilindros leucocitários e proteinúria leve. A USG deve descartar a litíase.

Tratamento das Infecções do Trato Urinário

Com relação ao tratamento e manejo clínico:

Com relação ao antibiótico, é feita terapia de primeira linha com as fluoroquinolonas, contraindicadas em crianças, gestantes e durante a amamentação — usar ampicilina, amoxicilina associada a inibidor de beta-lactamase ou cefalosporina de segunda ou terceira geração.

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Por Júlia da Silveira Gross

Aluna cursista de Psiquiatria CCYM/ABP, graduada em Medicina pela Universidad del Norte (2021), revalidado pela Universidade Federal Fluminense, possui mestrado em Ciências do Movimento Humano pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2014), especialização em Fisiologia do Exercício (2013) e graduação em Educação Física pela UFRGS (2011).

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REFERÊNCIAS

Shutterstock - mi_viri. Disponível em: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/human-female-kidney-anatomy-highlighted-red-1381662875. Acesso em: 12 mai. 2023.

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Postado em
12/5/23
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