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Medicina Física e Reabilitação, ou simplesmente Fisiatria, é uma especialidade médica que atua na reabilitação e melhora das funções em pessoas com deficiência, em situações incapacitantes (como após uma doença, lesão ou trauma) ou em condições limitantes, como no processo de envelhecimento.

Apesar do fisiatra ser considerado um “médico da função”, a sua atuação não pode ser conceituada de maneira tão simples assim. Afinal, abordar uma função humana envolve mais do que o conhecimento sobre uma determinada doença ou estrutura do corpo, mas, também, uma análise complexa e holística de todas as necessidades que envolvem aquele paciente.

Continue conosco para saber todos os detalhes dessa especialidade médica que é um dos destaques da atualidade. Boa leitura!

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“The Rehabilitation 2030 Initiative”

A iniciativa global de Reabilitação 2030 vem de um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) lançado em 2017, no qual é destacada a importância de fortalecer os sistemas de saúde para promoverem a reabilitação em nível mundial.

Segundo esse relatório, 1 em cada 3 pessoas vive com uma condição de saúde que se beneficia da reabilitação. Além disso, com o envelhecimento das populações e o aumento do número de pessoas com doenças crônicas, essa é uma estratégia prioritária e essencial para alcançar a cobertura universal em saúde.  

Com o intuito de chamar à ação, o relatório trouxe 10 pontos prioritários para mobilização de ações globais em reabilitação:

O especialista em Medicina Física e Reabilitação

Na busca pela melhora da capacidade funcional do paciente, o fisiatra atua em muitas frentes. Algumas das condições que podem ser abordadas na rotina desses profissionais são: deficiências congênitas, dor aguda e crônica, lesões na medula espinal, lesões cerebrais, distúrbios osteomusculares, reabilitação pós COVID-19, amputações, esclerose múltipla, fibromialgia, câncer e tantas outras.

Agora, confira abaixo algumas características importantes desse profissional:

  • Atender pacientes de todas as idades, em qualquer situação limitadora que possam estar ao longo da vida;

  • Diagnosticar condições de saúde, avaliar a funcionalidade e ações que a otimizem;

  • Prevenir a ocorrência ou agravamento de condições incapacitantes ou potencialmente incapacitantes;  

  • Realizar práticas terapêuticas medicamentosas e não medicamentosas (por exemplo, uso de dispositivos auxiliares de locomoção, como próteses e cadeiras de rodas, e terapias diversas, como eletroterapias, massagem e biofeedback) que contribuam para a melhora da função do paciente;

  • Ter perfil colaborativo para trabalhar com outros profissionais na assistência ao paciente (como fisioterapeutas, neurocirurgiões, fonoaudiólogos, geriatras, terapeutas ocupacionais e etc.); além de exercer liderança horizontal na equipe interdisciplinar e multiprofissional de saúde;

  • Ter um olhar empático e integral sobre as necessidades físicas, emocionais e sociais que impactam na retomada da qualidade de vida do indivíduo.

Mercado de trabalho e rotina da especialidade

Como vimos anteriormente, o mercado de trabalho é muito amplo e diversificado para os fisiatras. A profissão é um dos focos da OMS em nível global e, no Brasil, apesar do um cenário ainda tímido, não é diferente. Há demanda reprimida e os empregos formais que buscam por esses profissionais têm aumentado.

Nesse sentido, há muitas oportunidades de trabalho: podem atuar em Centros de Reabilitação Especializados, em hospitais e centros cirúrgicos monitorando o intraoperatório, realizando exames, elaborando parecer em casos complexos e fazendo interconsultas. Geralmente o atendimento é diurno, sem plantões noturnos e com menor ocorrência de visitas inesperadas.

Ainda podem trabalhar em clínicas multiprofissionais, centros esportivos ou mantendo o vínculo acadêmico, com pesquisa e atuação em instituições de saúde universitárias.

Perfil dos especialistas em Medicina Física e Reabilitação no Brasil

De acordo com o levantamento apresentado na Demografia Médica no Brasil (2023), a Medicina Física e Reabilitação é uma das especialidades que concentra o menor número de profissionais – atualmente, são 1.016 especialistas registrados. Ela também está entre aquelas que apresentaram crescimento relativamente lento na última década, com taxa de 26,4%.  

Uma informação curiosa é que a Medicina Física e Reabilitação, assim como a Nutrologia e a Gastroenterologia, possui um número bastante equilibrado entre homens e mulheres especialistas: são 49% mulheres e 51% homens.

Em contrapartida, não há equilíbrio na distribuição geográfica desses profissionais. Pelo contrário, a assimetria na disposição de profissionais no território brasileiro é bastante significativa. Observe abaixo:

Salário

De acordo com dados disponibilizados pelo site Salario.com.br, junto a dados oficiais do Novo CAGED, eSocial e Empregador Web, a média salarial de um médico especialista em Medicina Física e Reabilitação é de R$ 9.585,43 para jornadas de 20 horas semanais.  

A pesquisa traz dados de profissionais admitidos e desligados pelas empresas no período de janeiro a dezembro de 2022.

A Residência Médica em Medicina Física e Reabilitação

A Residência Médica em Medicina Física e Reabilitação é de acesso direto (ou seja, sem necessidade de cursar outra especialidade como pré-requisito), tem duração de 3 anos e carga horária de 60 horas semanais.  

Ao longo do programa, o residente tem acesso a estudos teóricos e práticos com uma equipe multiprofissional experiente em programas de reabilitação em diversas áreas, especialmente em internação e ambulatórios.

A resolução que aprova a matriz de competências dos Programas de Residência Médica em Medicina Física é a Resolução nº 25, de 6 de julho de 2021 e, de maneira resumida, podemos caracterizar os 3 anos da seguinte forma:

R1 – primeiro ano da Residência:

O residente vai dominar a história clínica e social dos pacientes, realizar exame físico, geral e específico, formular e avaliar hipóteses diagnósticas, solicitar e interpretar exames complementares e construir a árvore de decisão.  

Além disso, vai identificar situações complexas, dominar conceitos básicos de fisiologia, determinantes sociais, critérios diagnósticos e princípios terapêuticos (incluindo, por exemplo, procedimentos de controle de dor aguda e crônica). Há valorização da comunicação com o paciente e seus familiares.

R2 – segundo ano da Residência:

O residente vai destrinchar conhecimentos em neuroanatomia, neurofisiologia, semiologia neurológica, biomecânica, semiologia musculoesqueléticas e exame cognitivo para o diagnóstico sindrômico, topográfico, nosológico e etiológico.

Vai desenvolver as habilidades de avaliação quanto às necessidades reabilitacionais, tanto em ambulatório como em ambiente hospitalar. Fará investigação em exames de neuroimagem e musculoesqueléticos, diferenciará a necessidade de tratamentos conservadores e não conservadores, dominando o diagnóstico e definições funcionais da Classificação Internacional de Funcionalidade.

R3 – terceiro ano da Residência:

O médico residente vai compreender o diagnóstico e tratamento de pacientes com enfermidades incapacitantes, os principais conceitos (relacionados a lesão medular, lesão encefálica adquirida, distúrbios psiquiátricos, amputações e tantos outros), escalas de avaliação, diagnósticos diferenciais, indicação de tecnologias assistivas e etc.  

Estará apto a tomar decisões sob condições adversas, com controle emocional e equilíbrio, demonstrando seus conhecimentos e sua liderança no sentido de minimizar eventuais complicações, mantendo consciência de suas limitações.

Também é considerada a produção de um trabalho científico.

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Referências:

Demografia Médica Brasileira – Censo 2023.  
Disponível em: https://amb.org.br/wp-content/uploads/2023/02/DemografiaMedica2023_8fev-1.pdf  

Medicina Física e Reabilitação: a Medicina da qualidade de vida.
Disponível em: https://pebmed.com.br/medicina-fisica-e-reabilitacao-a-medicina-da-qualidade-de-vida/  

Medicina Física e Reabilitação.
Disponível em: https://www.fm.usp.br/mfr/portal/medicina-fisica-e-reabilitacao

Rehabilitation 2030 Initiative.
Disponível em: https://www.who.int/initiatives/rehabilitation-2030

RESOLUÇÃO CNRM Nº 25, DE 6 DE JULHO DE 2021.
Disponível em: https://www.gov.br/mec/pt-br/residencia-medica/crm/2021/resolucao-cnrm-no-25-de-6-de-julho-de-2021-resolucao-cnrm-no-25-de-6-de-julho-de-2021-dou-imprensa-nacional.pdf

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Postado em
9/3/23
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