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Medicina Nuclear é uma especialidade relativamente nova quando comparada a outras áreas médicas. Seu histórico recente reflete em uma abordagem ainda tímida sobre o assunto nas grades de graduação de Medicina, no desconhecimento da população (e também de muitos médicos!) e no baixo número de especialistas e residentes nas instituições.

Por outro lado, a Medicina Nuclear está entre as áreas que tiveram crescimento no número de profissionais de quase 50% entre os anos de 2012 e 2022 (Demografia Médica no Brasil, 2023). E, fique de olho, porque a tendência é que ela cresça e se destaque cada vez mais.

Quer saber tudo sobre essa especialidade e o potencial que ela carrega? Continue conosco e boa leitura!

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O que é a Medicina Nuclear

A Medicina Nuclear corresponde à especialidade médica que utiliza materiais radioativos, em quantidades mínimas, para diagnósticos e tratamentos. Os métodos são utilizados com o intuito de acessar órgãos e tecidos de forma segura e não invasiva.

As baixas quantidades de substâncias radioativas tornam os procedimentos altamente seguros para o paciente e o ambiente ao seu redor, cuja regulamentação é feita pela CNEN — a Comissão Nacional de Energia Nuclear.  

Atualmente, a Medicina Nuclear é uma grande aliada em diversas áreas médicas, tendo interface com a Cardiologia, Oncologia, Neurologia, Hematologia, dente tantas outras. Afinal, ela aborda técnicas que permitem acompanhar com alta precisão o funcionamento de estruturas do corpo humano, auxiliando em diversas doenças como, por exemplo:

  • Embolia pulmonar;

  • Infecções agudas (como o Infarto Agudo do Miocárdio);

  • Hipertireoidismo;

  • Obstruções renais;

  • Demências;

  • Dores ósseas;

  • Câncer (tanto para diagnóstico, como definição do tipo e extensão, como tratamento).

“Mas, o que difere a Medicina Nuclear da Radiologia e Diagnóstico por Imagem?”

Bem, apesar de ambas as especialidades fazerem uso médico da radiação, na Radiologia as fontes ionizantes são seladas ou artificiais, ou seja, as emissões são feitas por um aparelho (como na tomografia computadorizada); ao contrário da Medicina Nuclear, cuja emissão ocorre através da administração de radiofármacos.  

Os radiofármacos são compostos que contém um isótopo radioativo (radionúcleo), emissor da radiação, e uma outra molécula não-radioativa (carregador ou ligante) que possui afinidade biológica com um determinado órgão ou tecido de interesse. Assim, é possível ter sua localização exata no organismo depois de ser administrado, sendo de grande valia para os processos diagnósticos e terapêuticos.

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O radiodiagnóstico na Medicina Nuclear

Tratando-se de diagnóstico, as técnicas nucleares utilizadas se destacam das demais pela obtenção das imagens através da radiação emitida pelo radiofármaco administrado no organismo, ao contrário das imagens convencionais. Os principais exames são:

  • Cintilografia: um exame muito comum na Medicina Nuclear, em especial a cintilografia cardíaca. Nesse caso, a técnica permite visualizar a perfusão sanguínea e detectar doenças cardiovasculares, ou então, predizer o risco de seu desenvolvimento. Além do coração, é possível aplicá-la para diversos órgãos e tecidos, como tireoide, ossos e sistema linfático.

  • PET/CT: uma tecnologia híbrida que utiliza a emissão de partículas radioativas (PET, do inglês Positron Emission Tomography) e as imagens da tomografia computadorizada (CT, Computed Tomography).

O mercado de trabalho para o médico nuclear

A Medicina Nuclear é uma área muito promissora, tendo uma boa empregabilidade no mundo todo. Afinal, as tecnologias nucleares seguem em constante evolução e cada vez mais são abertas clínicas especializadas. Entretanto, no Brasil, ainda existe um descompasso de seu alcance entre instituições privadas e o Sistema Único de Saúde (SUS), mas que tende a ser amenizado com o passar dos anos.

De forma geral, o médico nuclear atua com procedimentos eletivos. Podendo conduzir exames diagnósticos, realizar atividades terapêuticas, fazer atendimento médico interespecialidades e acompanhar cirurgias radioguiadas.

Também pode atuar na indústria farmacêutica (na busca de novos radiofármacos), ter boas oportunidades em concursos públicos e ou ainda seguir carreira acadêmica, realizando pesquisas e/ou assistência em hospitais universitários.

Perfil dos profissionais no Brasil

Segundo dados apresentados na Demografia Médica no Brasil (2023), a Medicina Nuclear ainda está entre as especialidades menos frequentes, com 1.105 profissionais (0,2% do número total de especialistas registrados). Entretanto, seu crescimento é notório: em 2012, eram apenas 660 especialistas, quase a metade do número mais recente.

Além disso, é uma área que ainda concentra mais homens que mulheres, sendo: 61% homens e 39% mulheres.

Tratando-se da distribuição geográfica, a Medicina Nuclear também tem um desequilíbrio na disposição de profissionais ao longo do território. Além da maioria se concentrar nas capitais (63,1%), a região Sudeste é a que tem o maior número de especialistas atuando. Confira abaixo:

Salário

Saber sobre a remuneração de uma especialidade médica é válido para se organizar financeiramente e planejar como serão os próximos passos na profissão.

Dessa forma, segundo dados disponibilizados no site Salario.com.br em 2022, a média salarial de um médico especialista em Medicina Nuclear é de R$ 6.311,72 para jornadas de 33 horas semanais. Já o teto salarial foi de R$ 13.980,81.  

Dependendo das horas trabalhadas, da instituição e da região de atuação, é possível que o profissional atinja esse teto salarial com maior rapidez.

A Residência Médica em Medicina Nuclear

A Residência Médica em Medicina Nuclear é a forma mais recomendada para se tornar um especialista na área. O programa é regulamentado pela CNRM (Comissão Nacional de Residência Médica), tem duração de 3 anos e é de acesso direto, portanto, médicos recém-formados podem ingressar sem a restrição de ter feito outra especialidade como pré-requisito.  

A Residência é caracterizada por treinamento em serviço e, diferentemente de outras áreas, a Medicina Nuclear não costuma ter plantões noturnos ou aos finais de semana, entretanto, a rotina durante a semana pode ser mais carregada. Por conta da similaridade entre as áreas, também é comum que os residentes tenham contato com o departamento de Radiologia.

Confira abaixo os objetivos específicos do programa de acordo com Resolução nº 24, de 16 de abril de 2019, que aprova a matriz de competências dos Programas de Residência Médica em Medicina Nuclear:

O perfil dos residentes

No levantamento trazido pela Demografia Médica no Brasil (2023), em 2021, havia 49 médicos cursando Residência em Medicina Nuclear. O que corresponde à relação de 0,02 médicos por 100.000 habitantes, ou ainda, 0,1% do percentual total de residentes.

Como passar na Residência Médica

O aumento no número de médicos nucleares ao longo dos anos ainda está em assimetria com o número de vagas disponibilizadas no processo seletivo de Residência Médica. No ENARE 2023, por exemplo, Medicina Nuclear teve apenas 5 vagas; na UFRJ, por sua vez, também ficou no ranking das 3 especialidades com menos vagas.

Então, para ingressar no programa, é fundamental estar preparado para a concorrência. Mas, muita calma, a Medcel tem cursos preparatórios com tudo o que você precisa para alcançar a tão sonhada Residência! Venha para um time craque em aprovação e comece agora mesmo acessando a plataforma por 7 dias grátis. CLIQUE AQUI e comece sua jornada com a gente.

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Referências:

Demografia Médica Brasileira – Censo 2023:  
Disponível em: https://amb.org.br/wp-content/uploads/2023/02/DemografiaMedica2023_8fev-1.pdf  

SBMN – Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear:
Disponível em: https://sbmn.org.br/comunicacao/conheca-a-medicina-nuclear/#

Portal CFM:
Disponível em: https://portal.cfm.org.br/artigos/medicina-nuclear-uma-historia-de-desafios-e-superacoes/

Vital, K. D., Lima, W. G., Pessoa, R. M., Fernandes, S. O., & Cardoso, V. N. (2019). Radiofármacos e suas aplicações. Brazilian Journal of Health and Pharmacy, 1(2), 69–79.
Disponível em: https://bjhp.crfmg.org.br/crfmg/article/view/80/47  

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Postado em
6/3/23
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