Com os constantes avanços na área da saúde, é imprescindível que os médicos se aprofundem cada vez mais em suas áreas de atuação. Isso ocorre para todos que exercem a profissão, inclusive aos profissionais que optam por seguir carreira como médicos generalistas.

Já para os que pensam em construir seu futuro profissional seguindo uma especialidade médica, uma das principais dúvidas que ocorre logo ao terminar a graduação é: qual pós-graduação fazer? Qual é a melhor?

Pensando em te ajudar nesse grande dilema da carreira médica, nós separamos pontos fundamentais para você considerar ao tomar a sua decisão. Vamos lá?

Leia também: Quais as diferenças entre Especialização e Residência Médica?

Pós-Graduação

Pós-graduação é o termo que corresponde à fase de estudos para quem já possui um diploma da graduação. Nesse sentido, existem 2 tipos de pós-graduação:  

  • Stricto sensu: mais ligada à interpretação acadêmica tradicional. Representada pelo Mestrado e Doutorado, que fornecem respectivamente o título de mestre e doutor.

  • Lato sensu: mais interessante para quem prefere um conhecimento com abordagem mais prática. São programas que fornecem o título de especialista e são representados pelas especializações, MBAs e Residência Médica.

Sim! A Residência Médica é uma pós-graduação, portanto, o foco desse artigo é de diferenciar as duas modalidades mais escolhidas para os médicos que desejam seguir e atuar em uma das especialidades — a especialização e a Residência Médica.

A Especialização

A especialização tem carga horária mínima de 360 horas totais (normalmente com duração de 6 a 18 meses), tem ampla disponibilidade de vagas e, dependendo da área escolhida, pode ter opção EAD. Os cursos costumam ser mais objetivos e diretos, focados nos desafios cotidianos, o que fez com que se tornassem populares entre os profissionais.

O ensino é teórico e prático e, nas melhores instituições, também contribui na preparação para as provas de títulos da Associação Médica Brasileira (AMB). Ou seja, devemos ressaltar que realizar uma especialização não garante ao aluno o título da especialidade, é preciso fazer posteriormente a prova de título.

O órgão que reconhece e regulamenta as especializações no Brasil é o Ministério da Educação (MEC).

A Residência Médica

A Residência Médica também é reconhecida pelo MEC e regulamentada pela Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM). Ao contrário da especialização, a Residência dura no mínimo 2 anos e tem uma carga horária mais densa, de 60 horas semanais. As vagas também são mais reduzidas que a modalidade anterior, o que faz com que os processos seletivos sejam bastante concorridos.

Sua principal característica é o treinamento em serviço. Ou seja, apesar do conteúdo teórico (cerca de 20% do programa), o grande foco é nas atividades práticas (80%), com o residente sendo apresentado aos desafios do dia a dia médico e tendo sua evolução profissional pautada pelo aprendizado e repetição.

Diferente da especialização, ao término do prazo e entrega de todas as atividades prevista do programa de Residência Médica, o aluno se torna um especialista e já pode atuar na área.

Leia também: 5 fatos que você precisa saber sobre a Residência Médica

Especialização ou Residência Médica?

Bom, agora que você sabe o que é cada uma das modalidades, vamos aprofundar em situações que te levem a refletir qual delas se encaixa melhor ao seu momento de vida.

  1. Avalie sua disponibilidade de tempo

O tempo é um ponto muito valioso a ser considerado. É inegável que a Residência Médica seja a modalidade de pós-graduação que melhor prepare o profissional recém-formado para encarar os desafios do cotidiano médico (inclusive, ela é a mais recomendada ao redor do mundo), entretanto, para completar as 60 horas semanais, são muitos dias, noites e finais de semana de trabalho em um hospital.  

Em contrapartida, algumas especializações podem ter rotina similar à da Residência, mas, em geral, costumam ter uma carga horária mais flexível. Alguns cursos, por exemplo, podem ser ministrados apenas aos finais de semana ou até mesmo à distância.

  1. Analise seu planejamento financeiro

O planejamento financeiro deve ser presente em toda a carreira médica, desde a graduação e principalmente na pós-graduação.

As especializações não oferecem bolsa, pelo contrário, é preciso pagar pelo curso e, dependendo da instituição e do que é incluído no programa, você poderá desembolsar um valor elevado. Mas, como a carga horária é mais flexível, é possível utilizar as janelas para encaixar outros trabalhos que te permitam gerar receita adicional.

Em contrapartida, na Residência, o profissional recebe a bolsa-auxílio. No ano de 2022, o seu valor foi estipulado em R$ 4.106,09 (valor bruto). O residente precisa estar ciente de todos os seus gastos fixos e variáveis para que possa enquadrar o seu padrão de vida, afinal, a Residência Médica exige total dedicação do profissional, ficando mais difícil adquirir renda extra com outros serviços.

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  1. Pense quais são os seus objetivos profissionais

Você está saindo da faculdade e quer ter uma experiência imersiva? Você procura se aprofundar em uma área que já atua? Ou ainda: a área que você almeja exige que você tenha conhecimento prático sólido? Essas são algumas das perguntas que é preciso fazer antes de decidir seguir para uma especialização ou para uma Residência Médica.  

A Residência Médica proporciona um contexto imersivo com profissionais experientes acompanhando em todas as etapas. Nessa modalidade, a vivência é o ponto-chave e há muita troca de experiência, mas, como vimos anteriormente, pode haver barreiras como: a concorrência do processo seletivo, questões financeiras e a alta carga horária — contrapontos que podem fazer com que o médico opte por seguir para uma especialização.  

Além disso, avaliando os objetivos profissionais, é fundamental considerar a área de interesse que se quer especializar. Isso porque algumas especializações oferecem um conteúdo bastante completo para a atuação do profissional no mercado, entretanto, outras seguem uma linha muito teórica, o que podem deixar a desejar, por exemplo, nas áreas cirúrgicas.

A decisão  

Não há decisão errada. A escolha certa é a que traz os melhores benefícios para a sua vida profissional no momento. Inclusive, é importante ressaltar que o médico precisa sempre estar enriquecendo seu currículo e aprofundando os seus conhecimentos, nesse sentido, as duas pós-graduações têm vantagens.

Para ajudar a visualizar o que você encontrou nesse artigo, confira o Quadro a seguir:

A preparação para se tornar um especialista

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REFERÊNCIAS

AMB.
Disponível em: https://amb.org.br/  

Demografia Médica Brasileira – Censo 2020.
Disponível em: https://www.fm.usp.br/fmusp/conteudo/DemografiaMedica2020_9DEZ.pdf

Entenda as diferenças entre pós-graduação e residência médica.
Disponível em: https://www.ipemed.com.br/blog/entenda-as-diferencas-entre-pos-graduacao-e-residencia-medica?utm_source=google&utm_medium=organic

Os benefícios da pós-graduação médica: aspectos pessoais e profissionais.

Disponível em: https://pebmed.com.br/os-beneficios-da-pos-graduacao-medica-aspectos-pessoais-e-profissionais/

Residência Médica versus Pós-graduação.
Disponível em: https://pebmed.com.br/residencia-medica-x-pos-graduacao/

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6/2/23
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