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m novo estudo afirma que modelos com novos biomarcadores renais e cardíacos foram os preditores mais eficazes de risco de 10 anos para doença cardiovascular aterosclerótica (ASCVD) em pacientes com doença renal crônica (DRC). A nova pesquisa foi publicada no Journal of The American Sociey of Nephrology e buscava analisar mudanças em modelos que avaliam risco cardiovascular em pacientes com doença renal. O estudo incluiu 2.604 pacientes adultos com DRC. 

Risco cardiovascular em pacientes com doença renal

Pacientes com doença renal crônica são tipicamente considerados em risco aumentado para doença cardiovascular aterosclerótica.

A DRC causa um estado pró-inflamatório sistêmico e crônico que contribui com processos de remodelação vascular e miocárdica. Dessa forma, resulta em lesões ateroscleróticas, calcificação vascular e senescência vascular, além de fibrose miocárdica e calcificação de válvulas cardíacas. Portanto, a DRC leva a um envelhecimento acelerado do sistema cardiovascular.

Segundo pesquisa publicada na Circulation, da American Heart Association, 50% de todos os pacientes com DRC no estágio 4 e 5 têm doença cardiovascular. Além disso, afirmam que a mortalidade cardiovascular é responsável por 40% a 50% de todas as mortes de pacientes com doença renal crônica avançada e em estágio final.

Mas a DRC é uma condição heterogênea e nenhum modelo de previsão de risco está atualmente em vigor para informar estratégias de cuidados e prevenção. Ferramentas comuns de previsão de risco foram desenvolvidas para a população em geral, mas podem não funcionar tão bem em pacientes com DRC.

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Como o novo estudo foi realizado?

O grupo de pesquisadores desenvolveu vários modelos usando dados do estudo Chronic Renal Insuffiency Cohort (CRIC). A idade dos 2.604 pacientes variava de 21 a 74 anos, com 55,8 anos de idade média e 52% era do sexo masculino.

A função renal dos pacientes foi definida pela taxa de filtração glomerular e a média entre os participantes do estudo foi de 56mL/min por 1,73m2.

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Nos novos modelos, usaram variáveis clinicamente disponíveis e novos biomarcadores para avaliar o risco cardiovascular em pacientes com doença renal. Dessa forma, os pesquisadores avaliaram com base na discriminação, calibração e melhoria da reclassificação líquida. 

"Em nosso estudo, criamos duas novas ferramentas de previsão para pacientes com DRC: a primeira é um modelo simples que inclui fatores medidos rotineiramente por profissionais de saúde e a segunda é um modelo expandido com variáveis adicionais particularmente importantes para pacientes com DRC, incluindo medidas de açúcar no sangue a longo prazo, inflamação e lesão renal e cardíaca", explicou Joshua Bundy, PhD, da Universidade de Tulane, em Nova Orleans, um dos autores do estudo.

Variáveis analisadas

Dos 2.604 participantes incluídos nas análises, 252 tiveram ASCVD incidente dentro de 10 anos da linha de base. 

Embora as equações de corte agrupadas publicadas do American College of Cardiology/American Heart Association previssem moderadamente um risco de 10 anos de ASCVD entre os pacientes, os pesquisadores descobriram que os novos modelos forneceram “melhorias significativas na previsão”. Segundo a pesquisa, eles identificaram estes abaixo como alguns dos mais importantes fatores nos modelos:

·         Idade;

·         Glicemia de longo prazo (HbA1c);

·         Inflamação (proteína C reativa de alta sensibilidade);

·         Lesão renal (relação albumina-creatinina urinária);

·         Lesão cardíaca (troponina-T e NT-proBNP).

Com isso, o pesquisador afirma que descobriram que os novos modelos são mais capazes de classificar os pacientes que terão ou não um acidente vascular cerebral ou ataque cardíaco em 10 anos, em comparação com os modelos padrão. Portanto, as novas ferramentas poderiam auxiliar melhor os profissionais de saúde e pacientes na avaliação e tomadas de decisão em relação ao risco cardiovascular em pacientes com doença renal.

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Porém, uma das descobertas mais surpreendentes do estudo foi que a taxa de filtração glomerular estimada não foi um forte preditor e não foi incluída nos modelos finais. Segundo os pesquisadores, os resultados sugerem que, pelo menos nesta amostra, a relação albumina-creatinina urinária e biomarcadores cardíacos como troponina T e NT-proBNP são preditores mais fortes de doença cardiovascular aterosclerótica em uma população com função renal reduzida.

Portanto, estas descobertas poderiam ajudar a proteger a saúde do coração de pacientes com doença renal. Novos ensaios clínicos ainda são necessários para testar a implementação desses modelos para melhorar o atendimento ao paciente.

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26/4/22
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