ey, tudo bem?
Você aí que já começou a estudar para as provas de Residência Médica ou Revalida sabe que abdome agudo é um tema queridinho das bancas e, a partir disso, a apendicite aguda é um tema quentíssimo em Cirurgia Geral e, claro, também muito frequente na prática médica. Então, é bom você ficar antenado nesse assunto. Continue a leitura para ficar por dentro de superdicas e ir bem nas provas!
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O que é Apendicite aguda?
Apendicite aguda faz parte do abdome agudo inflamatório (dos 5 tipos, esse é o que mais caem questões nas provas), que engloba também a colecistite aguda, pancreatite e diverticulite.
A apendicite aguda é uma inflamação do apêndice cecal, sendo o apêndice um pequeno órgão — uma extensão do intestino — relacionado ao sistema linfoide, localizado na fossa direita e, mais especificamente, a principal localização é retrocecal, podendo variar e, por isso, a dor pode ser mal localizada.
Esse quadro de inflamação é causado por uma obstrução do apêndice cecal que pode ser: fecalito (mais comum), hiperplasia de folículos linfoides (principalmente em crianças), neoplasias apendicular ou cecal, parasitas ou menos comum um corpo estranho. Ocorre que há um aumento na produção de muco intraluminal, distendendo e causando uma proliferação bacteriana, inflamação intensa e aumento na tensão transmural, causando congestão vascular e, nos piores casos, necrose e perfuração. Os principais microrganismos são E. Coli e Bacteroides spp, ou seja, aqueles da própria flora colônica.
Apendicite aguda nas provas
Dê uma conferida de como cai Apendicite aguda nas provas:
Nas questões de provas você geralmente vai encontrar paciente do sexo masculino entre 20 e 30 anos. Mas, fique ligado, pode aparecer também uma gestante por aí, já que é a emergência cirúrgica não obstétrica mais comum durante a gestação.
O quadro clínico clássico vai começar com uma dor abdominal difusa, mal localizada (já que a localização do apêndice varia) e posteriormente migra para a fossa ilíaca direita (FID). Também podem estar presentes sintomas como: náusea, vômito, febre (início é baixa), anorexia e queda no estado geral.
E, não tem escapatória, você tem que saber na ponta da língua os sinais que podem ser encontrados, mas lembrando que nenhum é patognomônico da doença. Então, vamos lá!
Sinais da Apendicite aguda
O mais famoso de todos: sinal de Blumberg: dor à descompressão súbita no ponto de McBurney. Para quem não se lembra, esse ponto está localizado na junção lateral, e dos dois terços mediais da linha que une uma linha ao umbigo e à espinha ilíaca anterossuperior direita.
Outros sinais importantes: sinal de Rovsing: dor na FID à palpação da fossa ilíaca esquerda. Essa palpação desloca os gases até o outro lado, provocando dor no local da inflamação. O sinal do iliopsoas significa dor quando é estendido o quadril direito do paciente. E o sinal do obturador caracteriza dor quando é realizada a flexão e rotação externa da coxa direita.
Há outros sinais que não são tão cobrados como Lennander, Dunphy, Aaron e Lapinski que é bom você dar uma olhada. E, claro, não esquecer do sinal de peritonite (dor abdominal difusa, descompressão dolorosa e abdômen em tábua). Se a questão mencionar massa abdominal, pensar em plastrão apendicular.
E, fique de olho na pegadinha: não são necessários exames complementares. O diagnóstico é clínico, exceto em mulheres em idade reprodutiva, sendo importante solicitar um beta-HCG para diagnóstico diferencial. Eles somente serão necessários para avaliação dos casos graves. Você pode encontrar leucocitose com ou sem desvio à esquerda, aumento de proteína C reativa e piúria.
Diagnóstico de Apendicite aguda
O resultado de uma ultrassonografia de abdome normal não exclui o diagnóstico de Apendicite aguda e é o exame de eleição para gestantes e crianças. Os achados são sinal do alvo, líquido livre pelve e estrutura tubular não compressível maior que 6 mm.
Em gestantes, pelo apêndice mudar de lugar pelo aumento do útero, o quadro clínico pode ser incomum. Como falei anteriormente, se a questão abordar paciente do sexo feminino, é muito importante não esquecer dos diagnósticos diferenciais ginecológicos como: gravidez ectópica e doença inflamatória pélvica, principalmente.
E, se liga, se a questão abordar tomografia de abdome, ela só é indicada em caso de dúvida.
E você não pode esquecer do famoso escore de Alvarado modificado (tanto para as provas, quanto para a prática) que define a probabilidade diagnóstica a partir da soma de parâmetros clínicos-laboratoriais:
Classificações da Apendicite aguda
E sobre a classificação da apendicite (a mais geral) — cuidado que há bancas que cobram classificações diferentes:
Tratamento da Apendicite aguda
Quanto ao tratamento: apendicectomia, a antibioticoterapia isolada pode ser em alguns casos de apendicite não complicada como tratamento conservador.
A apendicectomia por via aberta ou laparoscópica, dentro de 12 horas no paciente estável, pois se postergar o tempo, aumenta o risco de perfuração.
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Por Julia da Silveira Gross
Graduada em Medicina pela Universidad del Norte (2021), revalidado pela Universidade Federal Fluminense, possui mestrado em Ciências do Movimento Humano pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2014), especialização em Fisiologia do Exercício (2013) e graduação em Educação Física pela UFRGS (2011).
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