Atualizado em 01/05/2023

Os métodos contraceptivos mais utilizados no mundo são das classes dos de barreira e hormonais. Entre os métodos de barreira estão incluídos os espermicidas, preservativos masculinos e femininos e os dispositivos intrauterinos (DIUs) não hormonais.

Os métodos hormonais englobam os anticoncepcionais orais, injetáveis, implantes subdérmicos, o adesivo transdérmico e o anel vaginal.

Como escolher o melhor método contraceptivo?

A escolha do melhor método deve ser uma decisão conjunta entre médico e paciente. O importante é prestar atenção à eficácia do método sempre antes de prescrevê-lo.

Os principais métodos podem ser indicados para cada perfil. Devem ser observadas características do padrão menstrual de cada paciente, riscos de fenômenos tromboembólicos, presença de enxaqueca, uso de medicações, condições dermatológicas e a preferência pessoal.

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Os principais métodos anticoncepcionais

Os DIUs não hormonais são métodos que criam um ambiente hostil à fecundação no trato reprodutivo feminino. Devem ser indicados para pacientes que desejam métodos livres de hormônios e que pretendem manter a ciclicidade da menstruação. Também podem ser indicados para pacientes com contraindicações ao uso de hormônios sintéticos.

Entre os efeitos colaterais mais comuns, listam-se o sangramento menstrual excessivo e a dismenorreia. As contraindicações para o seu uso devem ser observadas sempre antes da indicação.

As principais incluem cervicite purulenta, doença inflamatória pélvica, alterações anatômicas do útero (como malformações müllerianas) e discrasias sanguíneas.

Anticoncepcionais hormonais

Os anticoncepcionais hormonais agem pelo bloqueio da ovulação, espessamento do muco cervical e outras ações locais no sistema reprodutor feminino. Todos contêm um progestogênio associado ou não a um estrogênio sintético. Podem ser indicados para o perfil de pacientes que não tenham contraindicação ao uso de hormônios.

Os anticoncepcionais combinados orais, o anel vaginal e o adesivo transdérmico podem ser indicados para mulheres que desejarem ter o controle sobre o momento em que ocorrerá a menstruação.

Alguns preparados comerciais contêm progestogênios de efeito antiandrogênico, melhorando a oleosidade da pele, a acne e o hirsutismo.

Efeitos desfavoráveis

Um dos efeitos desfavoráveis associados ao uso do estrogênio consiste em um risco ligeiramente maior (em relação à população não usuária de estrogênio) de fenômenos tromboembólicos. O risco costuma ser maior durante o primeiro ano de uso do método.

As principais contraindicações são hipertensão, diabetes há 20 anos ou mais ou com vasculopatia, história de fenômenos tromboembólicos, trombofilias hereditárias, enxaqueca com aura, tabagismo com 35 anos ou mais, história pessoal de câncer de mama, lúpus com anticorpos antifosfolípides positivos e alguns outros cenários específicos.

Anticoncepcionais com progestogênios

Já os anticoncepcionais somente com progestogênios (injetáveis trimestrais, pílulas de progestogênio isolado e implantes subdérmicos) apresentam menos contraindicações e risco de tromboembolismo substancialmente menor. O principal efeito adverso destes métodos é o sangramento vaginal em períodos não previamente esperados.

E o que mudou na legislação sobre esterilização cirúrgica no Brasil?

Os procedimentos de esterilização cirúrgica são denominados vasectomia e laqueadura tubária. A vasectomia é a esterilização cirúrgica masculina e consiste na secção de ambos os canais deferentes bilateralmente.  

A laqueadura (ou ligadura) tubária é a esterilização feminina e consiste na secção das tubas uterinas bilateralmente. A legislação brasileira sofreu mudanças no que tange a esses procedimentos que passaram a entrar em vigor em março de 2023.  

Uma das mudanças envolve a redução da idade em que é possível realizar esses procedimentos para 21 anos. Portanto, pessoas com 21 anos ou mais podem realizar vasectomia ou laqueadura tubária mesmo que não tenham filhos (caso desejarem).  

Para pacientes com menos de 21 anos o procedimento é possível desde que a pessoa tenha, pelo menos, dois filhos vivos. Para a sua realização, é necessário assinatura de consentimento informado livre e esclarecido pelo menos 60 dias antes do ato cirúrgico.

Outro ponto de mudança é a possibilidade de realização da laqueadura tubária durante os períodos de parto, cesariana ou abortamento. A laqueadura pode ser realizada caso seja desejo da paciente e ela tenha o termo de consentimento informado livre e esclarecido assinado com data igual ou superior a 60 dias do procedimento.

O terceiro ponto de mudança é que, nos casos de união estável, não é mais exigido o consentimento do cônjuge para a realização de vasectomia ou laqueadura tubária. Cabe aos profissionais o entendimento e a adequação à legislação no cuidado dos pacientes e dos seus direitos sexuais e reprodutivos.

Escolha do método contraceptivo

A escolha do método contraceptivo deve ser sempre individualizada. A usuária deve ser informada sobre os principais efeitos adversos, riscos, taxas de falhas e a importância da adesão correta.

É fundamental que a paciente se sinta confortável com o método e seja alertada a procurar atendimento médico caso apresente algum sintoma após o início do método ou durante o seu uso.

Saiba mais:Pílula anticoncepcional: entenda como funciona esse método contraceptivo.

Por Jader Burtet

Ginecologista, obstetra e mastologista. Título de Especialista em Ginecologia e Obstetrícia pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO). Título de Especialista em Mastologia pela Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM). Mestre em Ciências da Saúde pela Universidade Federal de Ciências da Saúde de POA. Preceptor da residência médica de GO do hospital Presidente Vargas em POA. Professor Afya.

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REFERÊNCIAS

Shutterstock - Pixel-Shot. Disponível em https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/thoughtful-young-woman-hands-different-means-1897586068. Acesso em 28 abr. 2023.

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Postado em
28/4/23
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