Atualizado em 11/04/2023

Fala, futuro residente!

Este ano começou a ser empregada no Brasil uma nova geração de imunizantes destinada a proteger a população contra a COVID-19, as chamadas vacinas bivalentes, você está por dentro? Outro tema é a nova vacina da dengue que, sem dúvidas, é um prato cheio para as bancas.

O Brasil registrou o surto mais mortal da doença desde que os dados começaram a ser compilados. Segundo o Ministério da Saúde, em 2022, foram 1.017 mortes por dengue no país, um recorde histórico. E os óbitos permaneceram elevados nos primeiros meses deste ano. Quer ficar por dentro desses assuntos? É só continuar a leitura.  

Vacina bivalente da COVID-19

Desde o início da pandemia, o vírus da COVID-19 sofreu muitas mutações. Atualmente, a variante mais presente é a ômicron, que possui algumas características diferentes da cepa original do coronavírus, como um maior grau de transmissão. Por conta disso, a vacina bivalente é uma atualização, desenvolvida para aumentar a proteção contra essa variante. É bivalente porque contém antígenos que geram anticorpos para as duas cepas, tanto para a original, quanto para a ômicron.

As vacinas do ciclo básico são chamadas monovalentes, pois contam apenas com a cepa original.  

Na primeira etapa, serão vacinados os seguintes grupos, segundo o Ministério da Saúde: 

E, fique ligado, o imunizante é indicado como dose única de reforço para crianças e adultos, após dois meses da conclusão do esquema vacinal primário, ou como última dose de reforço da vacina monovalente contra a COVID-19.  

Leia mais: Atualizações em HIV, Sífilis e Hepatite Virais na Gestação

Vacina da dengue

E, olha só, outra atualização quente que pode cair nas provas. A Anvisa aprovou em março deste ano, o registro de uma nova vacina de vírus vivo atenuado para a prevenção da dengue — lembrando que ainda não está na lista do Programa Nacional de Imunização.

A vacina Qdenga é o primeiro imunizante aprovado no Brasil para o público citado abaixo e é composta por quatro diferentes sorotipos do vírus causador da doença.

O imunizante aprovado anteriormente (Dengvaxia) só pode ser utilizado por quem já teve dengue e em pessoas entre 9 e 45 anos de idade. É uma vacina tetravalente de vírus vivo atenuado que também contém os quatro sorotipos da dengue e, novamente, não é distribuído pelo SUS. 

Para você ficar por dentro, o vírus da dengue possui os sorotipos conhecidos pelas siglas Denv-1, Denv-2, Denv-3 e Denv-4.

A vacina é feita a partir da tecnologia quimérica, em que os cientistas usam a estrutura do Denv-2 como uma espécie "esqueleto", sobre o qual são inseridas as informações genéticas das quatro versões do vírus da dengue. Outro detalhe que vale a pena destacar é que a eficácia variou de acordo com o sorotipo do vírus. Ela foi maior para o Denv-1 (69,8%) e o Denv-2 (95,1%) e menor para o Denv-3 (48,9%) — não foram observados casos suficientes de Denv-4 para estabelecer um resultado de eficácia significativa.

Segundo os dados do Ministério da Saúde, o sorotipo três provocou um surto no Brasil há mais de 15 anos, e o quatro nunca foi observado em larga escala no país.  

Neste esquema, estão inclusos na vacinação crianças acima de 4 anos, adolescentes e adultos até 60 anos de idade. O imunizante terá administração via subcutânea em esquema de duas doses, com intervalo de três meses entre as aplicações. 

E, fique de olho aqui: a vacina é contraindicada para imunodeprimidos, gestantes e mulheres durante o período de amamentação, já que é composta de um vírus atenuado.  

Outras atualizações de vacinas

Você sabia que, em julho e em setembro de 2022, tivemos atualizações muito importantes na vacinação contra o HPV (Papilomavírus Humano) para meninos e homens imunossuprimidos?

Outra novidade é a ampliação da vacinação contra a Covid-19 em crianças de 6 meses a 4 anos, pois, apesar da falsa sensação de fim da pandemia, as crianças não imunizadas se tornaram o grupo mais vulnerável ao coronavírus.  

Entre julho e setembro de 2022, as crianças pequenas foram o público mais hospitalizado, segundo análise da Fiocruz/Unifase, com base nos dados divulgados pelo Ministério da Saúde. Então, se você está se preparando para as provas, é melhor ficar por dentro dessas novidades!

O que é HPV?

Ainda segundo o Ministério da Saúde, é estimado que o Brasil tenha de 9 a 10 milhões de infectados pelo Papiloma Vírus Humano e que, a cada ano, 700 mil casos novos da infecção surjam. Cerca de 105 milhões de pessoas são positivas para o HPV 16 ou 18 no mundo.  

No nosso país, é a infecção sexualmente transmissível (IST) mais frequente na mulher e no homem, e a quarta neoplasia maligna mais comum entre as mulheres, sendo superado apenas pelo câncer de pele não melanoma, mama e colorretal e, também, a quarta causa de morte por câncer em mulheres, por isso muito cobrada pelas bancas.  

Leia mais: Entenda o que é o HPV

Tipos de HPV e vacinação

Lembre-se que há vários tipos de HPV e diferentes tipos de vacina. A vacina bivalente protege contra cânceres relacionados aos HPV 16 e 18, que pode prevenir os de colo do útero; vulva e vagina; câncer peniano e cânceres de orofaringe e anal em homens e mulheres.  

A vacina HPV quadrivalente previne infecções por pelos tipos oncogênicos 16 e 18, além das verrugas genitais nos dois sexos relacionadas ao HPV 6 e 11. E há a vacina monovalente, que protege contra os subtipos 6, 11, 16, 18, 31, 33, 45, 52 e 58, porém não está disponível no SUS.

A vacina quadrivalente que protege contra o HPV foi incorporada de forma escalonada no SUS a partir de 2014.  Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), o HPV-16 e o HPV-18 são responsáveis por causar pelo menos 70% dos casos de câncer de colo do útero.

Imunossuprimidos

Outro ponto importante que você deve saber é que a imunossupressão crônica é um dos principais fatores de risco para aquisição do HPV. Sua persistência e progressão para lesões pré-neoplásicas e neoplasias, especialmente nos indivíduos vivendo com HIV/Aids, transplantados de células tronco-hematopoiéticas e órgãos sólidos e indivíduos em tratamento para câncer (radio e/ou quimioterapia).

O risco de desenvolvimento de cânceres associados ao HPV é cerca de quatro vezes maior entre essa população do que na população sem a doença ou transplante.

HPV: quais são as mudanças?

E você não pode ir para prova sem saber qual é o esquema vacinal. Fica ligado, pois aqui ocorreu uma mudança em setembro de 2022.

  • Anteriormente era meninas 9 a 14 e meninos de 11 a 14 anos, com esquema de 2 doses (0 e 6 meses).
  • Agora ficou igual para meninos e meninas de 9 a 14 anos de idade.
  • Adolescentes que receberem a primeira dose dessa vacina nessas idades, poderão tomar a segunda dose mesmo se ultrapassado os seis meses do intervalo preconizado, para não perder a chance de completar o seu esquema.

Baixe o Mapa Mental com os principais esquemas de vacinação em crianças.

E, a outra atualização acorreu na população masculina imunossuprimida (que vivem com HIV/aids, transplantados de órgãos sólidos ou medula óssea e pacientes oncológicos), que foi ampliada:  

Como era na população imunossuprimida?

Mulheres de 9 a 45 (aqui continua igual, inclusive, lembrando que foi ampliado em 2021) e meninos de 9 a 26 anos.

Como ficou?

Se estendeu para população masculina imunossuprimida:  homens e mulheres imunossuprimidos, de 9 a 45 anos, com esquema de três doses (0, 2, 6 meses).

Prato cheio para as pegadinhas de prova, hein?

Atualização Covid-19

Sobre a vacinação da Covid-19, foi aprovada em setembro do ano passado a vacina da Pfizer contra o coronavírus. A vacina para crianças entre 6 meses e 4 anos de idade tem dosagem e composição diferentes daquelas utilizadas para as faixas etárias previamente aprovadas, por isso, terá a tampa da cor de vinho para facilitar a identificação.

Uma vez retirado do armazenamento de congelamento, o frasco fechado pode ser armazenado em geladeiraentre 2 °C e 8 °C durante um período único de 10 semanas, não excedendo a data de validade original. Lembrando que:

  • Dos 5 a 11 anos, é de cor laranja, 0,2 mL. São duas doses com intervalo de 28 dias;
  • Acima de 12 anos, é de cor roxa, 0,3 mL. São duas doses com intervalo de 21 dias.

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Por Julia da Silveira Gross

Graduada em Medicina pela Universidad del Norte (2021), revalidado pela Universidade Federal Fluminense, possui mestrado em Ciências do Movimento Humano pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2014), especialização em Fisiologia do Exercício (2013) e graduação em Educação Física pela UFRGS (2011).

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REFERÊNCIAS

Ministério da Saúde — HPV.

Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/h/hpv#:~:text=O%20HPV%20(sigla%20em%20ingl%C3%AAs,Infec%C3%A7%C3%A3o%20Sexualmente%20Transmiss%C3%ADvel%20(IST). Acesso em: 10 abr. 2023.

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11/4/23
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