Hey, tudo certo?

Choque é uma situação em que há perfusão orgânica e oxigenação tecidual inadequadas, com diferentes causas e fisiopatologias. Há três tipos: choque hipovolêmico, choque distributivo e choque cardiogênico. Hoje vou falar sobre o último, o choque cardiogênico, no qual ocorre perda da bomba cardíaca e diminuição do volume sistólico. Bem grave, né? Então bora saber mais, pois é um assunto recorrente nas provas.  

Choque cardiogênico: o que é?

O choque cardiogênico consiste na falha do mecanismo de bomba do coração, que causa uma diminuição da pós-carga. Essa perda da bomba cardíaca causa um efeito cascata, pois diminui o volume sistólico, que, por sua vez, diminui o Débito Cardíaco (DC). A queda do DC gera um aumento da reatividade do sistema renina-angiotensina-aldosterona, que eleva a Resistência Vascular Periférica (RVP), causando hipotensão e má perfusão tecidual/orgânica — aumentando o ácido láctico e gerando insuficiência orgânica por lesão de órgão-alvo. Pode ser causado por contusão miocárdica, insuficiência cardíaca descompensada, embolia gasosa, arritmias, tamponamento cardíaco, endocardite infecciosa e infarto agudo do miocárdio associado ao trauma (rupturas).

Leia mais:
ACC 2022: novo guideline de insuficiência cardíaca
Arritmias cardíacas - O que cai na prova?
Endocardite Infecciosa: atualização dos Critérios de Duke  

Diagnóstico do choque cardiogênico

Devido à necessidade de intervenção rápida, o diagnóstico é clínico, não sendo retardado pela realização de exames complementares. Então anota aí: queda do nível de consciência e do estado mental, perfusão periférica lentificada, extremidades frias, oligúria, evidência laboratorial de acidose e dispneia pela congestão pulmonar. Mas tudo dependerá da etiologia do quadro.  

A principal causa de choque cardiogênico é o infarto agudo do miocárdio, quando o paciente tem a clássica dor precordial aguda com diaforese e palpitação. Já quando o choque ocorre por uma arritmia, o quadro é mais súbito, representado por síncope. A frequência cardíaca pode estar normal ou aumentada, normalmente associada à hipotensão.

No choque cardiogênico, temos:

Exames complementares

Em relação aos exames complementares, a depender da causa, temos: eletrocardiograma — pode evidenciar infarto agudo do miocárdio e arritmias; ecocardiograma — função ventricular diminuída; exames laboratoriais — incluindo marcadores cardíacos e ácido láctico; radiografias de tórax — congestão pulmonar com inversão da trama vascular, linhas B de Kerley e infiltrado pulmonar; e gasometria arterial — acidose metabólica. Os exames complementares podem ser realizados para ajudar no diagnóstico de choque cardiogênico e avaliar a gravidade da condição.

Como diagnóstico diferencial: choque hipovolêmico, choque séptico, cardiomiopatia por estresse, miocardiopatia hipertrófica e embolia pulmonar.

Leia também: Sepse na rotina médica: como conduzir?

Tratamento do choque cardiogênico

O tratamento depende do grau de instabilidade do paciente e da etiologia, geralmente envolvendo uma abordagem multifacetada — por isso não costuma ser cobrado em prova, é muito específico. O objetivo é retirar o fator precipitante e estabilizar o paciente hemodinamicamente. Pode incluir:

  • Suporte hemodinâmico: pode incluir o uso de medicamentos para aumentar a contratilidade cardíaca (inotrópicos), vasodilatadores ou dispositivos de assistência circulatória, como balão intra-aórtico ou oxigenação por membrana extracorpórea (ECMO);
  • Redução da carga de trabalho cardíaco: pode ser alcançada com a administração de diuréticos para reduzir o volume de fluido e a pré-carga ou com a utilização de dispositivos como a ventilação mecânica para diminuir o trabalho respiratório;
  • Tratamento da causa subjacente: identificar e tratar a causa subjacente do choque cardiogênico, como infarto agudo do miocárdio, insuficiência cardíaca descompensada ou arritmias cardíacas;
  • Monitoramento intensivo: monitorar de perto os sinais vitais do paciente, incluindo pressão arterial, frequência cardíaca, oxigenação e diurese, para avaliar a resposta ao tratamento e detectar complicações precocemente.

O choque cardiogênico é uma condição médica grave que requer intervenção imediata. O tratamento rápido e adequado é essencial para melhorar as chances de recuperação e reduzir o risco de complicações graves, incluindo disfunção de órgãos vitais e morte.

Bons estudos!

Leia mais:
Cardiologia e Prova de Residência: 13 assuntos para ficar de olho
5 tópicos mais abordados sobre o tratamento da HAS
O que é obstrução arterial crônica?

A MEDCEL tem cursos preparatórios para você sair na frente nos processos seletivos de Residência Médica. Entre no nosso site e teste a plataforma por 7 dias grátis!CLIQUE AQUI e comece sua jornada com a gente.

Gostou do artigo? Compartilhe com amigos, assine nossa newsletter, acompanhe a Medcel nas redes sociais e fique sempre por dentro dos assuntos mais quentes da Medicina.

Referência

YAKOBCHUK, Olena. Bad news. Stressed young woman feeling pain and touching chest suffer from heartache disease at home while having heart attack, infarction. [20--?]. 1 fotografia. Shutterstock. Disponível em: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/bad-news-stressed-young-woman-feeling-1845310183. Acesso em: 2 abr. 2024.

Quer receber conteúdos exclusivos sobre Residência Médica? Inscreva-se e boa preparação!

Obrigado! Seu envio já foi recebido no nosso sistema.
Algo deu errado. Revise os campos acima.
Postado em
2/4/24
na categoria
Notícias Médicas

Mais sobre 

Notícias Médicas

ver tudo