m levantamento realizado pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), em 2020, mostrou que no nosso país as gestações únicas correspondem a 97,7% dos casos, as duplas a 2,1% e triplas ou mais, a 0,05%.
É interessante você observar que a gestação gemelar (múltipla), independentemente de complicações ou não, é considerada de alto risco. Deve, também, atentar para os cuidados e o seguimento necessários no pré-natal e no parto, a fim de obter os melhores resultados para a mãe e os recém-nascidos.
Em 2022, o Ministério da Saúde divulgou a 6ª edição do Manual de Gestação de Alto Risco atualizado, com novos protocolos e orientações sobre o acompanhamento da gestação de alto risco, então bora ficar por dentro.
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Complicações na Gestação Gemelar
As principais complicações maternas são: anemia, hipertensão, diabetes gestacional, placenta prévia, descolamento prematuro de placenta e hemorragia pós-parto. Entre as complicações fetais, a prematuridade e o baixo peso são as mais frequentes e as que mais impactam o prognóstico neonatal. Além disso, as gestações múltiplas se associam a maiores complicações intraparto.
E, fica ligadíssimo, o acompanhamento e a conduta nas gestações gemelares baseiam-se fundamentalmente no tipo de corionicidade (número de placentas) e algumas questões trazes esses tópicos.
E, você, precisa saber disso, elas podem ser:
- Dicoriônicas: 2 placentas, e sempre serão diamnióticas (cada feto com sua placenta e bolsa amniótica);
- Monocoriônicas: 1 placenta, e poderão ser:
- Monocoriônica monoamniótica: os fetos com mesma placenta e bolsa amniótica;
- Monocoriônica monoamniótica com fetos unidos: os fetos compartilham placenta, bolsa e partes fetais;
- Monocoriônica diamniótica: os fetos com mesma placenta e possuem bolsas amnióticas independentes.
Corionicidade da Gestação Gemelar
A determinação da corionicidade é realizada por meio do exame ultrassonográfico e preferencialmente no 1º trimestre da gestação (até 13 semanas e 6 dias), pela presença do sinal do lambda (projeção do córion na membrana amniótica que divide as bolsas amnióticas), representando a gestação dicoriônica; por outro lado, o sinal do T representa a gravidez monocoriônica. Após esse período, esse sinal pode desaparecer, dificultando definir a corionicidade.
Na gestação dicoriônica, as consultas podem ser mensais até a 28ª semana de gestação e, posteriormente, a cada 15 dias até 34 semanas, seguindo-se semanalmente até o parto. Já nas gestações monocoriônicas, as consultas devem ser realizadas a cada 15 dias, após a 16ª semana de gestação, até 34 semanas, e depois semanal até o parto.
Devido ao risco maior de anemia materna e infecção urinária, recomenda-se a avaliação da hemoglobina e da urocultura materna em cada trimestre da gestação. Como o parto ocorre em idades gestacionais mais precoces, a pesquisa de colonização materna pelo estreptococo do grupo B deve ser realizada com 32 semanas, nas gestações dicoriônicas, e com 30 semanas nas gestações monocoriônicas.
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Gestação gemelar: nova diretriz
Há alguns novos pontos importantes da Gestação Gemelar que você deve se atentar:
- Rastreamento e prevenção da prematuridade preconiza-se a medida do colo uterino por via vaginal, no momento da ultrassonografia morfológica de segundo trimestre (entre 20 a 23 6/7); quando menor que 25mm o risco de prematuridade é maior e medidas profiláticas devem ser ponderadas, como repouso, progesterona e até a cerclagem (se houver diagnóstico de incompetência istmocervical);
- Corticoterapia para maturação pulmonar fetal. As indicações, dosagens e idades gestacionais de uso são as mesmas das gestações únicas;
- Tocólise em gestações gemelares, devido a maior volemia materna, deve se evitar o uso dos beta-agonistas (terbutalina), pelo maior risco de edema agudo de pulmão. Dar preferência para o uso da nifedipina ou de atosiban (quando disponível), prescritos nas mesmas doses das gestações únicas;
- A idade gestacional média do parto nas gestações gemelares é em torno de 36 semanas. Baseado nos melhores resultados perinatais, o término das gestações gemelares, sem complicações maternas ou gestações dicoriônicas diamnióticas: 38 semanas.
Já em gestações monocoriônicas diamnióticas: 36 semanas. E em gestações monocoriônicas monoamnióticas: 32 a 34 semanas. Frente às comorbidades maternas e à insuficiência placentária, as idades gestacionais de resolução da gestação poderão ser mais antecipadas;
- Devido aos riscos maiores de restrição de crescimento fetal, o número de exames ultrassonográficos necessários para monitorar essas gestações é maior do que em gestações únicas. As seguintes alterações ultrassonográficas, presentes em um ou nos dois fetos, necessitam de avaliação especializada, e você precisa saber.
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Bora estudar, e conte conosco para a sua aprovação!
Por Julia da Silveira Gross
Graduada em Medicina pela Universidad del Norte (2021), revalidado pela Universidade Federal Fluminense, possui mestrado em Ciências do Movimento Humano pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2014), especialização em Fisiologia do Exercício (2013) e graduação em Educação Física pela UFRGS (2011).
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