As doenças cardíacas são a principal causa de morte no país e os infartos representam uma das maiores emergências cardiológicas, então configuram um prato cheio para as questões das provas. O que muita gente não sabe é que os Infartos Agudos do Miocárdio (IAMs) podem ser classificados em cinco tipos com base na fisiopatologia, na etiologia e nas circunstâncias. Você sabe quais são? Bora comigo!

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Resumidamente, os cinco tipos de IAM são:

Então vamos destrinchar esses tipos:

Infarto tipo 1 — instabilidade da placa: o IAM espontâneo ou “clássico” é causado por doença arterial coronariana aterotrombótica, a qual, devido à instabilidade da placa ateroesclerótica — por uma dissecção, erosão, ruptura ou fissura —, leva à redução do fluxo sanguíneo, necrosando o miocárdio. Importante diferenciar a síndrome coronariana aguda com supradesnivelamento do segmento ST (SCACSST), que ocorre quando há obstrução completa em uma artéria coronária, levando a uma interrupção significativa do fluxo sanguíneo para o músculo cardíaco; e a síndrome coronariana aguda sem supradesnivelamento do segmento ST (SCASST), na qual a obstrução da artéria coronária não é completa, resultando em fluxo sanguíneo reduzido para a área do músculo cardíaco. Esses são exemplos clássicos do tipo 1.

Infarto tipo 2 — desbalanço de oferta versus demanda: nesse caso, a lesão isquêmica do miocárdio ocorre por um desbalanço entre a oferta e a demanda de oxigênio sem ruptura da placa — o que a diferencia do tipo 1. Pode ser causada por um estressor agudo, como sangramento gastrintestinal agudo com queda abrupta da hemoglobina ou taquiarritmia sustentada com manifestações clínicas de isquemia miocárdica.  

O que ocorre é um fluxo sanguíneo para o miocárdio isquêmico que é insuficiente para atender o aumento da demanda miocárdica de oxigênio. Os limiares isquêmicos podem variar substancialmente nos pacientes, dependendo da magnitude do estressor, da presença de comorbidades não cardíacas e da extensão da doença cardíaca subjacente.  

O desequilíbrio entre oferta e demanda de oxigênio do miocárdio atribuível à isquemia miocárdica aguda pode ser multifatorial, relacionado a: redução da perfusão miocárdica devido à aterosclerose coronariana fixa sem ruptura de placa; espasmo da artéria coronária; disfunção microvascular coronariana — que inclui disfunção endotelial e disfunção e desregulação da inervação simpática; embolia coronária; dissecção da artéria coronária com ou sem hematoma intramural ou outros mecanismos que reduzam o fornecimento de oxigênio, tais como bradiarritmia grave, insuficiência respiratória com hipoxemia grave, anemia grave e hipotensão/choque; ou aumento da demanda miocárdica de oxigênio devido a uma taquiarritmia sustentada ou hipertensão grave com ou sem hipertrofia ventricular esquerda.

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Infarto tipo 3 — morte súbita: os pacientes podem manifestar uma apresentação típica de isquemia/infarto do miocárdio — incluindo supostas novas alterações isquêmicas no eletrocardiograma ou fibrilação ventricular — e morrer antes que seja possível obter sangue para determinação de biomarcadores cardíacos. Também podem falecer logo após o início dos sintomas, antes que ocorra elevação dos valores dos biomarcadores.  

Esses pacientes são designados como portadores de IAM tipo 3, quando a suspeita de evento isquêmico agudo do miocárdio é alta, mesmo na ausência de evidência de IAM em biomarcadores cardíacos. Quando um IAM tipo 3 é diagnosticado e uma autópsia subsequente revela evidência de IAM com trombo fresco ou recente na artéria relacionada ao infarto, o IAM tipo 3 deve ser reclassificado como IAM tipo 1.

Infarto tipo 4 — relacionado à Angioplastia Transluminal Coronária (ATC): é o infarto relacionado à angioplastia. Pode estar temporalmente associado ao procedimento em si, refletindo questões periprocedimento, ou ocorrer posteriormente, refletindo complicações de um dispositivo, como trombose precoce ou tardia do stent, reestenose intra-stent ou ainda oclusão ou estenose do enxerto com revascularização do miocárdio. A partir disso, é dividido em IAM: tipo 4a — consequência imediata do procedimento; tipo 4b — ocorre após o procedimento devido à trombose do stent; tipo 4c — ligado à reestenose intra-stent.

Infarto tipo 5 — relacionado à cirurgia cardíaca: associado à cirurgia de revascularização cardíaca, que causa uma lesão direta no miocárdio.

Bons estudos!

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Referências:

THYGESEN, Kristian et al. Fourth Universal Definition of Myocardial Infarction. Journal of the American College of Cardiology, [Washington], v. 72, n. 18, p. 2231-2264, 30 Oct. 2018. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.jacc.2018.08.1038. Acesso em: 9 abr. 2024.

ZINKEVYCH, Dmytro. Paramedical staff performing the heart massage and oxygenation procedure. [20--?]. 1 fotografia. Shutterstock. Disponível em: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/paramedical-staff-performing-heart-massage-oxygenation-2207029151. Acesso em: 9 abr. 2024.

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9/4/24
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