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Otorrinolaringologia, apelidada por muitos no dia a dia como “Otorrino”, é uma especialidade médica voltada para prevenção, diagnóstico e tratamento de doenças voltadas à região da cabeça e pescoço, especialmente ouvido (“oto”), nariz (“rhino”) e garganta (“laringo”).

Ela está entre as 15 especialidades com o maior número de profissionais e destaca-se por ter um amplo mercado de trabalho, o que se deve, em grande parte, à importante interface interdisciplinar e por ser uma área clínica-cirúrgica.

Se a Otorrinolaringologia está entre suas opções para seguir na Residência Médica, continue conosco que iremos te contar todos os detalhes sobre essa especialidade fascinante. Boa leitura!

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A história da Otorrinolaringologia

Existem registros relacionados à Otorrinolaringologia datados da Antiguidade. Os papiros de Éberes do Egito são um dos documentos científicos mais antigos e citavam como os ferimentos em ossos temporais, decorrentes de batalhas, afetavam a audição e fala dos combatentes.

Na Grécia, médicos e filósofos como Alcmaeon de Crotona, Empédocles, Hipócrates e Aristóteles buscavam entender como uma estrutura tão singular e delicada como o ouvido poderia ter um papel sensorial e vestibular tão importante.

A história seguiu longos caminhos até que, no século XX, a especialidade ganhou o seu nome atual com a fusão da Otologia e da Laringologia. Essa época foi marcada por grandes avanços, como a criação do primeiro aparelho auditivo elétrico e execução de procedimentos cirúrgicos pioneiros. Com o desenvolvimento de técnicas anestésicas, novos fármacos antimicrobianos e novas tecnologias, foram incorporadas inovações que garantiram uma evolução constante na área.

Em 1911, foi criada a Faculdade de Medicina da Bahia, sendo a primeira instituição voltada à Otorrinolaringologia e tendo Eduardo Rodrigues de Moraes como seu primeiro especialista. A Sociedade Brasileira de Otorrinolaringologia (SBORL), por sua vez, foi fundada em 21 de novembro de 1978 e, atualmente, é representada pela ABORL-CCF, Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial.

O que faz um otorrinolaringologista

Como comentado anteriormente, o otorrinolaringologista é o médico que trata de patologias relacionadas ao ouvido, nariz e garganta como, por exemplo:

  • Sinusite;

  • Rinite;

  • Problemas relacionados ao sono, como a apneia;

  • Desvio de septo nasal;

  • Retirada de corpo estranho de nariz e ouvido;

  • Amigdalites;

  • Disfagia;

  • Disfunção da articulação temporomandibular (ATM);

  • Labirintite e distúrbios relacionados ao ouvido interno;

  • Paralisia facial;

  • Faringite, laringite e otite;

  • Neoplasias.

O otorrinolaringologista comumente atua em conjunto com outras especialidades, sendo a mais comum a Cirurgia de Cabeça e Pescoço. Ambas as áreas possuem afecções comuns (como nos casos de tumores) e a troca de experiências é fundamental para execução de ações colaborativas que direcionem o melhor tratamento a ser seguido para o paciente.  

Outra especialidade muito presente na rotina desse profissional é a Cirurgia Plástica. Nesse caso, realizam-se procedimentos como rinosseptoplastia (maior destaque), otoplastia, blefaroplastia (cirurgia plástica de pálpebras) e ritidoplastia.

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Perfil do otorrinolaringologista

É importante ressaltar que um bom otorrinolaringologista é um profissional, acima de tudo, dinâmico. Ele deve estar apto para lidar com casos clínicos e cirúrgicos — unindo o conhecimento e o jogo de cintura de ambas as áreas. Também precisa ser minucioso e atento, com um sólido conhecimento em Anatomia de cabeça e pescoço e, claro, deve ser compreensivo e colaborativo, tanto para seus pacientes quanto para a equipe de profissionais que irá conviver em seu dia a dia.

O mercado de trabalho

Segundo dados da Demografia Médica no Brasil, de 2020, a Otorrinolaringologia está entre as 15 especialidades médicas com o maior número de profissionais, o que reflete os avanços constantes da área, o aumento de vagas para Residência Médica e o dinamismo que envolve uma especialidade clínica-cirúrgica.  

Atualmente, são 7.186 profissionais com título de especialista, sendo uma das áreas que possui maior número de homens atuando. Dos especialistas, cerca de 59,5% são homens e 40,5% mulheres.

Assim como outras especialidades médicas, a Otorrinolaringologia tem uma distribuição geográfica desigual ao longo do território brasileiro, sendo o maior percentual dos profissionais concentrados na região Sudeste. Confira:

Rotina do otorrinolaringologista

Esse profissional pode atuar na rede pública ou privada, em hospitais, fazendo plantões, em enfermarias e ambulatórios — com pareceres e acompanhamento clínico; além de cirurgias marcadas ou emergenciais. Também pode fazer avaliações auditivas e vestibulares em consultórios e centros especializados.

Caso sua opção seja ter um consultório próprio, é importante realizar um bom planejamento financeiro inicialmente, visto que os equipamentos otorrinolaringológicos podem representar um alto investimento, especialmente no início do projeto.

Outra área de atuação desse profissional é a acadêmica, podendo atuar como pesquisador, produzindo conteúdo científico e participando na área de educação em saúde. Ou ainda, pode prestar concurso público e trabalhar como servidor em instituição pública.

Quanto ganha um otorrino?

De acordo com um levantamento realizado pelo site Salario.com.br, no período de dezembro de 2021 a novembro de 2022, um otorrinolaringologista ganha, em média, R$ 6.209,46 no Brasil para uma jornada de trabalho de 20 horas semanais.

O valor foi obtido levando em consideração acordos coletivos em regime CLT, mas devemos lembrar que o recolhimento pode ser maior de acordo com a carga horária trabalhada (no caso, o profissional pode ainda incluir plantões em sua agenda) e com a Instituição. A mesma pesquisa, por exemplo, traz um teto salarial de R$ 13.216,73 para a profissão.

Residência Médica em Otorrinolaringologia

Apesar de não ser a única forma de se tornar um especialista em Otorrinolaringologia, a Residência Médica é a modalidade mais recomendada, afinal, o desenvolvimento profissional ocorre através do treinamento em serviço. Outra vantagem é que, sendo realizada em instituição credenciada pela CNRM/MEC e atendendo à carga horária de 60 horas semanais, já é possível garantir o título de especialista ao final do programa.

A Residência Médica de Otorrino tem duração de 3 anos e é de acesso direto, ou seja, não tem pré-requisito. Ela está entre as especialidades mais concorridas nos 5 principais programas do país, confira abaixo a relação candidato-vaga:  

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Os 3 anos de Residência em Otorrinolaringologia são constituídos de cronogramas teóricos e práticos, sendo que este último é o de maior foco. Nesse sentido, uma dica importante é que, na sua escolha da instituição médica para cursar a Residência em Otorrinolaringologia, você considere aquelas que apresentam uma boa estrutura ambulatorial, além da presença e conservação de equipamentos utilizados na rotina otorrinolaringológica.

Segundo a Resolução nº 21, de 8 de abril de 2019, que aprova a matriz de competências dos Programas de Residência Médica em Otorrino, os objetivos específicos que devem ser contemplados pelo residente são:

  1. Dominar a anatomia e fisiologia de orelha externa, média e interna, nariz, seios paranasais, boca, faringe, laringe, traqueia, face, órbitas, base de crânio e pescoço;

  1. Dominar anamnese e exame físico otorrinolaringológico;

  1. Dominar o diagnóstico e a solicitação de exames complementares nas afecções que envolvem o ouvido, nariz e garganta;

  1. Dominar o diagnóstico das manifestações otorrinolaringológicas;

  1. Dominar a realização e avaliação de exames complementares;

  1. Dominar a realização de procedimentos cirúrgicos e cuidados pré e pós-operatórios;

  1. Dominar o tratamento das complicações clínicas e cirúrgicas em otorrinolaringologia;

  1. Avaliar e realizar o diagnóstico e tratamento das afecções em Medicina do Sono, Foniatria e Cirurgia Craniomaxilofacial;

  1. Produzir um artigo científico, apresentando-o em congressos ou publicando-o em revistas científicas.

Como passar na Residência Médica?

Para passar em um programa de Residência Médica concorrido como o de Otorrino, é fundamental se preparar com quem mais aprova no mercado! A Medcel tem metodologia assertiva, que se encaixa ao seu cronograma de estudos e oferece todas as dicas para você entrar no programa dos seus sonhos.

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Referências:

Demografia Médica Brasileira – Censo 2020.
Disponível em: https://www.fm.usp.br/fmusp/conteudo/DemografiaMedica2020_9DEZ.pdf

RESOLUÇÃO CNRM Nº 02 /2006.
Disponível em: http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/resolucao02_2006.pdf  

“Breve história da otorrinolaringologia: otologia, laringologia e rinologia”. Rev. Bras. Otorrinolaringol. 73 (5). Out 2007.
Disponível em: https://www.scielo.br/j/rboto/a/s8Qw7GJs7DrCQ8LLmQyGH7P/?lang=pt  

PEBMED.
Disponível em: https://pebmed.com.br/otorrinolaringologia-atividade-clinica-ambulatorial-e-educacao-cirurgica/

Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF).
Disponível em: https://aborlccf.org.br/  

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3/2/23
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