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Infecções congênitas na Pediatria é aquele assunto da neonatologia que as bancas adoram, então, nada mais certo do de você ficar por dentro das superdicas sobre esse tema para mandar bem nas questões! Há diversas, mas, vou te passar aquelas que caem nas provas.

Aqui já vai a primeira dica quente: foca na sífilis congênita! Como ela é a mais importante, vai ficar um post só para ela. Outras que você deve saber são: toxoplasmose, citomegalovírus, rubéola, herpes simples e zika! E, uma pergunta, você está ligado no “STORCH+Z”? Não custa nada lembrar que tudo deve ser preconizado pelo Ministério da Saúde. Quer saber mais dicas? É só continuar a leitura! Então, vamos lá?

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Você já ouviu falar no famoso “STORCH+Z”? Se ainda não, eu vou te contar o que isso tem a ver com as infecções congênitas na Pediatria.

Se liga, quando a gestante é infectada por um dos agentes relacionados à STORCH+Z, poderá ocorrer transmissão para o feto e resultar em aborto espontâneo, óbito fetal ou anomalias congênitas — principalmente alterações do Sistema Nervoso Central (SNC).  

As infecções congênitas ocorrem intraútero (via hematogênica transplacentária) e vão depender do estado imunitário materno, das características do agente e da Idade Gestacional (IG) de aquisição da infecção materna.

Toxoplasmose

A prevalência de infecção congênita pelo Toxoplasma gondii no Brasil tem mostrado taxas entre 3 e 20 casos por 10 mil nascidos vivos. De maneira inversa, a doença é mais grave quando o feto é infectado no primeiro trimestre de gestação, e geralmente leve ou assintomática no feto infectado durante o terceiro trimestre.  

Os exames mais específicos para o diagnóstico de toxoplasmose são os testes sorológicos.

A presença de anticorpos IgM ou IgA no sangue do RN demonstra a infecção congênita, uma vez que não cruzam a placenta. Entretanto, a ausência de IgM não afasta a infecção congênita, pois dependendo do momento da infecção materna, os anticorpos IgM específicos podem desaparecer antes do nascimento (nas infecções maternas ocorridas no primeiro ou segundo trimestre), bem como podem ainda não ser detectados (nas infecções maternas mais recentes), vindo a ser detectados após o nascimento ou não.  

O T. gondii pode ser detectado ao nascimento na placenta, sangue, líquor ou urina.  

Cerca de 85% dos recém-nascidos (RN) com toxoplasmose congênita não apresentam sinais clínicos evidentes ao nascimento.

Por fim, para não cair em pegadinhas, os achados ultrassonográficos sugestivos de infecção fetal podem aparecer mais tardiamente, portanto, aguardar alterações no ultrassom para diagnosticar toxoplasmose congênita não é adequado. Entretanto, na presença de alterações ultrassonográficas sugestivas de infecção fetal (microcefalia, hidrocefalia, calcificações cerebrais, catarata, hepatomegalia, entre outras) em gestantes com casos suspeitos ou provável de toxoplasmose materna, deve ser iniciado o tratamento tríplice.

Tratamento para Toxoplasmose

Todos os lactentes com toxoplasmose congênita diagnosticados no primeiro ano de vida devem receber tratamento específico durante 12 meses, independentemente da presença de sinais ou sintomas da doença. O tratamento da toxoplasmose congênita é realizado com o esquema tríplice (combinação de pirimetamina e sulfadiazina, associadas ao ácido folínico).  

Havendo presença de retinocoroidite em atividade com risco de dano visual, ou proteína no líquor acima de 1.000 mg/dL, deve-se associar prednisona ou prednisolona.

Leia mais: Toxoplasmose na gestação: novo protocolo de conduta e tratamento

Rubéola Congênita

A rubéola é uma doença causada pelo Rubivirus e, quando transmitida ao concepto pela mãe, causa a chamada Síndrome da Rubéola Congênita (SRC) — importantes complicações e condições clínicas resultantes dessa infecção durante as primeiras semanas da gravidez, por transmissão transplacentária. É muito rara após a vigésima semana de gestação: como o concepto já está mais desenvolvido, é mais difícil o desenvolvimento dessas malformações.  

E, atenção, o sinal clínico mais marcante é a presença de cardiopatia (com estenose da artéria pulmonar e/ou persistência do canal arterial).  

Tratamento para Rubéola

O diagnóstico é clínico e o mais comum é feito pela sorologia, tanto materna, quanto do recém-nascido (IgM e IgG) — lembrando que IgM negativo não descarta uma infecção recente e IgG reagente pode ter sido passado da mãe para o feto.

Não há nenhum tratamento específico e não há cura. O manejo da Síndrome da Rubéola Congênita deve ser sintomático e voltado para as más formações congênitas, de acordo com o quadro clínico.

Citomegalovírus

A infecção causada pelo citomegalovírus, também conhecida como doença de inclusão citomegálica é adquirida intraútero por via transplacentária, diferente da perinatal, que acontece durante a passagem pelo canal de parto infectado ou pelo aleitamento.  

Tratamento para Citomegalovírus

Crianças que apresentam sintomas clínicos compatíveis com infecção por CMV deverão ser periodicamente avaliadas quanto à audição e visão, na intenção de prevenir perda auditiva e alterações no desenvolvimento. O tratamento depende das sequelas, mas para impedir a progressão da surdez é administrado Ganciclovir.

Herpes simples

O herpes neonatal é causado tanto pelo vírus HSV1 quanto pelo HSV2, mas a maioria é pelo HSV2. O HVS é, geralmente, transmitido durante o parto pelo trato genital materno infectado, ou seja, mãe com lesões herpéticas ativas na hora do parto. Em casos raros, pode ocorrer a transmissão transplacentária do vírus ou até mesmo entre os recém-nascidos em ambiente hospitalar.

A realização de cesariana deve ser feita toda vez que houver vesículas presentes no trato genital materno. Abra o olho, pois quando a bolsa amniótica estiver rota há mais de 4 horas, essa conduta não é mais indicada, porque a disseminação já foi adquirida. Algumas questões podem abordar o tema do aleitamento materno, e, se liga, só está contraindicado se a mãe estiver com vesículas ativas na mama, podendo ser realizado na mama não afetada.

Tratamento para herpes simples

O tratamento Neonatal é com Aciclovir, 5 mg/dia, IV, de 8 em 8 horas, durante 7 dias.

Leia mais: Vírus herpes simples (HSV): um caso de infecção congênita - PEBMED

Zika vírus

Depois da sífilis congênita, esse é outro assunto que você deve saber. A síndrome congênita associada à infecção pelo vírus Zika (SCZ) de conceptos expostos à infecção pelo vírus Zika (ZKV) durante a gestação, após a mãe ter sido picada pela fêmea infectada do mosquito Aedes aegypti, mas não necessariamente a doença será passada para o bebê. A SCZ é caracterizada pelo quadro clínico descrito a seguir.

Diagnóstico

O diagnóstico é clínico e laboratorial. Em relação ao diagnóstico laboratorial, podem ser feitos testes rápidos, sorologias e PCR quantitativo (materno e/ou neonatal). O PCR deve ser coletado entre até o 5° dia de infecção e a sorologia IgM do 6° ao 30° dia. Não existe um tratamento específico, somente dos sintomas.  

Lembrando que todas essas infecções congênitas são diagnósticos diferenciais uma das outras pela semelhança dos quadros clínicos.  

Por Júlia da Silveira Gross

Aluna cursista de Psiquiatria CCYM/ABP, graduada em Medicina pela Universidad del Norte (2021), revalidado pela Universidade Federal Fluminense, possui mestrado em Ciências do Movimento Humano pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2014), especialização em Fisiologia do Exercício (2013) e graduação em Educação Física pela UFRGS (2011).

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Referência:

Shutterstock - Trossets de Vida. Disponível em: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/newborn-feet-heel-test-band-aid-1741304756

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Postado em
17/4/23
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