Hey, tudo bem?
Assunto recorrente nas provas de Ginecologia e Obstetrícia, o trabalho de parto é a presença de contrações uterinas ritmo-regulares efetivas, resultando no apagamento e dilatação do colo uterino e, junto disso, na descida fetal. Já o conjunto de movimentos passivos, que ocorrem naturalmente, em que o feto executa no canal de parto, é chamado de mecanismo de parto. É bastante coisa, mas você deve ficar ligado nos tempos, quantos são, como se denomina e as características principais de cada um. Dentro desse assunto, o trabalho de parto também tem uma divisão e, ainda, outro tema recorrente é o partograma (esses dois últimos vão ficar para um próximo post). Então, vem comigo para brilhar no assunto!
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Tempos do mecanismo do parto
Tempos do mecanismo do parto é algo totalmente fisiológico, e os partos eutócicos (que não necessitam de intervenção), 96% ocorrem nas apresentações cefálicas fletidas, e é claro que vai ser o mais queridinho das bancas. São 6 tempos: insinuação ou primeiro tempo; descida ou segundo tempo; rotação interna da cabeça ou terceiro tempo; desprendimento da cabeça fetal, extensão ou quarto tempo; e rotação externa da cabeça ou quinto tempo. Cuidado para não confundir com os períodos do trabalho de parto, estes eu vou mostrar no final do texto. Anota aí o que você deve prestar atenção em cada um:
- Insinuação ou primeiro tempo
Passagem do diâmetro biparietal (cabeça do feto) pelo estreito superior, quando se “encaixa”. O ápice da cabeça fetal se encontra em nível das espinhas isquiáticas (plano 0 de De Lee). Geralmente, ocorre uma variedade de posição transversa (occipital voltada para o ilíaco direito ou esquerdo).
- Descida ou segundo tempo
Progressão do polo cefálico do estreito superior para o inferior. Começa no início do trabalho de parto e termina com expulsão total do feto. Durante a insinuação e descida, ocorre o assinclitismo, que são movimentos de inclinação lateral da apresentação. O sinclitismo é quando a sutura sagital está na equidistante do promontório e da sínfise púbica. O assinclitismo posterior (mais comum) é quando a sutura sagital está mais próxima do pube, o anterior é quando a sutura sagital está mais próxima do sacro. Geralmente, o assinclitismo se corrige espontaneamente, mas, se não corrige, é considerado uma distócia.
- Rotação interna da cabeça ou terceiro tempo
Quando polo cefálico entra em contato com o assoalho pélvico, a circunferência máxima da cabeça fetal se encontra no plano 0 de De Lee. Tem como objetivo colocar a linha de orientação no diâmetro anteroposterior do estreito inferior da bacia materna. No geral, há rotação para a posição occipitopúbica, sempre no sentido da menor circunferência a percorrer.
- Desprendimento da cabeça fetal ou extensão ou quarto tempo
Quando a cabeça fetal chega a nível do períneo, ela desprende com auxílio da retropulsão o cóccix, o movimento é por deflexão. É mais rápido na occípito pública. Muito cuidado nesse tempo com a laceração perineal posterior.
- Rotação externa da cabeça ou quinto tempo
Esse é o período que não requer intervenção do obstetra. É a volta do occipício à orientação observada antes da rotação interna. Geralmente, o ombro anterior fica voltado para o pube.
- Desprendimento das espáduas
Desprendimento da cintura escapular e do polo pélvico. A liberação do ombro anterior ocorre primeiro, após o posterior e liberação do feto. Nessa fase, pode ocorrer distocia de ombro (1 a 4% dos partos).
Outro ponto desse assunto que você deve saber são as manobras nas distocias de parto. Confira esse resumo do livro de Obstetrícia da Medcel:
Assistência clínica ao parto
Como falei anteriormente, o trabalho de parto consiste na presença de contrações uterinas ritmo-regulares efetivas, dolorosas, de 50 a 60 minutos cada, em frequência maior ou igual a duas contrações a cada 15 minutos e dois ou mais dos seguintes:
E, fique de olho, duas contrações a cada 10 minutos é sinal de trabalho de parto ou iminência de trabalho de parto. Após isso, começamos a dividi-las em períodos e é necessário tomar muito cuidado para não confundir com os tempos do mecanismo de parto. São eles:
- Dilatação ou primeiro período de trabalho de parto;
- Período expulsivo ou segundo período de trabalho de parto;
- Dequitação ou terceiro período de trabalho de parto; e
- Período de Greenberg ou quarto período.
Os detalhes veremos em um próximo post.
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REFERÊNCIAS
ZAMARIAN, Ana Cristina Perez. et al. Obstetrícia. São Paulo: Medcel, 2022. 496 p. (Extensivo R1).
Shutterstock - Natalia Deriabina. Disponível em: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/mother-newborn-child-birth-maternity-hospital-1936891387. Acesso em: 05 jun. 2023.